O seu possível ancestral direto, o molosso romano ou cane pugnax, foi citado e descrito por oradores da Roma antiga e alguns de seus traços ainda podem ser observados na raça moderna. Mas, assim como no caso de muitas outras raças, a mastim napolitano também tem sua verdadeira origem incerta, podendo ser relacionada ao extinto mastim assírio, presente em representações artísticas milenares.[1]
O mastim napolitano moderno é fruto de um trabalho de resgate realizado na primeira metade do século XX, quando uma land-race endêmica e antiga de cães de fazenda estava desaparecendo da Itália.[2][3]
Em Milão no ano de 1914, Mario Monti de Bagnacavallo apresentou seu cão chamado Drago numa exposição ao juiz Fabio Caielli, que recusou-se a julgar o animal alegando que não pertencia a nenhuma raça conhecida e portanto não possuía padrão para se embasar e julgar. Após isto, Monti e Caielli, resolveram buscar cães similares em outras regiões com o objetivo de reunir, resgatar e desenvolver a raça italiana, que inicialmente chamaram apenas de molosso italiano, porém, cães deste tipo recebiam os mais diversos nomes regionais, incluindo canedapresa, e can' corso. Monti e Caielli encontraram alguns cães usados por guardas particulares e também vários cães nas zonas rurais e urbanas de Nápoles, Foggia, Benevento, Barletta e Bari. A partir daí, a land-race foi salva da extinção e começou a ser transformada em raça.[2][3]
A raça moderna foi descrita detalhadamente pela primeira vez em 1952 no livro 300 razzi di cani de Piero Scanziani, outro criador que aderiu a causa bem antes do livro e desempenhou um papel importante, produzindo inclusive o primeiro cão campeão. Em 1965 foi aprovado o primeiro padrão da raça, já nomeada de mastinonapoletano (mas ainda mencionando os sinônimoscane da presa e cane corso), pela assembleia de criadores para o kennel clube italiano ENCI.[2][3] Desde então a raça vem se popularizando mundo à fora.
Na década de 1970 foram descobertos por Paolo Breber, em fazendas da Itália, cães molossos diferentes dos mastins napolitanos da época - que já estavam se distanciando da aparência primitiva. Tais cães redescobertos vieram a se tornar o cane corso moderno, hoje uma raça italiana distinta.[2][3]
Características
Fisicamente pode chegar aos 70 kg e medir até 77 cm na cernelha; sua cabeça é a maior entre todas as raças caninas. Sua personalidade é descrita como leal, apesar da sua face carrancuda; é tido como paciente e dócil.[1]
Nota linguística: Na busca pela padronização de uma nomenclatura^ e para adequar a grafia da Wikipédia às normas do português, os nomes das raças - alguns mantidos no original (Fogle (2009)) - estão grafados em iniciais minúsculas, como também visto em dicionário de Cinologia. Todavia, as entidades cinófilas - CBKC do Brasil, CPC de Portugal e FCI - possuem o padrão adotado em maiúsculas, assim como a Enciclopédia Conhecer (vol. II, p. 414).