O modelo de governança dos Açores sofreu alterações profundas ao longo dos séculos, surgindo e desaparecendo cargos de governante com as circunscrições e estruturas políticas e administrativas a que estavam associados. Se alguns foram efémeros, como os de prefeito provincial e delegado do governo, outros foram duradouros, como os de capitão do donatário e de governador civil, alguns deles com algumas centenas de titulares. Nas listagens que se seguem foram apenas considerados as autoridades máximas em cada tempo e circunscrição. A única excepção é aberta para a governação no regime de autonomia política, onde o conceito de autoridade máxima desapareceu por imperativo constitucional, sendo nesse caso considerados os três ramos do poder: o de representação da soberania portuguesa, materializado no extinto cargo de Ministro da República e actual Representante da República; o legislativo, na figura do Presidente da Assembleia Legislativa; e o executivo, na figura do Presidente do Governo. Para que melhor se entenda a relação entre as listagens, é apresentado um cronograma com os diversos modelos de governança:
Regime de donataria
Após o seu descobrimento, as ilhas dos Açores foram doadas pela Coroa de Portugal ao Infante D. Henrique, que por sua vez as doou à Ordem de Cristo, da qual era Mestre. A lista de donatários seria assim composta:
Quando Manuel, Duque de Viseu ascendeu ao trono como Manuel I de Portugal (1495), ocorreu a incorporação da donataria das então sete ilhas dos Açores (a ilha das Flores e a ilha do Corvo neste aspecto tiveram percurso diverso) aos bens da Coroa, de onde não mais saíram. Para governar localmente as ilhas, estes donatários nomearam homens de sua confiança, os chamados capitães do donatário.
A partir de meados do século XVI a figura do capitão do donatário perdeu as características de efetivo governo das ilhas, com excepção da de São Miguel, para se transformar num rendoso cargo honorífico que era concedido pelo rei a pessoas e famílias que desejava premiar. Foi assim que a maioria das capitanias foi parar às mãos da alta nobreza portuguesa que, via de regra, nunca viveu nas ilhas. Estes capitães do donatário faziam-se representar por procuradores, denominados ouvidores do capitão, que localmente lhe administravam as rendas.
Comendador de Santa Maria e capitão nos Açores
1439 - 1461? — Gonçalo Velho Cabral. O título concedido não é claro, sendo por vezes referido como comendador da ilha de Santa Maria e nosso capitão nos Açores e por outras vezes comendador das ilhas dos Açores, não se lhe conhecendo qualquer regimento. O mais provável será que sendo a Ordem de Cristo parte interessada na administração das ilhas, fosse utilizado o regime de comenda, vulgar nas terras daquela Ordem em Portugal, recebendo a comenda a designação da ilha então mais povoada, a de Santa Maria. Ainda em 1460, uma carta do Infante D. Henrique diz que ele era Capitão por mim em minhas ilhas de Santa Maria e São Miguel dos Açores, não se sabendo quando se retirou e deixou a capitania das duas ilhas a seu sobrinho materno João Soares de Albergaria.
Capitão do donatário em Santa Maria e São Miguel
Com a saída de Gonçalo Velho Cabral, foi organizada a primeira capitania, compreendendo as ilhas de São Miguel e de Santa Maria, com o capitão a residir em Vila do Porto, a primeira povoação açoriana a estruturar-se.
1461? - 1474 — João Soares de Albergaria. A partir de data que não se conhece, mas que terá sido por princípios da [[década de 1460, por retirada de Gonçalo Velho, sucedeu-lhe no cargo de capitão do donatário nas ilhas de Santa Maria e São Miguel o seu sobrinho João Soares, por vezes referido como João Soares de Albergaria ou como João Soares Velho. Este capitão fixou a sua residência em Vila do Porto, na ilha de Santa Maria, mantendo em São Miguel um escrivão e um almoxarife. No tempo deste capitão (antes de 1472), receberam foral de vilas a Vila do Porto e Vila Franca do Campo, as mais antigas dos Açores. Por carta de confirmação datada de 10 de Março de 1474, foi ratificada a venda que este capitão fez da capitania da ilha de São Miguel a Rui Gonçalves da Câmara, ficando assim definitivamente separadas as capitanias de São Miguel e Santa Maria.
