Dani (Débora Falabella) é uma jovem publicitária que lida desde sua infância com crises de ansiedade. Já adulta, ela recorre a várias alternativas de terapias e medicamentos para lidar com esse problema e todos ao seu redor, incluindo sua mãe superprotetora Sílvia (Yara de Novaes).[7]
O filme é uma adaptação do livro de mesmo nome escrito por Tati Bernardi e lançado em 2016. A adaptação para roteiro cinematográfico é assinada por Gustavo Lipsztein. A direção é de Júlia Rezende, sendo esse o seu sétimo longa-metragem.[8] O filme é produzido por Mariza Leão, da Morena Filmes, e conta com coprodução dos estúdios Miravista e da Globo Filmes.[9]
Essa é a terceira parceria nos cinemas entre a cineasta Júlia Rezende e a escritora Tati Bernardi. Anteriormente, elas haviam trabalhado juntas na franquia Meu Passado me Condena, composta por dois filmes, lançados em 2013 e 2015, e uma série produzida pelo canal Multishow.[10] Em coletiva de imprensa, a diretora comentou sobre a adaptação do roteiro: "O livro tem uma personagem bem definida que passa por muitas situações diferentes – não é uma narrativa linear, com começo, meio e fim. Nosso roteirista construiu um roteiro vertiginoso, frenético em muitos momentos. Foi muito desafiador adaptar aquele texto para o cinema, apesar dele já propor algumas linguagens e caminhos possíveis".[10]
As gravações ocorreram ao longo de sete semanas e foram iniciadas em 12 de março de 2019. Ao todo, o filme contou com mais de 70 locações espalhadas pelas cidade de São Paulo e Rio de Janeiro. Algumas das locações usadas incluem o bairro do Alto da Boa Vista, Laranjeiras e Praia de Grumari, no Rio de Janeiro; em São Paulo, ocorreram em locais como o Bar Tokyo, a Livraria Comendador, em bairros como Higienópolis e Jardins Paulista.[9]
Lançamento
Inicialmente, a produção tinha data de estreia marcada para abril de 2020, mas com a pandemia de COVID-19 teve seu lançamento adiado para 25 de fevereiro de 2021. Com isso, antes da estreia, a produção criou o spin-off Diário de Quarentena, em formato de web-série, mostrando como Dani lidou com sua ansiedade no contexto de isolamento social.[11]
Recepção
Bilheteria
Em seu final de semana de estreia, entre 25 e 28 de fevereiro de 2021, o filme ocupou a quinta posição entre os filmes mais assistidos nos cinemas brasileiros. Nesse período, o filme arrecadou cerca de R$ 154,5 mil.[4] Ao todo, Depois a Louca Sou Eu registrou um público estimado em 29 mil espectadores.[12] Mesmo com as limitações de distribuição e impostas pela pandemia de COVID-19, o filme se manteve como um dos produtos do audiovisual nacional mais assistidos do ano de 2021.
Crítica
Depois a Louca Sou Eu gerou uma repercussão mista entre os críticos de cinema. Em geral, o filme foi elogiado pela maneira cômica de tratar a ansiedade e o desempenho do elenco, sobretudo de Débora Falabella, recebeu aclamação. Entre os usuários do website agregador de notas IMDb, em 16 de março de 2021, o filme obtinha uma nota média de 6,6 de 10 pontos com base em 11 avaliações.[13]
Bárbara Demerov, em sua crítica para o websiteAdoroCinema, avaliou o filme com 3,5 de 5 estrelas (), o que o classifica como "Bom". Segundo sua resenha, a interpretação de Débora como a publicitária Dani é capaz de despertar sentimentos incômodos em boa parte do filme, ressaltando-o como um ponto positivo. Ela destaca que a direção de Júlia Rezende também é um dos pontos positivos no filme, proporcionando um "toque feminino" que é crucial para o tom de algumas cenas. Ela conclui sua crítica escrevendo que o filme "possui muitas características da comédia romântica que recaem em clichês do gênero, como o namoro que vai e vem e a escolha pela carreira acima de tudo – além de outros fatores que acontecem rápido demais apenas para construir mudanças de rumo. Contudo, é na relação entre mãe e filha que o filme ganha seu caráter realístico: no fim das contas, o filme fala sobre uma filha que ainda não saiu debaixo das asas da mãe, e vice-versa. É de uma sensibilidade marcante o fato da história se manter sempre focada nas raízes da protagonista, pois é somente neste lugar simbólico que ela poderá se soltar de suas amarras."[14]
Escrevendo para o websiteCinema com Rapadura, Denis Le Senechal Klimiuc também destacou a performance de Débora Falabella como um dos pilares que sustentam o desempenho do filme. O crítico fez uma avaliação positiva do filme, o pontuando com uma nota de 8.5 de 10. Ele comparou o tom do filme e o enredo com as obras do cineasta norte-americano Woody Allen, conhecido por retratar a vida de mulheres que lidam com assuntos complexos. Para ele, o filme "renova os votos do espectador com a comédia brasileira, que havia ficado em torpor até o surgimento desta obra. Além disso, vale pela incursão à mente de Bernardi, sempre divertida e objetiva, combinada ao talento de Falabella. Uma comédia divertida e maluca, sem dúvida, mas necessária."[15]
Lucas Salgado, crítico do websiteCinePOP, também avaliou o filme positivamente. Ele pontuou que Débora Falabella foi a escolha perfeita para interpretar a protagonistas e ressaltou o bom desempenho da atriz nas cenas de humor e, principalmente, nas cenas de mais dramáticas. Inclusive, o mesmo destacou a mescla do drama com o humor como um ponto fundamental para o funcionamento do roteiro. Ele escreveu que Depois a Louca Sou Eu é um "retrato bem-humorado dessa 'geração rivotril'. Tem o mérito de não fazer apologia ao uso de medicamentos de tarja preta, mas talvez minimize um pouco o impacto dos mesmos para fazer rir. A relação de Dani com a mãe também gera boas risadas, mas a repetição de situações acaba prejudicando um pouco a dinâmica. Ainda assim, estamos diante de uma obra interessante e envolvente."[16]
↑Batista, Duda; Novaes, Yara de; Falabella, Débora; Lamm, Débora (21 de outubro de 2019), Depois a Louca Sou Eu, Miravista, consultado em 16 de março de 2021