Eleições estaduais no Piauí em 2014
As eleições estaduais no Piauí em 2014 ocorreram em 5 de outubro como parte das eleições em 26 estados e no Distrito Federal. Foram eleitos o governador Wellington Dias, a vice-governadora Margarete Coelho, o senador Elmano Férrer, 10 deputados federais e 30 deputados estaduais.[1] Como o primeiro colocado recebeu mais da metade do votos válidos, a eleição foi decidida em primeiro turno. Pela Constituição,[2] o novo governador terá um mandato de quatro anos a se iniciar em 1º de janeiro de 2015.
Após vencer as eleições para governador com Wellington Dias em 2002 e 2006 o PT consolidou a posição de partido governista no Piauí não apenas por suas realizações, mas também pelo alinhamento com o Governo Lula que dirigiu o país no mesmo período. Impossibilitado de lançar um candidato de suas fileiras, o partido apoiou em 2010 o nome de Wilson Martins, médico filiado ao PSB que chegou ao Palácio de Karnak após a renúncia do titular que disputaria com êxito um mandato de senador e com a vitória de Wilson Martins o petismo assegurou sua participação num novo período governamental[3] tendo ainda o suporte do Governo Dilma Rousseff.
O mando petista foi construído pelas vitórias de Wellington Dias sobre Hugo Napoleão e Mão Santa e pelo suporte do PMDB ao governo do PT enquanto as lideranças de oposição se alinhavam em torno do PSDB, que desde 1992 é o vencedor das eleições municipais em Teresina.[4] Tal cenário foi mantido até 2013 quando o PSB rompeu os vínculos com o Governo Federal e lançou a candidatura presidencial de Eduardo Campos e em virtude dessa realidade o PT foi lançado à oposição no cenário estadual e passou a combater tanto Wilson Martins quanto Moraes Souza Filho (Zé Filho), que assumiu o governo em abril de 2014 após a renúncia do titular e se consolidou como candidato do PMDB ao substituir o deputado federal Marcelo Castro.[5]
Derrotado na eleição para prefeito de Teresina em 2012, Wellington Dias reconstruiu seu grupo político ao aliar-se ao senador Ciro Nogueira, presidente nacional do PP e genro do ex-governador Lucídio Portela, oferecendo à deputada estadual Margarete Coelho a candidatura a vice-governadora e também atraiu o PTB que elegeu Elmano Ferrer como substituto do senador João Vicente Claudino. Apurados os votos esta chapa foi vencedora e deu a Wellington Dias a inédita condição de vencer três eleições diretas para o Palácio de Karnak tornando-se o primeiro piauiense a romper a barreira do milhão de votos e ainda estabeleceu um novo recorde percentual na disputa pelo governo do estado.[1][nota 1]
No referente à eleição para senador o triunfo de Elmano Ferrer fez de Wilson Martins o primeiro ex-governador a ser derrotado na disputa senatorial no mesmo ano da renúncia ao Executivo desde Chagas Rodrigues em 1962, embora a legislação da época tenha permitido sua eleição para deputado federal no mesmo pleito.[4] Sobre o novo senador, ele nasceu em Lavras da Mangabeira e formou-se engenheiro agrônomo na Universidade Federal do Ceará e advogado pela Universidade Federal do Piauí. Secretário de Planejamento no governo Freitas Neto, foi eleito vice-prefeito de Teresina via PTB na chapa de Sílvio Mendes em 2004 e reeleito em 2008 sendo efetivado prefeito em 2010 quando o titular renunciou a fim de disputar o governo do estado. Derrotado por Firmino Filho ao buscar a reeleição na eleição municipal de 2012, Elmano Ferrer substituirá o senador João Vicente Claudino.[6][1][7]
