O Grupo de Operações de Socorro Tático (GOST) é uma Unidade de Busca e Salvamento do Corpo de Bombeiros do Paraná, composto de bombeiros especialmente treinados para atuarem em situações emergenciais que exijam equipamentos e técnicas especiais.
No dia 06 de Junho de 1949 um funcionário da extinta Companhia de Força e Luz acidentou-se e ficou preso à rede elétrica da Rua Dr. Muricy, esquina com a Cândido Lopes. Nessa ocorrência os soldados bombeiros, Jaime Rodrigues da Rocha e Sebastião Francisco Correia, tentaram socorrê-lo, mas foram mortos eletrocutados.[1]
Na década de 1960 o SSP passou a ser designado como Grupamento de Serviços Auxiliares. E em 1976 esse grupamento foi reunido ao Grupamento de Guarda Vidas; formando o Grupamento de Busca e Salvamento (GBS).
Em 1994 o GBS foi dissolvido e o efetivo usado para complementar outros Grupamentos de Bombeiros inseridos na época. O objetivo era constituir Seções de Busca e Salvamento em todos os grupamentos e subgrupamentos, tornando-os operacionalmente autônomos. Esse projeto não prosperou, e em 2006 foi ativado o Grupo de Operações de Socorro Tático (GOST),[4] oficializado pelo Governo do Estado em outubro de 2010.[5]
Em 2010 foi novamente acionado para servir de ponta-de-lança da tropa enviada para auxílio ao município de Sengés, que se encontrava em estado de calamidade devido a enchentes que destruíram os acessos por rodovias e das telecomunicações, ao acessar o local, além de providenciar a busca das cinco vítimas. Providenciou também o acesso às equipes de manutenção para reestabelecimento do contato telefônico com município.
Em 2011 atuou em apoio ao 8º Grupamento de Bombeiros em resposta à calamidade que deixou comunidades dos municípios da planície litorânea isolados. Também neste ano atuou na calamidade que atingiu a cidade de Cerro Azul, em apoio ao 7º Grupamento de Bombeiros, sendo responsável pelo acesso a comunidades que ficaram isoladas pela queda de pontes sobre o Rio Ribeira.
Escudovermelho - cor que representa a intrepidez das ações, com chefe em negro com o as letras GOST (iniciais de Grupo de Operações de Socorro Tático).
Operações especiais a critério do Comando do Corpo de Bombeiros.
Estrutura do GOST
Composição
O GOST é comandado por um oficial superior (Major), designado pelo Comando do Corpo de Bombeiros, tendo como sub-comandante um oficial intermediário (Capitão) possuindo ainda em sua estrutura duas Seções distintas comandadas por oficiais subalternos (1º Tenente).
A primeira seção é a de Operações Terrestre e a segunda de Operações Aquáticas. Cada uma dessas seções possui Grupos de Operações, sendo compostos cada um dos quatro GOT (Grupo de Operações Terrestres) ou dos três GOA (Grupo de Operações Aquáticas), por:
Como o antigo Grupamento de Busca e Salvamento (GBS), o GOST usa uniformes na cor laranja, a cor internacionalmente utilizada em operações de buscas e salvamentos, entretanto em operações utilizam uniformes e Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) adequados à ocorrência.
Viaturas e equipamentos do GOST
O GOST atua com viaturas tipo picape4X4; embarcações motor de casco flexível e rígido; botes para rafting, dukcs e moto-aquáticas.
Possui além dos equipamentos comuns de mergulho autônomo, equipamentos de fonia sub-aquática; roupas semi-secas para mergulho em baixas temperaturas; equipamentos de trabalho em ambiente vertical, e de montanhismo, etc...
Possui ainda cães das raças pastor-alemão e labrador para busca de pessoas em ambiente de vegetação e escombros, e da raça bloodhound para rastreio de pessoas em trilhas e ambiente de mata e montanha.
Cinoterapia
A cinoterapia é uma terapia realizada com o auxílio de cães. A cinoterapia é muito utilizada como terapia para crianças com problemas psicológicos, problemas de relacionamento social ou afetividade (por exemplo, autismo) ou distúrbios de aprendizagem.[6] Os profissionais das áreas de saúde e educação, como fisioterapeutas, psicólogos, psiquiatras, terapeutas ocupacionais e pedagogos, utilizam o cão como reforçador, estimulador e facilitador da reabilitação e reeducação global do paciente. A diferença da cinoterapia em relação à equoterapia é o tipo de estímulo dado ao paciente. «O tratamento com cavalos baseia-se nos estímulos da movimentação pélvica dos pacientes, com o andar dos cavalos, e no equilíbrio para se manter em cima do animal. Já com os cães tentamos fazer com que as crianças e os idosos realizem os movimentos que haviam sido perdidos». [7]
A atividade de cinoterapia é desenvolvida pelo GOST desde 2014, em conjunto com a Associação Paranaense de Apoio à Criança com Neoplasia (APACN). [8]
O Cão Lost
Lost foi o primeiro cão capacitado para missões de busca e resgate de vítimas em estruturas colapsadas, do Corpo de Bombeiros do Paraná.
Lost nasceu em 13 de novembro de 2006 e logo passou a ser treinado pelo CaboÂngelo Marcos Rocha de Souza. Em 2007 ambos participaram do Curso de Busca, Resgate e Salvamento com Cães, em Brasília.
Evento que serviu de base para a criação de doutrinas e procedimentos no Corpo de Bombeiros do Paraná; participando de vários cursos de formação, tanto de praças quanto de oficiais. Ambos também serviram na Força Nacional, atuando em diversos estados brasileiros. Uma das missões mais importantes foi em Cocal, Piauí, quando houve o rompimento da Barragem de Algodões, em 2009; na qual a dupla conseguiu encontrar muitas vítimas em meio a escombros.
Após servir a comunidade por dez anos, Lost foi aposentado e passou a viver na casa do cabo Ângelo. Contudo continuou atuando como mascote de um programa social do GOST, no atendimento de crianças em tratamento de câncer.
Lost faleceu em 09 novembro de 2016, e recebeu as honras e o carinho de todos os integrantes do grupo em que atuou; tendo sido, cerimonialmente, cremado no município de Pinhais.[9]
↑Os Heróis da Polícia Militar do Paraná - 1854 a 1986. Autoria do Capitão João Alves da da Rosa Filho, publicado pela Associação da Vila Militar (AVM); Curitiba, PR; 2005.
↑Boletim Geral do Corpo de Bombeiros do Paraná nº 51, de 01 de Março de 1956.
↑A História dos Guardas-Vidas no Litoral Paranaense, Décadas de 1950/1960; de Marlon Ricardo de Assis Bastos; Edição da Associação da Vila Militar - AVM; Curitiba - PR; 2006.
↑Portaria do Comando Geral nº 1.447, de 28 de dezembro de 2006.