Na última eleição direta para o governo estadual realizada antes da imposição do bipartidarismo pelo Regime Militar de 1964 os potiguares assistiram a uma reedição do embate havido em 1960 entre as forças políticas comandadas por Aluizio Alves e Dinarte Mariz e se naquela ocasião Alves triunfou sobre Djalma Marinho, desta vez a derrota afligiu ao próprio Mariz numa peleja contra Walfredo Gurgel. Durante a campanha os simpatizantes de Gurgel e de seu padrinho político ostentavam bandeiras verdes como símbolo e seus adversários tinham o emblema das bandeiras vermelhas ornadas com um chapéu de palha ao fundo.[3]
O novo governador potiguar nasceu em Caicó e possui graduação em Filosofia e Teologia na Pontifícia Universidade Gregoriana em Roma e no curso de sua vida sacerdotal recebeu o título eclesiástico de monsenhor. Vigário das paróquias de Acari e Caicó, dirigiu o Colégio Diocesano Seridoense em sua cidade natal, bem como foi professor e reitor do Seminário Maior de Natal. Walfredo Gurgel entrou para a política através do PSD ao eleger-se eleito deputado federal em 1945, condição que lhe permitiu atuar na Assembleia Nacional Constituinte responsável pela Constituição de 1946,[4] embora não tenha obtido novos mandatos.[5] Seu regresso à vida pública aconteceu em 1960 quando foi eleito vice-governador na chapa de Aluizio Alves, de quem recebeu apoio para eleger-se senador em 1962 e governador em 1965.[6]
Conforme o Tribunal Superior Eleitoral houve 275.468 votos nominais, 2.296 votos em branco (0,82%) e 3.361 votos nulos (1,19%), resultando no comparecimento de 281.125 eleitores.[1][11]
↑A Emenda Constitucional nº 13 promulgada à 8 de abril de 1965 exigia a maioria absoluta de votos para homologar o resultado, quórum inexistente no caso alagoano.
↑Alagoas, Goiás, Guanabara, Maranhão, Mato Grosso, Minas Gerais, Pará, Paraíba, Paraná, Rio Grande do Norte e Santa Catarina.
↑Os governadores eleitos em 1947 terminariam seus mandatos no mesmo dia que o presidente Eurico Gaspar Dutra e a partir de então alguns estados fixaram em cinco anos o mandato de seus governadores na ausência de uma vedação constitucional, e assim os estados acima faziam eleições a cada lustro. Goiás aderiu à regra do quinquênio em 1960, bem como a Guanabara, criada no referido ano.
↑Na época a instituição na qual se formou era a Universidade do Recife, depois integrada à Universidade Federal de Pernambuco.
↑Clóvis Motta renunciou ao mandato de deputado federal em prol de Grimaldi Ribeiro a fim de assumir o mandato de vice-governador.
↑Eleições no domingo em 11 estados: R. G. do Norte (online). O Estado de S. Paulo, São Paulo (SP), 30/09/1965. Geral, p. 10. Página visitada em 13 de agosto de 2017.