Excepcionalmente para a época, Ingeborg e seus irmãos foram criados por sua mãe e raramente colocados sob os cuidados de uma governanta. Luísa estava muito interessada no desenvolvimento de seus filhos, então ela lhes impôs uma educação amorosa e não muito autoritária. Ingeborg se tornou uma jovem amigável, despreocupada e perspicaz.[3]
Em 1947, quando comemoraram mais um ano de casamento, o marido de Ingeborg admitiu que a união tinha sido completamente arranjada pelos seus pais, ao que Ingeborg acrescentouː "Casei-me com alguém que me era completamente estranhoǃ"[4]
O casamento foi muito bem-recebido porque Ingeborg era neta do rei Carlos XV da Suécia, que tinha sido muito popular no seu tempo, e também porque a princesa se tornou muito querida para os suecos. Foi dito que, de entre todas as princesas estrangeiras que se casaram com membros da família real sueca, ela era talvez a mais adequada para se tornar rainha-consorte,[5] e, ao longo de dez anos, quase que chegava a esse cargoː entre 1897 e 1907, a rainha Sofia raramente aparecia em público e a princesa-herdeira Vitória de Baden passava grande parte do tempo no estrangeiro por motivos de saúde, por isso era a princesa Ingeborg que recebia mais deveres públicos, acabando por desempenhar de forma não-oficial um papel que estava mais associado a uma rainha-consorte da Suécia. A percepção que deixou foi a de que cumpriu os seus deveres representativos com uma combinação de dignidade e simpatia natural, tendo atraído para si um circulo de amizades graças à sua personalidade.[6]
Ingeborg interessava-se por desporto, principalmente patinagem no gelo, e, durante a exposição automóvel de Estocolmo em 1913, Ingeborg e o príncipe-herdeiro, Gustavo, resolveram fazer uma viagem espontânea de carro até Escânia. Em 1908, acompanhou o príncipe Guilherme, Duque de Sudermânia para o seu casamento com a grã-duquesa Maria Pavlovna na Rússia.
Vida familiar e política
Ingeborg vivia uma vida familiar harmoniosa e a sua família era conhecida como a "família feliz".[4] Os seus filhos foram educados de forma simples e aprenderam a realizar tarefas domésticas. Tinham mesmo um fogão verdadeiro na sua cabana de brincar no qual cozinhavam comida verdadeira. Ingeborg e Carlos viviam uma vida íntima de família com os seus filhos.
Ingeborg era admirada pela forma como lidou com as dificuldades económicas que a família viveu quando um banco no qual tinham investido faliu em 1922 e eles foram obrigados a vender a sua casa.[4] A princesa era retratada como um exemplo de esposa e mãe em muitas revistas e, durante vários anos, foi um dos membros mais populares da família real.
Em 1905, a Assembleia Nacional da Noruega escolheu o príncipe Carlos, marido de Ingeborg, como o primeiro candidato a ocupar o trono da nação recém-independente. Entretanto, o príncipe recusou a indicação, por causa da oposição do seu pai, Óscar II, que era contra a independência desse país. O escolhido acabou sendo um irmão da princesa, também chamado Carlos, depois Haakon VII. O facto de Ingeborg ser parente das três casas reais da Escandinávia foi útil para ajudar a acalmar a tensão causada pela subida do seu irmão ao trono da Noruega. Em termos políticos, Ingeborg simpatizava mais com os liberais e não gostava dos conservadores, uma opinião que expressou durante uma crise governamental em 1918.[6] Odiava o governo conservador de Hammarsköljd e as suas políticas de 1914, criticou a imprensa conservadora e considerou que a demissão do governo liberal-socialista em 1918 foi um desastre, tendo, aparentemente, comentado o assunto com as palavrasː "Não pode acontecerǃ Não, não, nãoǃ".[4]
Durante a Segunda Guerra Mundial, a princesa manifestou-se contra o partido Nazi tapando a janela da sua casa que tinha vista direta para a embaixada da Alemanha em Estocolmo.[6]
Morte
Ingeborg faleceu em Estocolmo, aos setenta e nove anos, sete anos depois de ter enviuvado. Foi testemunha também da morte de duas filhas: Astrid morreu em 1935, em um acidente de carro na Suíça, e Marta faleceu de câncer em 1954. Foi sepultada no cemitério real do Parque de Haga, na capital sueca.
Genealogia
Os antepassados de Ingeborg da Dinamarca em três gerações[7]
↑Princess Ingeborg of Denmark, Princess of Sweden. In: Unofficial Royalty. 3. de fevereiro de 2015 (unofficialroyalty.com. Consultado em 3 de setembro de 2018.
↑ abcdElgklou, Lars. Familjen Bernadotte. En kunglig släktkrönika. [S.l.: s.n.]
↑Skott, Staffan (1996). Alla dessa Bernadottar. [S.l.: s.n.]
↑ abcIngeborg C C F L, urn:sbl:11950, Svenskt biografiskt lexikon (art av Ragnar Amenius