Capitão do donatário em Santa Maria
Após a venda da capitania de São Miguel a Rui Gonçalves da Câmara, a capitania de Santa Maria e São Miguel dividiu-se em duas, ficando João Soares de Albergaria na posse da de Santa Maria.
1499 - 1571 — João Soares de Sousa (até pelo menos 1509 foi lugar-tenente João de Marvão, pois o herdeiro da capitania tinha apenas 6 anos quando seu pai faleceu em 1499)
A venda por João Soares, capitão do donatário nas ilhas de Santa Maria e São Miguel, da capitania de São Miguel, levou à separação da administração de São Miguel da de Santa Maria a partir de 1474. Todos os capitães do donatário em São Miguel pertenceram à família dos Gonçalves da Câmara.
1757 - 1766 — D. Joana Tomásia da Câmara, herdeira do título da capitania, casada com D. Guido Augusto da Câmara, seu tio, em quem recaíram os títulos de 14.º e último capitão do donatário e 5.º conde da Ribeira Grande, por não ter José da Câmara Teles filho varão sobrevivo.
Capitão do donatário na Terceira
A ilha Terceira foi concedida como uma única capitania, sendo posteriormente dividida nas capitanias de Angra e da Praia. Foi a única ilha onde ocorreu divisão do território para formação de capitanias.
1450 - c. 1472 — Jácome de Bruges. Este capitão desapareceu misteriosamente, admitindo-se que tenha sido assassinado, talvez por lançamento ao mar durante uma viagem. Seguiu-se um longo pleito, em que o genro, Duarte Paim, reivindicava a capitania, contra as pretensões de Álvaro Martins Homem e João Vaz Corte Real, que também a reivindicavam. O pleito decidiu-se a favor dos últimos, mas depois de pleitearem entre si, tiveram de dividir a ilha em duas capitanias.
c. 1472 - 1474 — A capitania da ilha Terceira, embora formalmente doada a Jácome de Bruges, esteve vaga pelo desaparecimento deste por volta de 1472. Nesse período, embora sem título formal, o poder na parte da Praia foi exercido por Diogo de Teive, ouvidor por parte do desaparecido Jácome de Bruges, e na parte de Angra por Álvaro Martins Homem, que ali se havia instalado. Devido a constantes desavenças entre os líderes dos grupos instalados na Praia e em Angra, foi a ilha dividida em duas capitanias por carta da Infanta D. Brites, tutora e curadora do donatário, datada de 17 de fevereiro de 1474. A divisão foi feita na diagonal, e depois de longas disputas, foi fixada em 1568 por uma linha que partindo da costa sul, na foz da Ribeira Seca, actual freguesia de vila de São Sebastião, cruzava a ilha em linha recta até à zona onde o Cerro da Ribeira dos Gatos mais se aproxima da costa norte (início da Canada da Almas, na proximidade da Cruz do Marco, actual freguesia dos Altares). Nesse local da costa norte foi colocado, por uma comissão de homens bons, peritos em navegação, um marco que deu nome ao lugar. Esse marco sobreviveu até aos anos de 1997-1998, quando obras de correcção do traçado da estrada levaram à sua destruição. Por ter escolhido a parte de Angra, João Vaz Corte Real indemnizou Álvaro Martins Homem das benfeitorias entretanto por ele feitas.
Capitania de Angra
A capitania de Angra foi criada a 2 de Abril de 1474, tendo como capitão do donatário João Vaz Corte Real, que possibilitou a vinda de muitos fidalgos do reino, acompanhados por grande número de pessoas.
Foram abertos caminhos e estabelecidas povoações em diferentes pontos da parte Ocidental da ilha, até que em 1478, estava quase completa a edificação de Angra, pelo que foi elevada à categoria de Vila.
Para a defesa da vila, Corte Real fez erguer o chamado Castelo de São Luís ("Castelo dos Moinhos"), que foi o primeiro presídio que houve, concluído em 1493. Para o serviço religioso, concluiu-se a igreja de São Salvador. Para atender os pobres e os doentes da capitania e, sobretudo, os que aportavam a Angra, edificou-se o primeiro hospital da ilha, sob invocação do Santo Espírito. Foi atendido por franciscanos e aprovado por alvará-régio de 15 de Maio de 1492. João Vaz Corte Real auxiliou ainda na edificação do Convento de São Francisco, tendo permitido que os franciscanos se incumbissem do ensino.
