Exilado após a Guerra Civil, foi capturado por um agente da polícia franquista que colaborava com a Gestapo.[1] Foi extraditado para a Espanha, torturado, submetido a uma farsa de Conselho de Guerra e fuzilado.[2]
Juventude
Filho dos camponeses proprietários Josep Companys e Maria Lluïsa de Jover e licenciado em Direito pela Universidade de Barcelona, Companys participou desde novo na vida política da Catalunha. Em 1906, por causa do incêndio por militares das redacções das revistas catalanistas Cu-Cut! e La veu de Catalunya, participou na criação da Solidaritat Catalana. Posteriormente afiliou-se à efémera Unió Federal Nacionalista Republicana, de cuja seção juvenil foi presidente. Prova desta intensa actividade juvenil é que foi detido quinze vezes, sendo apontado após a Semana Trágica de Barcelona de 1909 como "indivíduo perigoso" nos relatórios policiais.
Com Francesc Layret, Companys representou a ala esquerdista-operária do Partit Republicà Català (Partido Republicano Catalão), em cuja representação conseguiu o cargo de vereador de Barcelona em 1917. Em Novembro de 1920 foi detido junto a Salvador Seguí, Marti Barrera e Josep Viadiu entre outros sindicalistas e deportado para Maó nas (ilhas Baleares), após o qual foi assassinado Layret quando se dispunha a assumir a sua defesa. Apesar da sua deportação, nas Eleições legislativas de Dezembro de 1920 Companys foi eleito deputado por Sabadell no lugar que devia ocupar o falecido Layret, conseguindo a imunidade parlamentar que o livrará da prisão.
Novamente preso, não pôde assistir à Conferência de Esquerdas celebrada entre 12 e 19 de março de 1931 da qual nasceu a Esquerda Republicana da Catalunha, mas foi eleito membro executivo do partido em nome do Partit Republicà Català. Graças aos seus vínculos com o mundo do trabalho e do sindicalismo, Companys deu um maior prestígio á Esquerda Catalã na opinião pública de esquerdas, pois até então era considerado um partido progressista de pequeno burguês.
A 20 de novembro de 1932, por ocasião das Eleições ao Parlamento da Catalunha de 1932, foi eleito deputado do Parlamento da Catalunha por Sabadell. Posteriormente, a 19 de dezembro de 1932, foi eleito primeiro presidente do Parlamento. Companys compatibilizou as atas de deputado nas Cortes espanholas e no Parlamento da Catalunha que presidiu até meados de 1933, quando o abandonou para integrar-se no governo da República, o último presidido por Manuel Azaña durante a primeira legislatura Republicana. Entre Junho e Novembro de 1933 ocupou o cargo de Ministro da Marinha. Ao mesmo tempo, continuando com a sua afeição aos trabalhos na imprensa escrita que iniciara na sua juventude, de Novembro de 1931 até Janeiro de 1934 dirigiu La Humanitat, o órgão oficial de ERC.
Tornarem a sofrir, tornarem a lluitar, tornarem a guanyar! (Voltaremos a sofrer, voltaremos a lutar, voltaremos a ganhar!)
”
Libertado em 1936 após a vitória da Frente Popular, e prevendo um possível golpe militar nomeou o capitão Frederic Escofet como Comissário Geral de Ordem Pública da Catalunha.
Após o insucesso do golpe de Estado de 18 de Julho em Barcelona, Companys decidiu deixar partir pelo porto de Barcelona em barcos estrangeiros umas cinco mil pessoas suspeitas de terem pouca simpatia para com a II República cuja segurança não podia garantir[3] num clima de exaltação causado pela grande quantidade de assassinatos que ocorreram na retaguarda nos dias posteriores.
Durante toda a guerra encabeçou o Governo da Catalunha visando manter a unidade entre os partidos e sindicatos que o apoiavam. Contudo, isso foi muito difícil pelas tensões entre comunistas e socialistas agrupados no Partido Socialista Unificado da Catalunha e anarquistas da Confederação Nacional do Trabalho, apoiados estes últimos pelo POUM. A partir de Outubro de 1937 travaram-se os seus confrontos com o Governo Republicano de Juan Negrín, instalado em Barcelona, e em Abril de 1938, após a ocupação de Lérida, escreveu uma amarga carta ao Presidente do Governo espanhol, queixando-se das arbitrariedades que estava a cometer e da marginalização que sofria o Governo Catalão.
Exílio
Após a ocupação da Catalunha pelas tropas franquistas, a 5 de fevereiro de 1939 exilou-se em Perpinhã (França), deslocando-se depois para Paris para trabalhar na representação no exílio da Generalitat (Consell Nacional de Catalunya). Quis terminar os seus dias em La Baule-les-Pins (Loire-Atlantique) mantendo-se na França apesar do perigo que corria numa tentativa por não perder o contato com o seu filho Lluís Companys i Micó (1911–1956), que padecia de uma grave doença mental. Este filho fora fruto do seu primeiro matrimónio. Foi ali que foi capturado por agentes alemães da Gestapo a 13 de agosto e extraditado para Espanha em 29 de agosto de 1940.
A entrega ao governo franquista foi realizada através da fronteira de Irún. Transferido para a Direção Geral de Seguridade em Madrid, permaneceu ali até 3 de outubro de 1940, sendo torturado.[2] Daí foi enviado para o Castelo de Montjuic, que servia de prisão. Ali foi julgado em conselho de guerra a 14 de outubro. Como fora julgado como rebelde numa aplicação retroativa da Lei de Responsabilidades Políticas por um tribunal especial de Barcelona, somente foi julgado e sentenciado por "Adesão à rebelião militar", numa única jornada por um tribunal militar sumaríssimo sem garantias. Após uma deliberação que durou umas poucas horas, foi sentenciado á morte por fuzilamento. O ditador Franco deu o "ciente",[2] pelo qual o fuzilamento ocorreu à alba do dia seguinte, 15 de outubro de 1940, no fosso de Santa Eulália do castelo de Montjuic. Companys não quis que lhe fosse posta uma venda nos olhos e morreu dizendo:[4]
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Assassineu un home honrat. Per Catalunya! (Assassinais um homem honrado. Pela Catalunha!)