O Império Romano havia espalhado o cristianismo no território bretão, mas devido à invasão anglo-saxã das ilhas Britânicas, o paganismo anglo-saxão agora era a religião dominante. Osvaldo da Nortúmbria e seus irmãos, viveram entre os gaélicos de Dál Riata como príncipes exilados desde suas expulsões por uma casa real rival em 616. Provavelmente Osvaldo visitou o mosteiro da ilha de Iona, e certamente converteu-se ao cristianismo, e foi batizado. Em 634, recuperou o reino da Nortúmbria, e estava determinado a trazer o cristianismo para a maioria daquela população pagã.
Devido ao seu passado entre os gaélicos, ele solicitou missionários de Iona, o mosteiro pré-eminente dos irlandeses, onde atualmente fica a Escócia, em vez dos missionários da Inglaterra. Inicialmente o mosteiro enviou um bispo novo chamado Cormano, mas ele não obteve sucesso algum e logo retornou a Iona, relatando que os nortúmbrios eram por demais teimosos para serem convertidos. Edano criticou os métodos de Cormano e foi enviado como substituto em 635.[2]
Edano escolheu Lindisfarne, assim como Iona, uma ilha, e próxima à fortaleza real de Bamburgo (Bamburgh), para ser a sede de sua diocese. O rei Osvaldo, que após seus anos de exílio, tinha um domínio perfeito do irlandês, muitas vezes tinha que servir de tradutor para Edano e seus monges, que no começo não falavam inglês. Quando Osvaldo morreu em 642, Edano continuou a receber apoio do rei Osvino de Deira e os dois tornaram-se amigos íntimos.
Um inspirado missionário, Edano percorreu a pé uma aldeia após outra, educadamente conversando com as pessoas que ele encontrava, e aos poucos, despertando-lhes o interesse pelo cristianismo. Segundo a lenda, o rei deu a Edano um cavalo para que ele não precisasse mais andar durante sua missão evangelizadora, mas Edano deu o cavalo para um mendigo. Com paciência, conversando com as pessoas em seu próprio nível, Edano e seus monges lentamente trouxeram o cristianismo para as comunidades nortúmbrias. Edano também acolheu doze meninos ingleses para treiná-los no mosteiro, a fim de assegurar que a futura liderança religiosa da região fosse inglesa.
Em 651, um exército pagão comandado por Penda atacou Bamburgo e tentou incendiar suas muralhas. Segundo a lenda, Edano rezou pedindo a proteção divina para a cidade, após o que, a direção do vento mudou e a fumaça e o fogo sopraram na direção do inimigo, repelindo-os. Daí ele ser considero o protetor daqueles que combatem incêndios.
Edano foi um membro do ramo irlandês do cristianismo, em oposição ao que poderíamos chamar de ramo romano, ou latino, mas seu caráter e sua energia no trabalho missionário granjeou a seu favor o respeito do Papa Honório I e de Félix da Borgonha.
Osvino de Deira, amigo de Edano, foi assassinado em 651. Doze dias depois Edano morreu, em 31 de agosto, no décimo sétimo ano de seu episcopado.[2] Adoeceu quando estava no castelo de Bamburgo, e morreu encostado ao contraforte de uma igreja em uma propriedade real perto de Bamburgo.
O mosteiro que fundou cresceu e ajudou a fundar igrejas e outros mosteiros em toda a região. Tornou-se também um típico centro de saber e guardião do conhecimento da época. São Beda, o Venerável viria a escrever mais tarde a biografia de Edano e descrever os milagres atribuídos a ele. Sua festa é comemorada no dia 31 de agosto (Igreja Católica, Comunhão Anglicana), e em 9 de junho (Igreja Luterana).