1655 - 1766 — Incorporada nos próprios da Coroa. A capitania é extinta com a criação, neste último ano, da Capitania Geral dos Açores.
Capitania da Praia
A capitania foi recebida por Álvaro Martins Homem a 17 de Fevereiro de 1474. Este, com os recursos da indenização que recebeu de João Vaz Corte Real pelas benfeitorias de Angra (casas e moinhos), fez erguer oito moinhos na Agualva e três nas Quatro Ribeiras. Foi responsável, também, pela edificação de igrejas na sua capitania. O vigoroso impulso que deu à capitania fez com que o lugar da Praia fosse elevado a Vila entre 1478 e 1480, quase ao mesmo tempo que Angra. Para a defesa militar da vila determinou a construção de uma muralha e, mais tarde, orlou a baía da Praia com uma série de redutos, visando protegê-la de qualquer tentativa de ataque ou invasão vinda por mar. Ainda na Praia, Afonso Gonçalves de Antona Baldaya propiciou a construção de um Convento de São Francisco, doando-lhe terreno de sua propriedade, à semelhança do que fizera em Angra. Por inciativa de D. Catarina de Ornelas foi fundado o Mosteiro da Luz.
1749 - 1766 — Incorporada nos próprios da Coroa. A capitania é extinta com a criação, neste último ano, da Capitania Geral dos Açores.
Capitão do donatário na Graciosa
A capitania da Graciosa foi criada cerca de 1470, ano em que se iniciou oficialmente o povoamento da ilha, mas desconhecem-se os documentos de doação aos seus primeiros titulares.
Capitania no sul da ilha (antigo concelho da Praia da Graciosa)
1475 - 1485 — Vasco Gil Sodré (datas incertas; apenas na parte sul e em conjunto com sua irmã Antónia Sodré, viúva do falecido e acima referido, capitão Duarte Barreto do Couto).
Capitania no norte da ilha (território do primitivo concelho de Santa Cruz)
1565 - 1571 — O falecimento prematuro do titular, cujos filhos eram «meninos», levou a que apenas em 1571, quando o novo capitão teria uns 6 anos de idade, fosse confirmada a posse.
1571 - 1636 — Fernando Coutinho (filho do anterior; morreu sem sucessão).
1636 - 1645?— Vaga. Incorporada nos próprios da Coroa.
1737 - 1766 — Incorporada nos bens próprios da Coroa. A capitania é extinta com a criação, neste último ano, da Capitania Geral dos Açores.
Capitão do donatário em São Jorge
A capitania de São Jorge foi anexada à de Angra, assim se mantendo até à sua incorporação na coroa por força da opção por Castela de D. Manuel de Moura Corte Real, capitão do donatário à data da Restauração da Independência de Portugal.
1655 - 1766 — Incorporada nos próprios da Coroa. A capitania é extinta com a criação, neste último ano, da Capitania Geral dos Açores.
Capitão do donatário no Faial
1468 – 1482 — Jobst van Hürter. O cargo de capitão do donatário na ilha do Faial foi concedido a Jobst van Hürter por carta de 21 de Fevereiro de 1468. Por carta de 29 de Dezembro de 1482, a capitania é alargada à ilha do Pico, transformando-se na capitania do Faial e Pico, continuando van Heurten na sua posse. Jobst van Hürter foi assim o único a exercer o cargo de capitão do donatário no Faial.
Capitão do donatário no Pico
1460 - 1482 — Álvaro de Ornelas. Este capitão, por volta de 1460, fez as primeiras experiências de povoamento da ilha, com naturais do norte de Portugal que chegaram ao Pico após escala na Terceira e na Graciosa. Nunca chegou a tomar posse efectiva da ilha. Gorada esta tentativa, por carta régia de 29 de Dezembro de 1482, a capitania do Pico, é anexada à capitania do Faial, criando-se a capitania do Faial e Pico, ficando van Hürter, que desde 1468 era capitão do Faial, na posse das duas ilhas.
