Prêmio da Associação Paulista dos Críticos de Arte (1973) Prêmio Morgado de Mateus (1980) Prêmio Juca Pato (1982) Ordem do Mérito Cultural (2010)
Carlos Drummond de Andrade (Itabira, 31 de outubro de 1902 – Rio de Janeiro, 17 de agosto de 1987) foi um poeta, farmacêutico, contista e cronista brasileiro, considerado por muitos o mais influente poeta brasileiro do século XX.[1]
Drummond foi um dos principais poetas da segunda geração do modernismo brasileiro, embora sua obra não se restrinja a formas e temáticas de movimentos específicos.[2]
Os temas de sua obra são vastos e empreendem desde questões existenciais, como o sentido da vida e da morte, passando por questões cotidianas, familiares e políticas, como o socialismo, dialogando sempre com correntes tradicionais e contemporâneas de sua época. As características formais e estilísticas de sua obra também são vastas, destacando-se, por vezes, o dialeto mineiro.[3]
Drummond nasceu na cidade de Itabira, em Minas Gerais. Sua memória dessa cidade viria a permear parte de sua obra. Seus antepassados, tanto do lado materno como paterno, pertencem a famílias de origem escoto-madeirense[4][5] há muito tempo estabelecidas no Brasil.[6] Posteriormente, foi estudar no Colégio Arnaldo, em Belo Horizonte, e no Colégio Anchieta, dos jesuítas, em Nova Friburgo.[7] Formado em farmácia pela Universidade Federal de Minas Gerais,[8] com Emílio Moura e outros companheiros, fundou "A Revista", para divulgar o modernismo no Brasil.[9]
No mesmo ano em que publica a primeira obra poética, "Alguma poesia" (1930), o seu poema Sentimental é declamado na conferência "Poesia Moderníssima do Brasil",.[1] feita no curso de férias da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, pelo professor da Cadeira de Estudos Brasileiros, Dr. Manoel de Souza Pinto, no contexto da política de difusão da literatura brasileira nas Universidades Portuguesas. Nos anos 1940, Drummond ingressou nas fileiras do Partido Comunista Brasileiro (PCB) e chegou a dirigir um jornal do Partido no Rio de Janeiro, onde realizou uma entrevista com o dirigente do partido Luis Carlos Prestes ainda na cadeia.[10][11] Existe colaboração de sua autoria no semanário Mundo Literário[12] (1946–1948) e na revista luso-brasileira Atlântico [13]
Durante a maior parte da vida, Drummond foi funcionário público, embora tenha começado a escrever cedo e prosseguisse escrevendo até seu falecimento, que se deu em 1987 no Rio de Janeiro, doze dias após a morte de sua filha.[14] Além de poesia, produziu livros infantis, contos e crônicas. Sua morte ocorreu por infarto do miocárdio e insuficiência respiratória.[15]
Drummond, como os modernistas, segue a libertação proposta por Mário de Andrade e Oswald de Andrade; com a instituição do verso livre, mostrando que este não depende de um metro fixo.[1] Se dividirmos o modernismo numa corrente mais lírica e subjetiva e outra mais objetiva e concreta, Drummond faria parte da segunda, ao lado do próprio Oswald de Andrade.[1]
Quando se diz que Drummond foi o primeiro grande poeta a se afirmar depois das estreias modernistas, não se está querendo dizer que Drummond seja um modernista. De fato, herda a liberdade linguística, o verso livre, o metro livre, as temáticas cotidianas.[1]
Affonso Romano de Sant'ana costuma estabelecer a poesia de Carlos Drummond a partir da dialética "eu x mundo", desdobrando-se em três atitudes:
Sobre a poesia política, algo incipiente até então, deve-se notar o contexto em que Drummond escreve. A civilização que se forma a partir da Guerra Fria está fortemente amarrada ao neocapitalismo, à tecnocracia, às ditaduras de toda sorte, e ressoou dura e secamente no eu artístico do último Drummond, que volta, com frequência, à aridez desenganada dos primeiros versos: A poesia é incomunicável / Fique quieto no seu canto. / Não ame.[1] Muito a propósito da sua posição política, Drummond diz, curiosamente, na página 82 da sua obra "O Observador no Escritório", Rio de Janeiro, Editora Record, 1985, que "Mietta Santiago, a escritora, expõe-me sua posição filosófica: Do pescoço para baixo sou marxista, porém do pescoço para cima sou espiritualista e creio em Deus." No final da década de 1980, o erotismo ganha espaço na sua poesia até seu último livro.
Em 1925, casou-se com Dolores Dutra de Morais, com quem teve dois filhos, Carlos Flávio, que viveu apenas meia hora[17] (e a quem é dedicado o poema "O que viveu meia hora", presente em Poesia completa, Ed. Nova Aguilar, 2002), e Maria Julieta Drummond de Andrade.