Este ano a presença da mulher na política estadual alcançou um novo patamar após a eleição de Margarete Coelho como vice-governadora e também no aumento da presença feminina na bancada piauiense no Congresso Nacional com a efetivação da senadora Regina Sousa e a eleição de duas deputadas federais, embora a "bancada do batom" na Assembleia Legislativa tenha sofrido uma redução de sete para quatro integrantes.[1]
Resultado da eleição para governador
Candidatos a governador do estado
|
Candidatos a vice-governador |
Número |
Coligação |
Votação |
Percentual
|
Wellington Dias PT |
Margarete Coelho PP |
13 |
A vitória com a força do povo (PT, PP, PTB, PR, PRP, PROS, PHS, SD) |
1.053.342 |
63,08%
|
Moraes Souza Filho PMDB |
Sílvio Mendes PSDB |
15 |
Piauí no coração (PMDB, PSDB, PSB, PSD, DEM, PPS, PDT, PCdoB, PV, PRB, PSL, PTN, PSDC, PMN, PTC, PTdoB, PEN) |
555.201 |
33,25%
|
Mão Santa PSC |
Nilfrânio Nascimento PSC |
20 |
PSC (sem coligação) |
25.877 |
1,55%
|
Maklandel Aquino PSOL |
Romualdo Brasil PCB |
50 |
O poder popular na construção do socialismo (PSOL, PCB) |
22.480 |
1,35%
|
Daniel Solon PSTU |
Solimar Silva PSTU |
16 |
PSTU (sem coligação) |
6.452 |
0,39%
|
Neto Sambaíba PPL |
Rejane Palácio PPL |
54 |
PPL (sem coligação) |
4.217 |
0,25%
|
Lourdes Melo PCO |
Cloves José PCO |
29 |
PCO (sem coligação) |
2.180 |
0,13%
|
Eleito
Resultado da eleição para senador
O candidato Aldir Nunes (PCB) teve indeferido o seu registro.[1]
Candidatos a senador da República
|
Candidatos a suplente de senador |
Número |
Coligação |
Votação |
Percentual
|
Elmano Ferrer PTB |
José Amauri PROS Alzenir Porto PTB |
141 |
A vitória com a força do povo (PT, PP, PTB, PR, PRP, PROS, PHS, SD) |
981.219 |
62,29%
|
Wilson Martins PSB |
Edvaldo Marques PSB Urbano Eulálio PSDB |
400 |
Piauí no coração (PMDB, PSDB, PSB, PSD, DEM, PPS, PDT, PCdoB, PV, PRB, PSL, PTN, PSDC, PMN, PTC, PTdoB, PEN) |
562.615 |
35,72%
|
Gustavo Henrique PSC |
Ismaías Mesquita PSC Hartemes Silva PSC |
200 |
PSC (sem coligação) |
19.286 |
1,22%
|
Geraldo Carvalho PSTU |
Petrônio de Paula PSTU Gervásio Santos PSTU |
160 |
PSTU (sem coligação) |
8.274 |
0,53%
|
Claudionor Oliveira PPL |
Lisete Napoleão PPL Sansei Maurício PPL |
544 |
PPL (sem coligação) |
3.840 |
0,24%
|
Eleito
Deputados federais eleitos
São relacionados os candidatos eleitos com informações complementares da Câmara dos Deputados.[8][9]
Número
|
Deputados federais eleitos
|
Partido
|
Votação
|
Percentual
|
Cidade onde nasceu
|
Unidade federativa
|
1311
|
Rejane Dias[nota 2]
|
PT
|
134.157
|
7,74%
|
São João do Piauí
|
Piauí
|
4040
|
Átila Lira
|
PSB
|
129.276
|
7,46%
|
Piripiri
|
Piauí
|
1111
|
Iracema Portela
|
PP
|
121.121
|
6,99%
|
Teresina
|
Piauí
|
1515
|
Marcelo Castro[nota 3]
|
PMDB
|
111.132
|
6,41%
|
São Raimundo Nonato
|
Piauí
|
5555
|
Júlio César
|
PSD
|
99.750
|
5,75%
|
Guadalupe
|
Piauí
|
1313
|
Assis Carvalho
|
PT
|
94.093
|
5,43%
|
Oeiras
|
Piauí
|
4041
|
Rodrigo Martins
|
PSB
|
92.349
|
5,33%
|
Teresina
|
Piauí
|
4036
|
Heráclito Fortes
|
PSB
|
90.898
|
5,24%
|
Teresina
|
Piauí
|
1410
|
Paes Landim
|
PTB
|
82.549
|
4,76%
