Carlos Francisco Theodoro Machado Ribeiro de Lessa GOMM (Rio de Janeiro, 30 de junho de 1936 – Rio de Janeiro, 5 de junho de 2020) foi um professor e economista brasileiro filiado ao Partido Socialismo e Liberdade (PSOL). Foi presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) durante o governo Lula e reitor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
Formou-se em ciências econômicas pela antiga Universidade do Brasil em 1959, concluindo o mestrado em análise econômica pelo Conselho Nacional de Economia em 1960. Obteve o doutorado no Instituto de Filosofia e Ciências Humanas da Unicamp em 1976.
Foi professor no Instituto Rio Branco do Itamaraty (1961-1964). Ministrou cursos na CEPAL e no ILPES da ONU (1962-1968), no Instituto para Integração da América Latina (1966-1969), na Universidade do Chile (1967), na Unicamp (1979-1994) e na Faculdade de Economia da Universidade Federal Fluminense, entre outras.
Exilado no Chile após o golpe militar de 1964, retornou pouco antes do AI-5 e ajudou a fundar o Instituto de Economia da Unicamp, onde foi professor.[2]
Era professor da UFRJ desde 1978, quando foi admitido através de concurso público juntamente com Maria da Conceição Tavares.
Serviu como assessor do ex-presidente do PMDB Ulysses Guimarães e dirigiu a área social do BNDES, o Finsocial (1985-1989). Foi economista do Instituto Latino Americano de Planificación Económica & Social da ONU e consultor da Fundação para o Desenvolvimento da Administração Pública de São Paulo.[3] Em 1990, foi candidato a vice-governador do Rio de Janeiro.
Em 2002 foi reitor da Universidade Federal do Rio de Janeiro, cargo do qual se licenciou.
Presidência do BNDES
Em 2003, com o apoio de Maria da Conceição Tavares e Aloizio Mercadante, foi convidado pelo presidente Lula para assumir a presidência do BNDES. Aceitou e foi empossado em 17 de janeiro.[4][5]
Em 2004, Lessa foi admitido pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao grau de Grande-Oficial especial da Ordem do Mérito Militar.[1]
De personalidade forte, Carlos Lessa logo bateu de frente com o ministro da Fazenda Antonio Palocci e o ministro do Desenvolvimento, Luiz Fernando Furlan. De verbo solto, Carlos Lessa chegou a declarar a Furlan que o BNDES era vinculado mas "independente" do ministério.[6] Discípulo de Celso Furtado, Carlos Lessa defendeu o desenvolvimentismo e um papel mais ativo do governo no direcionamento da economia. Segundo ele próprio, a imprensa previu sua demissão mais de setenta vezes.[7]
Em novembro de 2004, uma semana após fazer críticas ao presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, com relação ao aumento de juros, Carlos Lessa foi afastado do cargo.[7][8] O ministro do Planejamento Guido Mantega assumiu o cargo. Foi enviado ao presidente Lula um manifesto contra sua demissão, com mais de 500 signatários, entre eles o arquiteto Oscar Niemeyer, o jurista Fabio Konder Comparato e entidades como a Ordem dos Advogados do Brasil e a Central Única dos Trabalhadores.
Eleições 2012
Em setembro de 2011, Lessa filiou-se ao PSOL, junto com o vereador do Rio de Janeiro pelo PPS, Paulo Pinheiro, tendo em vista a disputa eleitoral na capital carioca em 2012.[9]
Vida pessoal
Foi casado com Martha, torcia para o Olaria Atlético Clube e fundou um bloco carnavalesco, o Minerva Assanhada.[4] Tinha por hobby colecionar livros (chegou a ter mais de vinte mil títulos) e também classificar moluscos. É pai do músico Rodrigo Lessa.[10]
Em entrevista à Radio Eldorado (São Paulo), em 12 de outubro de 2009, afirmou ter sido padrinho de casamento de José Serra, ex-governador do estado de São Paulo e candidato à Presidência da República.
Morreu no Rio de Janeiro aos 83 anos, vítima de COVID-19.[11][12]
Referências
Ligações externas