Hermenegildo Gonçalves ou Mendo Gonçalves,[a] (em castelhano: Hermenegildo González) (morto entre 943 e 950), foi um condegalego no século X, tenente na comarca de Deza, governador do Condado Portucalense, e o genearca de uma das linhagens mais importante galaico-português da Alta Idade Média. Aparece na documentação medieval confirmando como Ermegildus Gundisaluis.
Biografia
A sua filiação como filho do conde Gonçalo Betotes[1] e Tereza Eris—filha do conde Ero Fernandes—leva-nos a uma linha condal muito antiga. A sua irmã, Aragonta Gonçalves, foi esposa do rei Ordonho II, embora deste casamento não tenha tido filhos.[2][3]
Hermenegildo começa a aparecer na documentação no ano de 926. Governou o Condado Portucalense depois da morte de Lucídio Vimaranes e foi sucedido pelo seu filho o conde Gonçalo Mendes.[1] Aparentemente, morreu relativamente jovem, uma vez que praticamente desaparece da documentação em 943 e já havia morto em 1 de agosto de 950,[4] data em que sua viúva e os filhos dividem a sua herança.
Matrimónio e descendência
Casou entre 915 e 920 e antes de 23 de fevereiro de 926—quando aparecem juntos pela primeira vez[4]—com Mumadona Dias, condessa de Portucale e a fundadora do Mosteiro de Guimarães, filha do conde Diogo Fernandes e de Onecca (Onega).[5] Em 926, o rei Ramiro II doou aos condes Hermenegildo e Mumadona a vila de Creximir perto de Guimarães.[6] Dois anos mais tarde, Onecca, fez uma doação, confirmada por vários nobres ao Mosteiro de Lorvão, onde menciona e confirma seus filhos: Munnia, Ledegundia, Exemenus Didaz, Mummadoma, e também o conde Ermegildus Gundisaluis.[7]
Onecca Mendes, casou antes de 26 de Janeiro de 959 com Guterre Rodrigues;[4]
Nuno Mendes (morto antes de 959), ainda estava vivo em 950 quando foi feita a repartição dos bens de seu pai. Já tinha morrido por 959 quando sua mãe fez a dotação do Mosteiro de São Mamede e refere-se a seu dulcissimus mihi pignus Nunnus;[12]
Mattoso, José (1981). «As famílias condais portucalenses dos séculos X e XII». A nobreza medieval portuguesa: a família e o poder. Lisboa: Editorial Estampa. pp. 101–157. OCLC8242615
Mattoso, José (1982). Ricos-homens, infançoes e cavaleiros: a nobreza portuguesa nos séculos XI e XII. Lisboa: Gimarães & C.a. Editores. OCLC10350247
Salazar y Acha, Jaime de (1989). «Los descendientes del conde Ero Fernández, fundador de Monasterio de Santa María de Ferreira de Pallares». El Museo de Pontevedra (em espanhol) (43): 67-86. ISSN0210-7791
Sánchez Candeira, Alfonso (1950). «La reina Velasquita de León y su descendencia». El Museo de Pontevedra (em espanhol) (40): 449–505. ISSN0018-2141
Torres Sevilla-Quiñones de León, Margarita Cecilia (1999). Linajes nobiliarios de León y Castilla: Siglos IX-XIII (em espanhol). Salamanca: Junta de Castilla y León, Consejería de educación y cultura. ISBN84-7846-781-5