|
São João do Piauí
|
Piauí
|
1490
|
Fábio Abreu[nota 2]
|
PTB
|
80.839
|
4,66%
|
Fortaleza
|
Ceará
|
Deputados estaduais eleitos
Haviam 30 cadeiras na Assembleia Legislativa do Piauí, número vigente desde 1986 sendo relacionadas as legendas às quais pertenciam no momento da eleição.[1]
Número
|
Deputados estaduais eleitos
|
Partido
|
Votação
|
Percentual
|
Cidade onde nasceu
|
Unidade federativa
|
40111
|
Wilson Brandão
|
PSB
|
63.400
|
3,57%
|
Rio de Janeiro
|
Rio de Janeiro
|
15101
|
Severo Eulálio
|
PMDB
|
48.374
|
2,73%
|
Teresina
|
Piauí
|
15110
|
Zé Santana[nota 4]
|
PMDB
|
46.955
|
2,65%
|
Paraibano
|
Maranhão
|
15111
|
Themístocles Filho
|
PMDB
|
44.462
|
2,51%
|
Teresina
|
Piauí
|
15130
|
Juliana Moraes Souza
|
PMDB
|
43.579
|
2,46%
|
Teresina
|
Piauí
|
40123
|
Rubem Martins
|
PSB
|
41.884
|
2,36%
|
Santa Cruz do Piauí
|
Piauí
|
12369
|
Flávio Nogueira Júnior[nota 5]
|
PDT
|
39.152
|
2,21%
|
Teresina
|
Piauí
|
14454
|
Hélio Isaías da Silva[nota 6]
|
PTB
|
37.764
|
2,13%
|
Teresina
|
Piauí
|
55789
|
Georgiano Neto
|
PSD
|
37.204
|
2,10%
|
Teresina
|
Piauí
|
12345
|
Robert Rios
|
PDT
|
36.903
|
2,08%
|
Teresina
|
Piauí
|
45555
|
Marden Menezes
|
PSDB
|
35.809
|
2,02%
|
Teresina
|
Piauí
|
14114
|
Fernando Monteiro
|
PTB
|
35.558
|
2,00%
|
Teresina
|
Piauí
|
40555
|
Gustavo Neiva
|
PSB
|
35.388
|
2,00%
|
Teresina
|
Piauí
|
55555
|
José Pessoa Leal
|
PSD
|
34.664
|
1,95%
|
Água Branca
|
Piauí
|
13123
|
Francisco Lima[nota 6]
|
PT
|
34.639
|
1,95%
|
Matias Olímpio
|
Piauí
|
45123
|
Luciano Nunes[nota 7]
|
PSDB
|
33.770
|
1,90%
|
Teresina
|
Piauí
|
15199
|
Pablo Santos[nota 4]
|
PMDB
|
33.665
|
1,90%
|
Picos
|
Piauí
|
14123
|
Janaína Marques[nota 6]
|
PTB
|
31.830
|
1,79%
|
Teresina
|
Piauí
|
11111
|
Júlio Arcoverde
|
PP
|
31.055
|
1,75%
|
Teresina
|
Piauí
|
55132
|
Edson Ferreira
|
PSD
|
30.606
|
1,73%
|
São Raimundo Nonato
|
Piauí
|
13111
|
Fábio Novo[nota 8]
|
PT
|
28.684
|
1,62%
|
Bom Jesus
|
Piauí
|
15555
|
João Madison Nogueira
|
PMDB
|
26.722
|
1,51%
|
Corrente
|
Piauí
|
45145
|
Firmino Paulo
|
PSDB
|
26.623
|
1,50%
|
Teresina
|
Piauí
|
14789
|
Liziê Coelho
|
PTB
|
26.552
|
1,50%
|
Paulistana
|
Piauí
|
10123
|
Gessivaldo Isaías[nota 9]
|
PRB
|
25.626
|
1,44%
|
Teresina
|
Piauí
|
14000
|
Nerinho[nota 6]
|
PTB
|
24.382
|
1,37%
|
Picos
|
Piauí
|
22222
|
Fábio Xavier[nota 6]
|
PR
|
24.163
|
1,36%
|
São Luís
|
Maranhão
|
13678
|
Flora Izabel
|
PT
|
23.733
|
1,34%
|
Teresina
|
Piauí
|
36789
|
Evaldo Gomes
|
PTC
|
21.059
|
1,19%
|
Teresina
|
Piauí
|
36123
|
Hélio Oliveira
|
PTC
|
12.997
|
0,73%
|
Canto do Buriti
|
Piauí
|
Estatísticas parlamentares
Na eleição para deputado federal as duas coligações mais votadas conseguiram cinco vagas cada enquanto na eleição para deputado estadual o placar foi de vinte a dez para os apoiadores do governador Moraes Souza Filho sobre os de Wellington Dias.[1]
- Deputados federais
|
- Deputados estaduais
|
Notas
- ↑ Tomando por base as eleições realizadas após o Estado Novo, Alberto Silva chegou ao governo por via indireta em 1970 e foi eleito em 1986. Anos mais tarde, Mão Santa foi o primeiro governador a ser eleito e reeleito em 1994 e 1998, respectivamente. Quanto a Hugo Napoleão este foi eleito em 1982 e regressou ao poder após a cassação de Mão Santa pelo Tribunal Superior Eleitoral em 2001.
