Sua trajetória política começou quando montou uma chapa de oposição no sindicato dos metalúrgicos do Ipatinga. Por este ato, ele, seus companheiros de chapa e alguns dos funcionários simpatizantes foram demitidos pela Usiminas. Filiando-se ao PT e mantendo relação estreita com o então presidente do partido, Lula, Ferramenta alcançou prestígio e tornou-se um dos principais líderes sindicais e políticos de Minas, numa região onde foram instaladas não só a Usiminas mas diversas outras grandes indústrias como a Cenibra, Acesita, Usimec e Belgo-Mineira.
Após ser o segundo deputado estadual mais votado do estado nas eleições de 1986, foi eleito em 1988 para seu primeiro mandato como prefeito de Ipatinga,[3] vitória muito festejada por grande parte da população, principalmente a que estava ligada aos movimentos populares, porque interrompeu de vez com o revezamento de dois políticos tradicionais na cadeira de prefeito: Jamill Selim de Sales e João Lamego Netto.
Os resultados da primeira gestão de Ferramenta foram tão contundentes que ele conseguiu eleger seu vice, João Magno, como sucessor e logo depois, foi novamente eleito para a prefeitura. Sua saga política não termina aí: em 2000 é reeleito prefeito.
Desaparecimento e preocupação nacional
Chico Ferramenta, então prefeito de Ipatinga, desapareceu em 2003 sem dar notícias. Temia-se que ele tivesse sido assassinado como Celso Daniel e Toninho do PT. Posteriormente, ele foi encontrado bem em um hotel.[4]
Eleição anulada
Chico Ferramenta venceu o candidato Sebastião Quintão, que tentava a reeleição, nas eleições de 2008. Na data de sua diplomação, no entanto, Ferramenta foi impedido de tomar posse, porque a justiça eleitoral entendeu que havia irregularidades em sua candidatura.[5]
Poucos dias depois, o próprio Quintão também seria afastado da prefeitura por ação do judiciário, em virtude de abuso do poder econômico em sua gestão anterior. A sequência de afastamentos fez com que a prefeitura tivesse que ser assumida pelo então presidente da Câmara dos Vereadores Robson Gomes.[6]
Saúde e morte
As aparições públicas do ex-prefeito se tornaram bastante esporádicas devido à saúde cada vez mais debilitada. Em um desses raros momentos, de cadeira de rodas, subiu no palanque do então candidato à presidência pelo PT Luiz Inácio Lula da Silva, durante a passagem de sua campanha eleitoral por Ipatinga, em 23 de setembro de 2022.[7]
Em março de 2023, Chico Ferramenta foi internado no Hospital Municipal Eliane Martins sob complicações de uma pneumonia, atingindo um estado grave de saúde.[2] Em 6 de abril, foi transferido para o Hospital Márcio Cunha. Permaneceu internado em UTI de 18 de março a 14 de abril, quando recebeu alta da terapia intensiva.[8] Em 23 de maio, saiu do hospital. Voltou a ser internado de 5 a 19 de junho de 2023, quando pôde voltar para casa. Contudo, foi novamente internado no Hospital Márcio Cunha, acometido por pioras do padrão respiratório e da função renal, em 22 de junho,[9] vindo a falecer às 12h04min de 4 de julho de 2023.[3]
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva lamentou a morte do ex-prefeito de Ipatinga nas redes sociais.[10] O corpo foi velado no Ginásio Eli Amâncio, no Centro Esportivo e Cultural Sete de Outubro, obra construída em gestão do próprio Chico Ferramenta.[11] Foi enterrado no Cemitério Parque Nossa Senhora da Paz, no bairro Veneza, no dia 5 de julho.[12]