Capitão do donatário no Faial e Pico
Por carta de 29 de Dezembro de 1482, a capitania do Pico é anexada à capitania do Faial, criando-se a capitania do Faial e Pico, ficando van Hürter, que, desde 1468, já era capitão do Faial, na posse das duas ilhas.
1730 – 1737 — Pedro Sanches Farinha de Baena. Por morte deste, a capitania foi reincorporada nos próprios da Coroa pela mercê ter sido concedida apenas por duas vidas a Rodrigo Sanches Farinha de Baena.
As ilhas Flores e Corvo sempre foram administradas como uma única capitania, nunca tendo o seu estatuto claramente definido, o que levou a que a estrutura de poder naquelas ilhas não fosse igual à das restantes e se mantivessem tributos de natureza feudal, que só foram minorados por intervenção de Mouzinho da Silveira e extintos em plena monarquia constitucional. Foram os seguintes os donatários e capitães do donatário daquela capitania:
1452 - ?? — Diogo de Teive, aparentemente donatário e não capitão do donatário, foi o descobridor das ilhas, então designadas por Floreiras (por vezes Foreiras) e consideradas um arquipélago separado dos Açores.
?? - 1475 — João de Teive, filho do anterior, que vendeu os seus direitos sobre as ilhas, com permissão régia, a Fernão Teles de Meneses, 4.º senhor de Unhão.
1500 - 1528 — João da Fonseca, o qual envia para as ilhas os primeiros povoadores que ali se fixaram em definitivo, entre eles Lopo Vaz e Antão Vaz.
1528 - 1570 — Pero da Fonseca, por vezes denominado Pedro da Fonseca, filho do anterior.
1570 - 1593 — frei Gonçalo de Sousa da Fonseca, filho segundo do anterior, cavaleiro professo da Ordem de Cristo. Neste período foi erigida a comenda da Ordem de Cristo, administrada pelo capitão do donatário, que consistia no domínio de todas as terras que nas ditas ilhas não estivessem já ocupadas, com a obrigação de pagar anualmente para o fisco a quantia de 20$000 reis, de cuidar do provimento e pagamento dos ministros eclesiásticos, de promover e auxiliar a construção e conservação das igrejas paroquiais e tudo o que respeitasse ao culto religioso e como a ilha do Corvo era a menos ocupada, tomou-a o comendador para si quase toda, e na ilha das Flores tomou duas extensas corporações de terras no concelho de Santa Cruz e três no das Lajes, o que tudo aforou aos povos daquelas localidades. Foi desta comenda que resultou a situação de tremenda opressão dos povos do Corvo e de parte das Flores, obrigados ao pagamento de um pesado tributo senhorial, que apenas foi resolvida em pleno século XIX. Por morte de frei Gonçalo da Fonseca a capitania regressa à Coroa, sendo atribuída a D. Francisco de Mascarenhas pelos seus serviços na Índia e em prémio da sua adesão à causa filipina.
1593 - 1607 — D. Francisco de Mascarenhas, 1.º conde de Vila da Horta, título mudado para 1.º conde de Santa Cruz, por carta de mercê de D. Filipe I, de 17 de Setembro de 1593. Todos os restantes capitães, excepto o último, pertenceram à família dos Mascarenhas, condes de Santa Cruz, que foram entretanto acumulando outros títulos.
1650 - 1657 — D. João de Mascarenhas, casado com sua prima, D. Brites de Mascarenhas, filha única do 2.º conde de Santa Cruz. Perdeu o título e a capitania para o seu filho, D. Martinho de Mascarenhas, declarado 4.º conde de Santa Cruz, por sentença confirmada por carta de D. Afonso VI a 30 de Junho de 1657.
1657 - 1682 — D. Martinho de Mascarenhas, que casou com D. Juliana de Lencastre, irmã e sucessora do 2.º marquês de Gouveia, juntando os títulos de conde de Santa Cruz e marquês de Gouveia na sua casa.
