Jesuíta Barbosa nasceu na cidade de Salgueiro no Sertão de Pernambuco em 26 de junho de 1991, filho de Elizabeth Miriam e de José Jesuíta Barbosa Filho, delegado de polícia, e passou a infância em Parnamirim, também situada no sertão pernambucano. Aos 10 anos mudou-se para Fortaleza, no Ceará, onde começou a atuar em grupos de teatro na escola.[6]
Aos 17 anos prestou vestibular para publicidade, pedagogia e licenciatura em teatro. Ele passou para os dois últimos cursos e optou pelo teatro.[7] Embora o seu pai desejasse o seu ingresso em Direito ou Medicina, matriculou-se no curso de atuação Princípios Básicos do Teatro José de Alencar, e, posteriormente, no curso de Licenciatura em Teatro do Instituto Federal do Ceará.[2]
Deu seus primeiros passos como ator no coletivo As Travestidas em 2008,[8] composto por artistas de diversas áreas que se apresentavam como transformistas, comandado pelo ator Silvero Pereira. O ator viajou com o grupo, de Petrolina (PE) a Juazeiro (CE), encarando de frente o estereótipo do macho nordestino – ali também nasceu seu alter ego, a travesti Monique Frazão.[9] No ano seguinte, participou das peças Corpos Aprisionados e Deserdados com o Centro de Experimentações em Movimentos.[10] De 2009 a 2011, integrou a Cia. Teatro do Improviso, estreando o Rimprovisando – primeiro espetáculo de improviso do Nordeste.[11]
Em janeiro de 2014 deu vida a Fortunato Dias na minissérieAmores Roubados,[4] marcando a sua a estreia na TV.[16][17] Em entrevista ao Gshow, Jesuíta declarou: "Tenho a certeza de que Amores Roubados é uma obra construída com muito carinho por cada um envolvido. Eu fiquei mais forte depois dessa vivência. É muito gostoso ver que tudo estava muito bem produzido, que todo esforço e preparo tinha valido a pena."[17] Na mesma entrevista, sobre contracenar ao lado de Cauã Reymond, Patrícia Pillar, Cássia Kis e Isis Valverde, ele declarou: "É sempre um desafio cada trabalho que acontece. Conhecer esses profissionais incríveis foi ao mesmo tempo que intenso, confortante, por perceber humanidade e parceria entre todos."[17]
Em 2015, interpretou Wagner no curta-metragem A História de uma Pena, lançado em 6 de agosto de 2015 e dirigido por Leonardo Mouramateus.[23]
2016–2018
Viveu Felipe Labarte na minissérie Ligações Perigosas, produzida e exibida pela Rede Globo em 2016, em 10 capítulos, onde ganhou bastante destaque por ser um dos protagonistas da trama.[24] Inspirada no clássico da literatura francesa As Ligações Perigosas de Choderlos de Laclos, foi escrita por Manuela Dias.[25][26] Ainda em janeiro é lançado Reza a Lenda, filme dirigido pelo cineasta Homero Olivetto. No filme filmado em 2014 nas cidades de Petrolina, Juazeiro e Sobradinho, Jesuíta da vida a Pica-Pau, um dos integrantes do bando de motoqueiros de Ara (Cauã Reymond).[27]
Protagonizou o primeiro núcleo da minissérie Justiça, interpretando Vicente Menezes,[5] ao lado de Débora Bloch e Marina Ruy Barbosa.[28] No primeiro núcleo é exibido o caso de Elisa (Débora Bloch) que não supera a morte da filha, Isabela (Marina Ruy Barbosa), assassinada pelo noivo Vicente (Jesuíta Barbosa) que a flagra o traindo com o ex-namorado.[28] A série não contou com um protagonista definido, tendo um diferente em cada dia da semana retratando diferentes tramas que se cruzam.[29] Por sua atuação, Jesuíta ganhou o prêmio de Melhor Ator de Série ou Minissérie no Melhores do Ano de 2016, desbancando Cauã Reymond, também por sua atuação em Justiça, e Lázaro Ramos por Mister Brau.[30]
