Os incêndios florestais em Portugal de outubro de 2017 deflagraram no dia 15 de outubro de 2017 no centro e norte do país, bem como na região da Galiza em Espanha.[3] 440 incêndios estavam ativos em Portugal (523 ocorrências, segundo o primeiro-ministro), dos quais 33 de tamanho importante.[4] A porta-voz da proteção civil descreveu este dia como "o pior dia do ano em matéria de incêndios florestais".[5]
O fogo propagou-se rapidamente devido aos ventos fortes provocados pelo furacão Ophelia que assolaram o litoral da península Ibérica,[6] às temperaturas invulgares acima dos 30º e à seca na Península Ibérica de 2017. O mês de setembro de 2017 foi o mais seco em 87 anos. 81% do território encontrava-se em seca severa e 7,4% em seca extrema.[7] O fim-de-semana de 15 e 16 de outubro ficou marcado pela passagem da tempestade tropical Ophelia ao longo da costa portuguesa que trouxe massas de ar quente e ventos fortes que potenciaram a dimensão dos fogos. No mesmo ano, o número de incêndios na Europa duplicou, fenómeno que os especialistas atribuem ao aquecimento global.[8]
Os incêndios destruíram várias casas e edifícios industriais, e chegaram a cortar múltiplas estradas, incluindo autoestradas.[9] Os incêndios resultaram em 50 vítimas mortais confirmadas.[10]
Pampilhosa da Serra , o fogo começou no concelho da Sertã acabando por passar para o concelho da Pampilhosa onde se perderam cerca de 500 infraestrutura e arderam 30000 hectares deixando apenas 20% do município por arder.
Seia, com mais de 400 bombeiros a tentar travar o incêndio. Neste concelho houve dois incêndios em pontos distantes das populações mais próximas a horas distintas. Na área do Sabugueiro e depois em Sandomil. Apenas uma das duas ignições fez chegar o fogo aos concelhos de Mangualde, Gouveia; ambas fizeram depois uma única frente de fogo que atingiu o concelho de Nelas[14][15][16]
Nelas, onde o fogo consumiu grande parte da zona sul do concelho, provocando uma vítima mortal, na aldeia de Caldas da Felgueira[17][18].
Oliveira do Hospital, este concelho foi fustigado por dois incêndios, um vindo de Seia e outro resultado de um reacendimento na Serra do Açor [19]. Para também compreender as consequências das frentes de fogo neste concelho seguir as declarações do comandante dos BVOH ao jornal das 8 da TVI de 22 de Outubro de 2017.[15] Foto às 18:50 do dia 15 de Outubro a partir da freguesia de Ervedal da Beira: observação dos fogos de Seia a formarem a frente já no concelho de Nelas. [1] Para melhor situar a foto verificar a localização geográfica pelo Google Maps, das instalações da serração que irão ser já consumidas pelo incêndio na madrugada de 16 de Outubro.[2]
Penacova, São Pedro de Alva, onde o fogo provocou 5 vítimas mortais e consumiu 28 habitações permanentes, cerca de uma dezena de empresas e seis mil hectares de floresta.
Quiaios, Tocha, Mira, Vagos e Ílhavo, com 115 operacionais, onde arderam cerca de 25.000 hectares de floresta.
Carregal do Sal, o incêndio consumiu cerca de 70 a 80% da mancha florestal de Carregal do Sal, uma dezena de casas e vitimou uma pessoa[24].
Vítimas e danos
Houve 50 vítimas mortais e mais de 70 feridos, ligeiros e graves, um pouco em todo o lado.[25] O distrito onde mais vitimas houve foi o Distrito de Coimbra, com 25 vitimas mortais, seguido do Distrito de Viseu, com 15 mortes, por causa dos difíceis acessos para os bombeiros.[26]
No concelho de Oliveira do Hospital, 10 pessoas morreram, e mais de uma centena de famílias foram desalojadas.[27]
No mesmo distrito, vários establecimentos foram fechados devido às dificuldades de respiração causadas pelas nuvens de fumo nas cidades de Leiria, Marinha Grande, Vieira de Leiria, entre outras localidades.[32]
Outro incêndio ocorrido no mesmo dia, iniciado em Quiaios destruiu a Mata Nacional da região, e progrediu para norte, destruindo quase por completo as zonas florestais da Tocha e de Mira.[33] O Parque de Campismo da Praia da Tocha foi evacuado ao final da tarde de dia 15 de Outubro e a estrada de acesso à praia foi cortada, isolando os habitantes da localidade.[34] A mesma foi reaberta por volta da 01:20 de segunda-feira, 16 de Outubro.[35] A Zona Industrial de Mira foi afectada por este incêndio, tal como a Zona Industrial da Tocha, onde ardeu a fábrica da Sanindusa, provocando um prejuízo de mais de 25 milhões de euros.[36] Esta área florestal já tinha ardido em Julho de 1993, com a diferença de que esse incêndio tinha começado a norte, perto de Mira, evoluindo para o sul.[37]
Mais tarde, em abril de 2018, graças a uma reportagem da TVI, foi descoberto que madeireiros se tinham encontrado dias antes, na cave de um restaurante, fazendo reuniões secretas para planear o incêndio do Pinhal de Leiria. Quando o incêndio já havia sido controlado, madeireiros já estavam no local para obter a madeira dos pinheiros, mesmo com árvores ainda a fumegar. A reportagem da TVI, contudo, foi muito contestada tanto por técnicos forenses e florestais, não dando lugar a nenhuma acusação formal.
↑Comissão Técnica Independente da Assembleia da República (2018). Relatório da Comissão Independente de Avaliação dos Incêndios ocorridos entre 14 e 16 de Outubro de 2017 em Portugal Continental, pág. 127.