1692 - 1714 — D. Martinho Mascarenhas, segundo filho varão do 4.º conde e de sua mulher D. Juliana de Lencastre, que usou o título de 6.º conde de Santa Cruz, confirmado por carta régia de 2 de Julho de 1692, e ainda o de 3.º marquês de Gouveia.
1714 - 1723 — D. João de Mascarenhas, 7.º conde de Santa Cruz por carta de D. João V, de 20 de Janeiro de 1714, confirmada em 1723, e 4.º marquês de Gouveia. Era o filho primogénito do 6.º conde de Santa Cruz, mas renunciou ao título, ao fugir para Inglaterra por razões amorosas.
1723 - 1759 — D. José de Mascarenhas da Silva e Lencastre, 5.º marquês de Gouveia, 8.º conde de Santa Cruz e 8.º duque de Aveiro, sucedeu no cargo por renúncia do irmão. Foi o último titular da capitania pertencente à família Mascarenhas, pois ela foi-lhe confiscada para os próprios da Coroa na sequência da sua condenação, e execução a 13 de Janeiro de 1759, no processo dos Távoras. Foi o último capitão-do-donatário destas ilhas com tutela político-administrativa.
1815 - 1832 — Pedro José Caupers (apenas no que respeita aos rendimentos e bens, já que a função político-administrativa tinha sido, em 1766, incorporada na Capitania Geral dos Açores).
Governadores do presídio espanhol
Após o desembarque da Baía das Mós e o consequente fim da resistência à União Ibérica, a 11 de agosto de 1583 foi jurado na Câmara de Angra Filipe II de Espanha. O governo do presídio espanhol instalado em Angra, com superintendência nas armas de todo o arquipélago e poder de tutela mais ou menos formal sobre a administração civil, teve os seguintes titulares:[1]
A partir de 1600, o governo das armas das Açores ficou entregue aos governadores do Castelo de São Filipe. O cargo foi exercido pelos seguintes militares até à rendição da fortaleza (ocorrida a 4 de março de 1642):[1]
1820 - 1821 — Francisco de Borja Garção Stockler (1.ª vez), de 19 de outubro de 1820 a 11 de agosto de 1822, embora formalmente apenas como adido ao governo após 15 de maio de 1821, data em que em cerimónia solene realizada na Câmara de Angra foram juradas as bases da futura Constituição.
Pelo Decreto n.º 28, de 4 de Junho de 1832, assinado em Ponta Delgada por D. Pedro IV, em nome de sua filha, a rainha D. Maria II, sendo Secretário de Estado dos Negócios do Reino o marquês de Palmela, foi extinta a Capitania Geral e criada em sua substituição a Província dos Açores com sede em Angra, na ilha Terceira. A Província estava dividida em três zonas administrativas: Angra, a capital provincial, com um prefeito; Ponta Delgada, com um sub-prefeito; e Horta, igualmente com um sub-prefeito. Esta divisão foi alterada pelo Decreto n.º 64, de 28 de Junho de 1833, iniciando o processo que levaria à criação dos Distritos das Ilhas Adjacentes.
Dado o conflito existente entre as autoridades de São Miguel e da Terceira, com as primeiras a exigir a sua independência da Terceira e a não permitirem o desembarque do sub-prefeito substituto que lhes era enviado pelo prefeito, pelo Decreto n.º 64, de 28 de Junho de 1833, foi desmembrada a Província dos Açores, sendo criadas a Província Oriental dos Açores (São Miguel e Santa Maria), com sede em Ponta Delgada, e a Província Ocidental dos Açores (restantes ilhas), mantendo capital em Angra do Heroísmo.
Por Decreto de 18 de Julho de 1835, que pôs termo à reforma administrativa de Mouzinho da Silveira, são extintas as Províncias e são criados os distritos administrativos e fiscais. Nos Açores, de início, são criados dois distritos (Oriental e Ocidental dos Açores), correspondentes às extintas províncias, com sede em Ponta Delgada e em Angra. Contudo, na Horta, que tinha sido elevada a cidade por alvará do duque de Bragança em nome de D. Maria II, datado de 4 de Julho de 1833, desencadeia-se de imediato um movimento para a independência administrativa em relação a Angra. Dando provimento a essa reivindicação, por decreto de 28 de Março de 1836, são criados os distritos de Ponta Delgada, Angra e Horta. Esta divisão administrativa sobreviveria até 1975.