Ainda em 2016, viveu Davi Fontes na sérieNada Será Como Antes.[31][32] Jesuita e Chay Suede fizeram os testes para interpretar Davi, sendo que o primeiro ficou com o papel.[33] Apesar de ser creditado como participação especial desde o primeiro episódio, Jesuíta fez parte do elenco principal, aparecendo pela primeira vez no nono episódio da série. Em outubro é lançado oficialmente o filme Jonas, estrelado por Jesuíta e Laura Neiva.[34] O filme conta a história de Jonas, vivido por Jesuíta, que alimenta um amor doentio por Branca, personagem de Laura, filha da patroa de sua mãe. Em pleno carnaval, o rapaz sequestra Branca e a mantém refém dentro de um carro alegórico em forma de Baleia, e presos na "barriga do animal, eles iniciam um romance.[35] Dirigido por Lô Politi, e gravado em 2015, foi exibido na Mostra de Cinema de São Paulo de 2016, contando também com Criolo, Chay Suede e Karol Conka no elenco.[36] Enquanto estava no ar em Nada Será Como Antes, viveu Cristiano na minissérie de drama e mistério Fim do Mundo.[37] Composta por cinco capítulos e transmitida pelo Canal Brasil.[37] A minissérie, realizada pela Rec Produtores,[38] foi gravada em Triunfo (Pernambuco) — com casas do século XIX e sítios da zona rural transformados em locações[39] — tendo como criador, roteirista e diretor Hilton Lacerda, dividindo a direção com Lírio Ferreira.[39][40]
Em 2017, é lançado o filme Malasartes e o Duelo com a Morte de Paulo Morelli, com Jesuíta interpretando o protagonista Pedro Malasartes.[41][42] O filme mostra Malasartes vivendo de pequenas trapaças, mas terá que enfrentar dois grandes inimigos: Próspero, que faz de tudo para impedir que sua irmã Áurea namore um sujeito como ele, e a própria Morte encarnada, que quer tirar férias e enganar Malasartes.[41] O filme foi transformado em um minissérie de três capítulos exibido pela Rede Globo em dezembro de 2017, onde Jesuíta foi bastante elogiado por internautas nas redes sociais por seu desempenho.[43]
Em 2018, foi um dos destaques da supersérie Onde Nascem os Fortes, na qual viveu o personagem Ramirinho, filho de um juiz linha-dura, que esconde sua outra identidade, a aclamada cantora drag queen Shakira do Sertão. Ao longo da trama, pai e filho entram em conflito, e a verdade aparece.[8] Em novembro de 2018, foi lançado o filme O Grande Circo Místico, com Jesuíta dando vida ao protagonista Celaví.[44] O filme foi um projeto do cineastabrasileiroCacá Diegues, com roteiro de George Moura e colaboração de Cacá Diegues.[45] As filmagens começaram em 2015 e ocorreram em Portugal. O filme também foi estrelado pela brasileira Bruna Linzmeyer, e os franceses Catherine Mouchet e Vincent Cassel.
No filme de Flavia Castro Deslembro, lançado em junho de 2019, e estrelado por Jeanne Boudier e Eliane Giardini,[48] deu vida a Eduardo.[49] Entre agosto de 2019 e março de 2020, protagonizou o musical Lazarus, dando vida a Thomas Newton.[50] A peça marcou também a abertura do Teatro Unimed em São Paulo.[51]
↑Clara Campoli (19 de junho de 2019). «Crítica: Deslembro é triste retrato do trauma da Ditadura em crianças». Metrópoles. Consultado em 13 de abril de 2020. O longa conta a história de uma adolescente exilada na infância que volta ao Brasil após a Lei da Anistia: rebeldia e memórias confusas