A guariroba (Syagrus oleracea) é uma espécie de palmeira do gênero botânico Syagrus, que pode ser encontrada em uma grande parte do leste do Brasil e nordeste da Bolívia e Paraguai.[1] Também conhecida como gueiroba, gueroba, gariroba, gairoba, palmito-amargoso, catolé, coco-babão, pati-amargoso, coco-amargoso, coqueiro-amargoso.[2]
Etimologia
O termo "guariroba" origina-se do termo tupi guakuryrob, que significa "guacuri amargo", "coqueiro amargoso" (amargo em tupi é rob).[3] "Catolé" origina-se do termo tupi katu'lé.[4] "Pati" origina-se do tupi pa ti.[5]
Ocorrência
Floresta estacional semidecidual e cerradões do Brasil (Ceará, Paraíba, Pernambuco, Bahia, Alagoas, Rio Grande do Norte, Tocantins, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo e Paraná), Paraguai e Bolívia.[6]
Características
Palmeira de estipe solitário ereto, colunar, acinzentado, podendo atingir até vinte metros de altura, copa crispada e deflexa.
Possui folhas grandes de até três metros de comprimento e flores que surgem em cachos durante a primavera até o outono.
O seu fruto levemente elíptico, de coloração verde-amarelada, cujo mesocarpo e amêndoa branca oleaginosa são comestíveis, ocorre em cachos, entre outubro e fevereiro. O cultivo desta palmeira é por sementes, embora cresça espontaneamente nas matas do Centro-oeste e Sudeste do Brasil. Prefere regiões de clima quente e solos bem drenados.
Usos
Entre seus produtos, destaca-se o palmito ou broto terminal. Considerado por muitos como verdura de sabor amargo (o que de fato é quando comparado aos palmitos doces das espécies da Mata Atlântica), o palmito da guariroba é uma iguaria de largo aproveitamento culinário em alguns estados, inclusive algumas regiões de Goiás e Minas Gerais.
Nas boas receitas de empadão goiano, por exemplo, acompanhamento perfeito para o colorido arroz com pequi, é fundamental a inclusão de bons nacos do palmito amargo da guariroba. Alimento substancial e de tempero bem forte, o recheio desse empadão, juntamente com a guariroba, deve conter pedaços de frango, de preferência coxas, linguiças, batatas e ovos cozidos inteiros ou apenas partidos ao meio e tomates maduros. Também pode ser usado como salada: com tomates-cereja e bastante tempero.
Da semente, se extrai óleo comestível.
A planta é também bastante usada em paisagismo em praças e principalmente em canteiros centrais de ruas e avenidas de cidades do interior de Goiás, como exemplo na cidade de Jataí que ao longo dos anos vem sendo plantando milhares de mudas pela cidade.
Cultivo
A partir de sementes, que germinam em dois ou três meses.
Referências
- ↑ «Flora do Brasil 2020». floradobrasil.jbrj.gov.br. Consultado em 16 de agosto de 2021
- ↑ FERREIRA, A. B. H. Novo Dicionário da Língua Portuguesa. Segunda edição. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1986. p.875
- ↑ Navarro, Eduardo de Almeida. «Dicionário de tupi antigo: A língua indígena clássica do Brasil» (em inglês). Consultado em 16 de dezembro de 2024
- ↑ FERREIRA, A. B. H. Novo Dicionário da Língua Portuguesa. Segunda edição. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1986. p.371
- ↑ FERREIRA, A. B. H. Novo Dicionário da Língua Portuguesa. Segunda edição. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1986. p.1 281
- ↑ «Tropicos». www.tropicos.org. Consultado em 16 de agosto de 2021
Fontes
- Lorenzi, Harri; Hermes Moreira de Souza; Judas Tadeu de Medeiros Costa; Luiz Sérgio Coelho de Cerqueira; Evandro Ferreira: Palmeiras brasileiras e exóticas cultivadas. Instituto Plantarum, Nova Odessa, 2004 ISBN 85-86714-20-8
Ligações externas