Cesto (ou cesta, ou cabaz) é um recipiente aberto para sólidos soltos, com ou sem tampa amovível, tipicamente dotado de uma asa ou duas pegas, destinado habitualmente a transporte por uma ou duas pessoas ou para arrumação sobre mesa (caso em que se chama açafate) ou similar. É tipicamente rígido e feito de material entrançado: juncos, vime, palha ou plástico.
Tudo indica que a técnica do trançado seja mais antiga entre os nativos das Américas do que a cerâmica ou a tecelagem. Empregando fibras vegetais os indígenas produziam inúmeros objetos para os mais distintos usos como cestos para uso doméstico e para transporte de alimentos, peneiras, armadilhas para caça e pesca, abanos para o fogo, objetos de adorno pessoal, redes, etc.[1]
Cabia aos homens dos vários povos que habitavam as margens do Rio Negro a confecção de toda a cestaria.[4] Por outro lado, os seis tipos de cestos dos Parakanã, do Pará, eram todos confeccionados pelas índias.[5]
Cestos e outras utilidades da cestaria eram geralmente tingidos, como observaram Johan Baptiste Von Spix (1781-1826) e MARIUS, Carlos Frederico Philippe Von Martius (1794-1868), dois estudiosos alemães:
Tingiam de vermelho todo este material com sementes de urucu (Bixa Orellana L); de preto com os frutos do jenipapeiro (Genipa americana L.); de e de amarelo com madeira (Broussonetia tinctoria Kunth.).[7]
A seiva do jequitibá (Cariniana spp.) era também usada na pintura de trançados.[8]
O cesto de viagem era item indispensável para a maioria dos índios norte-americanos. Servia para o transporte dos mais variados objetos. Era feito de fibras vegetais e apresentava as malhas largas. Era levado nas costas, sendo suportado por um cordel que se apoiava na testa. Era bastante resistente e, quando vazio, ocupava pequeno espaço.[9]
↑ GALVÃO, Eduardo (1921-1976). Encontro de sociedades: Índios e brancos do Brasil. Prefácio de Darci Ribeiro. Rio de Janeiro, Paz e Terra. 1979, 300 p.
↑CAVALCANTE, Messias S. Comidas dos Nativos do Novo Mundo. Barueri, SP. Sá Editora. 2014, 403p.ISBN 9788582020364
↑REVISTA DE ATUALIDADE INDÍGENA. Comportamento social dos Parakanã. P. 26-33. In: Revista de Atualidade Indígena. Brasília, Fundação Nacional do Índio. 1979, ano III, nº 19, 64p.
↑KANINDÉ ASSOCIAÇÃO DE DEFESA SOCIOAMBIENTAL (2006). Ikolen. Diagnóstico Etnoambiental e Participativo e Plano de Gestão da Terra Indígena Igarapé Lourdes. Rondônia (Kanindé, 2006) e texto do relatório de Lars Lovold e Elisabeth Forseth (ítens "Organização social" e "Cosmologia"). Disponível em http://pib.socioambiental.org/pt/povo/ikolen/print Consulta em 29/08/2012
↑SPIX, Johan Baptiste Von (1781-1826) & MARTIUS, Carlos Frederico Philippe Von (1794-1868). Através da Bahia – Excerptos da obra Reise in Brasilien; transladados ao português pelos Drs. Pirajá da e Paulo Wolf; Trabalho apresentado no 5º Congresso Brasileiro de Geografia; Biblioteca Pedagógica Brasileira, série 5ª, vol. 118, 3ª Ed. 342 p. São Paulo, Cia Editora Nacional. 1938
↑RIBEIRO, Berta G. (1924-1997). Diário do Xingu. Rio de Janeiro, Paz e Terra. 1979, 265 p.
↑CAMPBELL, Paul D. Survival skills of native California. Layton, Utah, Gibbs Smith Publisher. 1999, 448 p.
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