Ponta Delgada
Com a implantação da divisão distrital, ficaram a pertencer ao Distrito de Ponta Delgada, a partir de 1895 o Distrito Autónomo de Ponta Delgada, as ilhas de Santa Maria e de São Miguel. A administração distrital estava concentrada em Ponta Delgada, onde o Palácio da Conceição (antigo Convento da Conceição) foi adaptado a sede do distrito e residência oficial do Governador Civil, tendo a Junta Geral a sua sede no mesmo imóvel.
O Distrito de Angra do Heroísmo foi constituído pelas ilhas Terceira, Graciosa e São Jorge, ficando a sede da administração distrital sita em Angra do Heroísmo, na antiga capital da Capitania Geral dos Açores. Para instalar a administração distrital foi aproveitado o Palácio dos Capitães Generais, o antigo Colégio da Companhia de Jesus, onde ficou a residência oficial do governador civil, a polícia, o comando militar e, durante algum tempo a Junta Geral. A Junta Geral entretanto mudou-se para a Carreira dos Cavalos, no antigo paço episcopal, entretanto reconstruído e transformado em Paços da Junta Geral (hoje Secretaria da Educação).[3] A lista de titulares do cargo de governado civil é a seguinte:[4]
Distrito de Angra do Heroísmo
Governadores civis do Distrito de Angra do Heroísmo
O Distrito da Horta foi formado pelas ilhas do Faial, Pico, Flores e Corvo, tendo a sua sede na cidade da Horta. Para instalação dos serviços foi aproveitado o edifício do extinto Colégio da Companhia de Jesus, tendo a Junta Geral sido posteriormente instalada num dos prédios deixados vagos pela saída das companhias operadoras dos cabos submarinos.
1975 - 1976 — General Altino Amadeu Pinto de Magalhães, que tomou posse de Presidente da Junta Regional a 26 de Agosto de 1975 e exerceu funções até 8 de Setembro de 1976, data em que a Junta Regional foi extinta, acumulando as funções com as de Governador Militar dos Açores. A Junta Regional dos Açores, presidida por Altino Amadeu Pinto de Magalhães, tinha os seguintes vogais:
Assuntos Sociais, Trabalho e Emigração – Dr. Henrique Aguiar Rodrigues (Partido Popular Democrático).
Nos termos do Estatuto Político-Administrativo da Região Autónoma dos Açores os órgãos de governo próprio são a Assembleia Legislativa, um parlamento unicameral eleito por sufrágio universal cada 4 anos, e o Governo Regional, um executivo de legitimidade parlamentar composto por um presidente e por secretários regionais, cujo mandato é também de 4 anos. Para além dos órgãos de governo próprio, a República Portuguesa é representada nos Açores por um Representante da República, nomeado pelo Presidente da República, cuja missão principal é promulgar as leis regionais (até à revisão constitucional de Julho de 2004, que criou este cargo, existiu um Ministro da República, com ligação preponderante ao Governo português; o primeiro Representante da República tomou posse em 2006, na sequência da tomada de posse de Aníbal Cavaco Silva como Presidente de República).
Criado pela Lei Constitucional n.º 1/2004, de 24 de Julho, o cargo de Representante da República, agora inserido na esfera política e institucional do Presidente da República, veio substituir o Ministro da República. As funções de natureza executiva e de coordenação foram cometidas ao Governo Regional e ao Governo da República, ficando como função principal a representação da soberania do Estado português e a assinatura das leis emanadas da Assembleia Legislativa e do Governo Regional.
2006 - 2011 — Juiz Conselheiro José António Mesquita, nomeado pelo Decreto do Presidente da República n.º 33/2006, de 30 de Março;[6]
↑ abManuel Augusto de Faria, Da Militia : Textos de história militar dos Açores e outros, p. 271. Angra do Heroísmo, Instituto Histórico da Ilha Terceira, 2020.
↑Alvará de 12 de Dezembro de 1770 por que Sua Majestade declarou as que devem suceder no caso de falecerem, ou se ausentarem, alguns dos governadores, e capitães generais, dos estados do Brasil, e Pará, e do Reino de Angola, e ilhas Adjacentes [...].
