Encyrtidae é uma grande família de vespas parasitas contendo cerca de 3710 espécies descritas distribuídas por 455 gêneros[1], sendo uma das maiores famílias dentro de Calcidoidea. Divide-se entre duas subfamílias: Encyrtinae e Tetracneminae [2]. São vespas de distribuição cosmopolita registradas em quase todos habitats. Atuam como importantes reguladores de comunidades de insetos, pois são endoparasitóides ou hiperparasitóides de outros insetos; seus hospedeiros[3] são, em sua maioria, cochonilhas e moscas-brancas da ordem Hemiptera. Como parasitóides de insetos, são muito diversos, onde algumas espécies atacam ovos, outras atacam larvas, e alguma até parasitam carrapatos[4].
Algumas espécies reproduzem-se pelo tipo de desenvolvimento conhecido como "poliembrionia", em que um único ovo multiplica-se por clonagem originando numerosos (i.e., de 10 a 1000) indivíduos[5]. As larvas destas vespas variam morfologicamente do formato arredondado ou elipsóide até o vermiforme, a depender da espécie sendo analisada e seus hospedeiros[6]. Normalmente apresentam quatro ou cinco ínstares larvais[7], mas algumas espécies foram descritas de conter dois ínstares[8].
A maioria das espécies é negra ou marrom escuro; algumas espécies são ápteras[9]. Vespas desta família apresentam um padrão típico extremamente reduzido de venação das asas, com a veia mesonotal bem curta[10]. Os esporões das tíbias frontais são bem visíveis e curvos, enquanto que os das tíbias medianas são grandes e robustos. As suturas parapsidais são muito discretas ou ausentes, compondo um grande mesopleuron que ocupa cerca de 2/3 do mesossoma[11]. As placas cercais são avançadas, gerando tergitos característicos na porção anterior do gáster.
Inclui muitas espécies de interesse econômico, usadas em controle biológico de pragas[12].
Referências
- ↑ «The Chalcidoidea (Insecta: Hymenoptera) of India and the adjacent countries. Part I. Reviews of families and keys to families and genera». Oriental Insects (1): 163–310. Janeiro de 1985. ISSN 0030-5316. doi:10.1080/00305316.1985.10433710. Consultado em 31 de julho de 2023
- ↑ «How to access research remotely». www.cabdirect.org. Consultado em 31 de julho de 2023
- ↑ Trjapitzin, V. A. (1 de abril de 2008). «A review of encyrtid wasps (Hymenoptera, Chalcidoidea, Encyrtidae) of Macaronesia». Entomological Review (em inglês) (2): 218–232. ISSN 1555-6689. doi:10.1134/S0013873808020085. Consultado em 31 de julho de 2023
- ↑ Hu, Renjie; Hyland, K. E.; Oliver,, J. H., Jr. (1 de julho de 1998). «A review on the use of Ixodiphagus wasps (Hymenoptera: Encyrtidae) as natural enemies for the control of ticks (Acari: Ixodidae)». Systematic and Applied Acarology (0). 19 páginas. ISSN 1362-1971. doi:10.11158/saa.3.1.3. Consultado em 31 de julho de 2023
- ↑ Strand, Michael R. (1 de janeiro de 2009). Resh, Vincent H.; Cardé, Ring T., eds. «Chapter 208 - Polyembryony». San Diego: Academic Press (em inglês): 821–825. ISBN 978-0-12-374144-8. doi:10.1016/b978-0-12-374144-8.00217-4. Consultado em 31 de julho de 2023
- ↑ Doutt, Richard L. (agosto de 1952). «The Teratoid Larva of Polyembryonic Encyrtidae (Hymenoptera)». The Canadian Entomologist (em inglês) (8): 247–250. ISSN 1918-3240. doi:10.4039/Ent84247-8. Consultado em 31 de julho de 2023
- ↑ Takasu, Keiji (25 de junho de 1989). «The Number of Larval Instars in Ooencyrtus Species (Hymenoptera, Encyrtidae) :». 昆蟲 (em inglês) (2): 398–401. Consultado em 31 de julho de 2023
- ↑ Lawson, Fred A. (1954). «Observations on the Biology of Comperia Merceti (Compere), (Hymenoptera:Encyrtidae)». Journal of the Kansas Entomological Society (4): 128–142. ISSN 0022-8567. Consultado em 31 de julho de 2023
- ↑ Heraty, John M.; Schauff, Mike E. (agosto de 1998). «Mandibular teeth in Chalcidoidea: function and phylogeny». Journal of Natural History (em inglês) (8): 1227–1244. ISSN 0022-2933. doi:10.1080/00222939800770611. Consultado em 31 de julho de 2023
- ↑ «Chalcidoidea». www.nhm.ac.uk. Consultado em 31 de julho de 2023
- ↑ Noyes, JS (2018). Fauna of New Zealand 13: Encyrtidae (Insecta: Hymenoptera). [S.l.]: DSIR
- ↑ Marchiori, C. H.; Silva Filho, O. M.; Pereira, L. A.; Ribeiro, L. C. S.; Borges, V. R. (outubro de 2004). «Hemencyrtus herbertii Ashmead (Hymenoptera: Encyrtidae) como parasitóides de dípteros muscóides coletados em Itumbiara, Goiás». Arquivo Brasileiro de Medicina Veterinária e Zootecnia: 691–693. ISSN 0102-0935. doi:10.1590/S0102-09352004000500021. Consultado em 31 de julho de 2023