Carlos César Sampaio Campos (São Paulo, 31 de março de 1968) é um ex-futebolista brasileiro que atuava como volante.
Ídolo histórico do Palmeiras, também teve passagens pelos outros três grandes clubes paulistas: Santos, Corinthians e São Paulo.[3][4]
Após se aposentar dos gramados, passou a trabalhar como auxiliar técnico do treinador Tite.[5]
Carreira
Santos
Quando criança, atuou por três anos no time de futebol de salão do São Paulo.[1][6] Indicado pelo ex-jogador Lima, que o conheceu no bairro do Jabaquara,[7] César começou a chamar atenção em 1983, atuando no time infantil do Santos.[6] Na época, tinha o apelido de "Cara Inchada".[1]
Teve chance no time principal em 1986, aos 18 anos,[8][9] atuando na lateral-direita sob o comando do técnico Júlio Espinosa,[6][7] e foi titular durante todo o Campeonato Paulista daquele ano.[10] No ano seguinte, foi apontado como uma das revelações do Campeonato Paulista.[11][12]
Em 1988, o presidente do Santos Manoel dos Santos Sá renunciou ao cargo, após o veto do Conselho à venda do passe de César Sampaio e Marco Antônio Cipó ao empresário Juan Figer.[13][14]
No ano de 1990, ganhou a Bola de Prata por suas atuações no Campeonato Brasileiro.[15][16]
Em 1991, foi envolvido numa troca junto ao Palmeiras, quando as duas diretorias negociaram a sua troca por 450 mil dólares e o passe do meia Ranielli e do atacante Serginho Fraldinha.[17][18][19]
Ao todo, César Sampaio atuou em 298 jogos e marcou nove gols pelo Alvinegro Praiano.[9]
Palmeiras
O volante obteve no Alviverde tudo o que não alcançou no Santos: títulos e reconhecimento. Numa equipe que teve num curto período de tempo craques como Zinho, Evair, Edílson e Edmundo, Sampaio sempre destacou-se como líder natural. Calmo e articulado, tinha grande ascendência entre os seus companheiros, sejam eles experientes ou iniciantes. Teve grandes atuações e marcou um gol antológico quando partiu com a bola do meio de campo.
No clube alviverde, César conquistou os Brasileiros de 1993[20] e 1994, os Paulistas de 1993[21] e 1994,[22] e os Rio-São Paulo de 1993 e 2000.[23]
Japão, retorno ao Palmeiras e La Coruña
Em 1995, juntamente com seus companheiros Zinho e Evair, Sampaio se transferiu para o Japão, para o Yokohama Flügels.
De volta ao Palmeiras, em 1999,[24] foi o capitão da equipe na mais importante conquista da história do clube: a Copa Libertadores de 1999, além do Torneio Rio-São Paulo de 2000.
No ano seguinte foi para o Deportivo La Coruña, onde não obteve muito sucesso.
Corinthians
No meio de 2001, resolveu voltar ao futebol brasileiro e, a convite de Vanderlei Luxemburgo, acabou indo parar no Corinthians para a disputa do Brasileirão.[25] Porém, seguidas contusões o fizeram atuar em apenas nove jogos pelo clube e ao fim do ano, com a troca de treinador (Parreira chegou), ele acabou voltando para o Japão.[25]
São Paulo
Para encerrar a carreira, voltou ao Brasil e assinou com o São Paulo em 2004. Deixou o clube no dia 21 de dezembro, anunciando sua aposentadoria aos 36 anos.[26] No total pelo Tricolor, disputou 27 partidas e marcou apenas um gol.
Seleção Nacional
Em 1987, foi convocado por René Simões para o Torneio Internacional de Toulon.[1][7] No mesmo ano, ganhou o Campeonato Mundial Sub-20.[27]
Estreou pela Seleção Brasileira em 1990, num amistoso contra um combinado de craques do resto do mundo que marcava os 50 anos de Pelé.[28] Apareceu como promessa na Seleção após uma péssima campanha na Copa do Mundo do mesmo ano, na qual a Verde-Amarela foi eliminada pela maior rival, a Seleção Argentina.
Viveu seu auge durante a Copa do Mundo FIFA de 1998, onde se destacou fazendo gols e ficando com o vice-campeonato, após a derrota na final contra a França.[29] Dos seis gols que marcou pelo Brasil, três foram naquele Mundial.
Pós-aposentadoria
Em 2005, César Sampaio se tornou comentarista da equipe esportiva da Rádio Jovem Pan. No mesmo ano, ingressou na Escola Superior do Esporte, onde se formou em Gestão Esportiva.[30]
Em outubro de 2006, César Sampaio criou a AGS - Gestão Esportiva, empresa em sociedade com Rodrigo Aguiar e Fabio Gentile, com quem havia se formado em gestão do esporte.[31] Depois de quase seis meses de negociação, em dezembro de 2006, a AGS (Aguiar, Gentile e Sampaio) firmou contrato de seis anos com Esporte Clube Pelotas, em uma das primeiras gestões profissionais do país, que tinha por objetivo profissionalizar a gestão do clube e transforma-lo em empresa.[32] No final de 2007, o Esporte Clube Pelotas rompeu unilateralmente o contrato.[33] A decisão sobre o caso ainda corre na justiça.
Em 2010, tornou-se sócio da C2B Sports, junto com Cléber Américo, André Barros, Renato Romani e Ricardo Gaz. A C2B Sports é parceira do Rio Claro Futebol Clube.
Foi anunciado como novo gerente remunerado de futebol do Palmeiras no dia 4 de novembro de 2011,[34][35] tendo permanecido no cargo até janeiro de 2013.[36]
Em 30 de janeiro de 2015, tornou-se presidente do Comercial Futebol Clube (Tietê), implementando seu Projeto Cidadãos do Futebol, que tem como objetivo principal ensinar o futebol de forma responsável, valorizando o esporte como ferramenta de Inclusão Social, para crianças, jovens e adolescentes, preparando-os para uma primeira experiência no mercado de trabalho, como atletas ou outras dentro e fora do esporte.[37]
No dia 25 de outubro de 2019, foi anunciado por Juninho Paulista como novo auxiliar técnico da Seleção Brasileira.[38] César Sampaio e o treinador Tite deixaram o cargo em dezembro de 2022, após a eliminação do Brasil na Copa do Mundo realizada no Catar.
Títulos
Como jogador
- Palmeiras
- Yokohama Flugels
- Deportivo La Coruña
- Seleção Brasileira
Outras conquistas
- Palmeiras
- Taça Lazio: 1991
- Troféu Athiê Jorge Couri: 1993
- Taça Reggiana: 1993
- Copa Lev Yashin: 1994
- Taça Nagoya: 1994
- Copa Brasil-Itália: 1994
Campanhas de destaque
- Seleção Brasileira
Prêmios individuais
- Santos
- Palmeiras
- Bola de Prata da revista Placar: 1993
- Bola de Ouro da revista Placar: 1993
Referências
Ligações externas
Prêmios |
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1 Placar passou a entregar o prêmio, destinado ao dono da média mais alta na Bola de Prata, a partir de 1973. Na cerimônia de 2013, premiou Dirceu Lopes por ter a melhor média de 1971. Francisco Reyes e Elías Figueroa, respectivamente os melhores de 1970 e 1972, ainda não foram anunciados como premiados.
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