O Consistório Ordinário Público de 2023 foi o nono do pontificado do Papa Francisco. O Papa criou 21 novos cardeais, dos quais 18 eleitores e 3 eméritos (não eleitores).[1] Neste Consistório foram criados o primeiro cardeal do Sudão do Sul e o primeiro Reitor-Mor da Congregação Salesiana no exercício da função. O frei Luis Pascual Dri, O.F.M. Cap., por conta de sua idade, não viajou para receber suas insígnias.[2]
Em sua homilia, Francisco destacou o texto dos Atos dos Apóstolos: "Trata-se de um texto fundamental, a narração do Pentecostes, o batismo da Igreja. Mas aquilo que, na realidade, atraiu o meu pensamento foi um detalhe, ou seja, esta constatação saída da boca dos judeus, que então «residiam em Jerusalém»: são «partos, medos, elamitas...», e assim por diante. Esta longa lista de povos fez-me pensar nos cardeais, que, graças a Deus, são de todas as partes do mundo, das mais diversas nações. Por isso mesmo escolhi esta passagem bíblica".[3]
"Ao lermos a narração do Pentecostes, normalmente nos identificamos com os Apóstolos. É natural que assim seja. Ao passo que aqueles «partos, medos, elamitas», etc. que, na minha mente, associava aos cardeais, não pertencem ao grupo dos discípulos, estão fora do Cenáculo, fazem parte daquela «multidão» que se reuniu quando ouviu o ruído causado pela forte rajada de vento. Os Apóstolos eram «todos galileus», enquanto o povo que se reunira era «proveniente de todas as nações que há debaixo do céu», precisamente como o são os bispos e os cardeais no nosso tempo", afirmou.[3]
Concluiu que "somos evangelizadores na medida em que conservamos no coração a maravilha e a gratidão de ter sido evangelizados; melhor, de ser evangelizados, porque trata-se, na realidade, de um dom sempre atual, que pede para ser continuamente renovado na memória e na fé. Evangelizadores evangelizados, e não funcionários.".[3]