- ↑ a b Wellington Dias escolheu o deputado federal Fábio Abreu para a Secretaria de Segurança e Rejane Dias para a Secretaria de Educação enquanto o segundo suplente, Merlong Solano, ficou na Secretaria de Governo. Foram convocados então os suplentes Silas Freire e José Maia Filho.
- ↑ Afastou-se em favor do suplente, Flávio Nogueira, após ser nomeado para comandar o Ministério da Saúde pela presidente Dilma Rousseff.
- ↑ a b Em 6 março de 2007 Wellington Dias oficializou o retorno do PMDB ao governo estadual nomeando Zé Santana secretário de Assistência Social e Cidadania; no dia 30 Pablo Santos assumiu a presidência da Fundação Estatal Piauiense de Serviços Hospitalares (FEPISERH), resultando nas convocações de Ismar Marques e Mauro Tapety.
- ↑ Assumiu como secretário do Turismo em 16 de outubro de 2015 e assim garantiu o retorno de Belê Medeiros, afastada quando Luciano Nunes reassumiu o mandato que cabia ao mesmo.
- ↑ a b c d e Em 6 de março de 2015, Wellington Dias nomeou cinco deputados estaduais da coligação "A Vitória com a Força do Povo" para compor a sua equipe: Fábio Xavier (secretário das Cidades) Francisco Lima (secretário de Desenvolvimento Rural), Hélio Isaías (secretário da Defesa Civil), Janaína Marques (secretária de Infraestrutura) e Nerinho (secretário de Desenvolvimento Econômico). Em razão disso convocaram: Ziza Carvalho, Aluísio Martins, Cícero Magalhães, Henrique Rebelo e Joel Rodrigues da Silva. Outras mofificações ocorreram em 13 de abril de 2015 quando Ziza Carvalho (substituído por Francis Lopes) e Henrique Rebelo (substituído por João de Deus Sousa) foram nomeados, respectivamente, secretário de Meio Ambiente e secretário de Assistência Social e Cidadania. Além disso, a eleição de Joel Rodrigues da Silva para prefeito de Floriano em 2016 permitiu a convocação de Antônio Uchôa, porém como este era o suplente menos votado, deixou a Assembleia Legislativa quando Henrique Rebelo foi exonerado da secretaria que comandava.
- ↑ Presidente da Fundação Municipal de Saúde de Teresina (entre 23 de fevereiro e 22 de setembro de 2015) por escolha do prefeito Firmino Filho, deu lugar a Antônio Félix. Primeiro suplente de sua coligação, Antônio Félix exerceu o mandato até 29 de junho de 2017 quando Themístocles Filho o nomeou presidente da Fundação Humberto Reis (Fundalegis), ligada à Assembleia Legislativa do Piauí, ocasionando a convocação de Benedito Sá Filho.
- ↑ Nomeado secretário de Cultura em 29 de junho de 2015, permitiu a convocação de José Hamilton Furtado Castelo Branco.
- ↑ Mesmo integrante da coligação "Piauí no Coração III" (que apoiou Moraes Souza Filho), Gessivaldo Isaías foi nomeado secretário do Trabalho em 6 de março de 2015. A essa altura o primeiro suplente, Antônio Félix, já estava no exercício do mandato e assim Belê Medeiros foi convocada.
Referências
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| Eleição | | |
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Eleições estaduais | |
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Eleições singulares | |
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