↑Paulo Silveira e Sousa (2017), «Os Governadores Civis do Distrito de Angra do Heroísmo (1835-1910)», Povos e Culturas, CEPCEP, Universidade Católica Portuguesa, n.º 20, pp. 315-343.
Francisco de Ataíde Machado de Faria e Maia, Capitães dos Donatários (1439-1766), Instituto Cultural de Ponta Delgada, Ponta Delgada, 291 pp., 1938 (4.ª edição - 1988);
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Ratio of males to females in a population Sex ratio by country for the population below age 15. Blue represents more boys, red more girls than the world average of 1.07 males/female. Sex ratio by country for total population. Blue represents more men and boys, red more women and girls than the world average of 1.01 males/female. Sex ratio by country for the over-65 population. Blue represents more men, red more women than the world average of 0.81 males/female. The human sex ratio is the rati...
Public school in Harrow, Greater London Harrow SchoolThe Old Schools photographed in 2013Address5 High Street, Harrow on the HillLondon Borough of Harrow, Middlesex, HA1 3HPEnglandCoordinates51°34′21″N 00°20′06″W / 51.57250°N 0.33500°W / 51.57250; -0.33500InformationTypePublic schoolPrivate boarding schoolMottoesLatin: Stet Fortuna Domus(Let the Fortune of the House Stand)Latin: Donorum Dei Dispensatio Fidelis(The Faithful Dispensation of the Gifts of God)R...
Artikel ini sebatang kara, artinya tidak ada artikel lain yang memiliki pranala balik ke halaman ini.Bantulah menambah pranala ke artikel ini dari artikel yang berhubungan atau coba peralatan pencari pranala.Tag ini diberikan pada Januari 2023. Badan Penjaga Perbatasan dan Pantai Eropa (Inggris: European Border and Coast Guard Agency) merupakan badan yang dibentuk oleh Uni Eropa untuk menjaga dengan baik perbatasan negara-negara anggota Uni Eropa. Badan ini lebih dikenal dengan nama Frontièr...
Phylum of algae For an explanation of very similar terms, see Streptophyta. Charophyta Scientific classification (unranked): Viridiplantae (unranked): CharophytaMigula 1897,[1] sensu Leliaert et al. 2012 Groups included Mesostigmatophyceae Chlorokybophyceae Streptofilum Klebsormidiophyceae Phragmoplastophyta Charophyceae Coleochaetophyceae Zygnematophyceae Cladistically included but traditionally excluded taxa Embryophyta Charophyta (UK: /kəˈrɒfɪtə, ˌkærəˈfaɪtə/) is a group...
Greta ThunbergThunberg, 2020Lahir3 Januari 2003 (umur 21)Stockholm, SwediaPekerjaanPelajar sekaligus aktivisTahun aktif2018–sekarangGerakan politikUnjuk rasa para pelajar terhadap perubahan iklimKerabatMalena Ernman (ibu)Svante Thunberg (bapak)Olof Thunberg (kakek) Penghargaan(2020) Human Act Award (en) (11 Desember 2019) Tokoh Tahun Ini Time(10 Oktober 2019) Honorary doctor of the University of Mons (en) (21 Juli 2019) Prix Liberté (en) (12 Juli 2019) Fellow of the Royal Scotti...
ييثيو (غيثيو) ΓύθειοGytheio (باليونانية: Γύθειον)[1] خريطة الموقع تقسيم إداري البلد اليونان[2] المنطقة الإدارية البيلوبونيز لاكونيا خصائص جغرافية إحداثيات 36°45′42″N 22°33′58″E / 36.76166667°N 22.56611111°E / 36.76166667; 22.56611111 الأرض ؟؟؟؟؟؟ كم² الارتفاع 61 متر ...
У этого термина существуют и другие значения, см. Феррара (значения). Населённый пунктФеррараитал. Ferrara Флаг Герб[вд] 44°50′ с. ш. 11°37′ в. д.HGЯO Страна Италия регион Эмилия-Романья Провинция Феррара Мэр Тициано Тальяни История и география Площадь 160 км² Высота...