Linha-dura

Linha-dura é um termo usado em Política para designar uma corrente ou facção, dentro de um movimento, partido ou governo, que adota posições mais radicais, menos moderadas e mais intolerantes, especialmente no contexto de regimes autoritários.[1]

O termo linha-dura (pelo inglês hard-line) foi popularizado pela história mídia ocidental durante a Guerra Fria, para fazer distinções entre os diferentes grupos que brigavam pelo poder na União Soviética. Seriam da linha-dura os membros do PCUS e da nomenklatura que defendiam posições pragmáticas, justificando sanções e medidas repressivas como forma de defender o regime, às vezes aproximando-se do stalinismo. Em oposição aos linha-dura, estariam os moderados ou reformistas.

A linha-dura soviética arquitetou e executou o golpe de Estado contra Nikita Khruschov em 1964 e também o golpe fracassado de agosto de 1991.

Militares "linha-dura" e a ditadura militar brasileira

O termo foi usado também no Brasil, nos primeiros anos do regime militar implantado em 1964, para distinguir entre o que seria considerada à época uma linha-dura, ou seja mais radical.

No Brasil opunham-se assim, de um lado, os moderados, castelistas ou grupo da Sorbonne [2] (ala ligada ao presidente Castelo Branco e que via o regime como um processo de transição relativamente rápido e pretendiam o retorno à democracia, incluindo eleições diretas para presidente já em 1966) e, de outro, o grupo linha-dura, que temia o retorno ao governo dos quadros políticos civis pré-golpe militar de 1964 e que defendiam, assim, a prorrogação do regime militar, enquanto a função "salvadora" da “revolução” não tivesse sido completamente realizada.


Referências

  1. Linha Dura
  2. «A Ditadura Civil-Militar no Brasil (1964-1985)». História sem limites. Consultado em 4 de abril de 2015. Arquivado do original em 9 de abril de 2015  Os militares golpistas dividiram-se em duas correntes político-ideológicas: 1-castelistas ou grupo da Sorbonne, sob a orientação do general Golbery do Couto e Silva, que achavam necessário combater o “comunismo”, o PTB e as esquerdas pela repressão, e ao mesmo tempo desenvolver um projeto modernizador da economia à custa do capital estrangeiro. Todavia, entendiam que, com a estabilidade de volta, o regime deveria voltar aos civis. 2-grupo linha-dura, liderado pelo general Artur da Costa e Silva, achava que o combate ao comunismo e aos subversivos – como ficaram conhecidos os que se colocaram contra a ditadura – deveria ser mais duro, além de pregar a continuidade dos militares no poder – a denominada “revolução permanente”.