Em 1987, meses antes de sua morte, a escola de samba Mangueira o homenageou no Carnaval com o enredo "O Reino das Palavras", sagrando-se campeã do Carnaval Carioca naquele ano.[18]
A 5 de abril de 1975, foi agraciado com o grau de Grande-Oficial da Ordem Militar de Sant'Iago da Espada, de Portugal.[19]
Drummond já foi retratado como personagem no cinema e na televisão, interpretado por Carlos Gregório e Pedro Lito no filme Poeta de Sete Faces (2002)[20] e Ivan Fernandes na minissérie JK (2006).
Também teve sua efígie impressa nas notas de NCz$ 50,00 (cinquenta cruzados novos) em circulação no Brasil entre 1988 e 1990.
Atualmente, também, há representações em Esculturas do Escritor, como é o caso das estátuas 'Dois poetas', na cidade de Porto Alegre, e também 'O Pensador', na praia de Copacabana no Rio de Janeiro, além de um memorial em sua homenagem na cidade de Itabira.
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1959: José Paulo Moreira da Fonseca • 1960: Sosigenes Costa • 1961: Cassiano Ricardo • 1962: Mário da Silva Brito • 1963: Mário Chamie • 1964: Cecília Meireles • 1965: Cassiano Ricardo • 1966: Carlos Soule do Amaral • 1967: João Cabral de Melo Neto • 1968: Carlos Drummond de Andrade • 1969: Stella Carr Ribeiro
1970: Lupe Cotrim Garaude (póstumo) • 1971: Dora Ferreira da Silva • 1972: Geraldo Pinto Rodrigues • 1973: Lêdo Ivo • 1974: José Paulo Moreira da Fonseca • 1975: Mauro Motta • 1976: Yone Giannetti Fonseca • 1977: Domingos Carvalho da Silva • 1978: Adélia Prado • 1979: Lélia Coelho Frota
1980: Sebastião Uchoa Leite • 1981: Rubens Rodrigues Filho • 1982: Francisco Alvim • 1983: Orides Fontela • 1984: Hilda Hilst • 1985: Alphonsus de Guimaraens Filho • 1986: Armando Freitas Filho • 1987: Ilka Brunhilde Laurito • 1988: Antonio Fernando de Franceschi • 1989: Francisco Alvim • Alice Ruiz
1990: Manoel de Barros • 1991: Affonso Ávila • 1992: Carlito Azevedo • 1993: Arnaldo Antunes • Moacyr Amâncio • Carlos Drummond de Andrade • Inês O. Depré, Haroldo de Campos • João Cabral de Melo Neto • 1994: Vinicius de Moraes • Rubem Braga • Frederico Barbosa • Marina Colasanti • 1995: Ivan Junqueira • Bruno Tolentino • Paulo Leminski • 1996: Leonardo Fróes • Renata Pallottini • Dora Ferreira da Silva • 1997: Waly Salomão • Thiago de Mello • Carlos Drummond de Andrade • Cecília Meireles • A. B. Mendes Cadaxa • 1998: Alberto da Costa e Silva • Reynaldo Valinho Alvarez • Marly de Oliveira • 1999: Haroldo de Campos • Gerardo Melo Mourão • Salgado Maranhão
2000: Thiago de Mello • Moacyr Félix • Ferreira Gullar • 2001: Anderson Braga Horta • Lêdo Ivo • Alberto da Costa e Silva • 2002: Claudia Roquette Pinto • Thiago de Mello • Ivo Barroso • 2003: Bruno Tolentino • Geraldo Melo Mourão • Marcus Accioly • 2004: Alexei Bueno • Marco Lucchesi • Alphonsus de Guimaraens Filho • Armando Freitas Filho • 2005: Dora Ferreira da Silva • Neide Archanjo • Artur Eduardo Benevides • Antonio Risério, Frederico Barbosa • 2006: Affonso Romano de Sant'Anna • Ruy Espinheira Filho • Domingos Pellegrini • 2007: Affonso Ávila • Neide Archanjo • Armando Freitas Filho • Bruno Tolentino (In Memorian) • 2008: Ivan Junqueira • Marcus Vinicius Quiroga • Paulo Fernando Henriques Britto • 2009: Alice Ruiz • Viviana Bosi • Eucanaã Ferraz • Reynaldo Bessa
2010: Marina Colasanti • Reynaldo Jardim Silveira • Armando Freitas Filho • 2011: Ferreira Gullar • Gilberto Mendonça Teles • Ricardo Aleixo • 2012: Maria Lúcia Dal Farra • Zulmira Ribeiro Tavares • Josely Vianna Baptista • 2013: Ademir Assunção • Glauco Mattoso • Antonio Cicero • 2014: Horácio Costa • Marcus Vinicius Quiroga • Zuca Sardan • 2015: Alexandre Guarnieri • Marco Lucchesi • Manoel Herzog • 2016: Arnaldo Antunes • Salgado Maranhão • Leonardo Aldrovandi • 2017: Simone Brantes • Luci Collin • Daniel Francoy • 2018: Mailson Furtado Viana • 2019: Hilda Machado • 2020: Cida Pedrosa
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