A região está coberta de montanhas e florestas, mas tem vales e distritos costeiros de grande fertilidade. A cadeia mais importante é chamada de Olimpo Mísio, com picos de até 2 500 m perto da cidade de Bursa claramente visíveis de Istambul, a quase 120 km de distância. Seus picos ficam cobertos de neve na maior parte do ano. A extremidade oriental da cadeia segue por mais 160 km, do rio Sakraya (Sangário) até a Paflagônia, fazendo parte do conjunto de montanhas que demarcam o grande platô central da Anatólia. A larga faixa de terra que segue para o oeste até a costa do Bósforo é cheia de colinas e coberta de florestas — Ağaç Denizi, o "Oceano de Árvores" —, mas não é cortada por nenhuma cordilheira. A costa ocidental é recortada por duas baías, a primeira, ao norte, é o Golfo de İzmit (antigo Astacus), que avança entre 65 e 80 quilômetros terra adentro, chegando até a cidade de İzmit (antiga Nicomédia), e é separado do mar Negro por um estreito istmo de apenas 40 km de largura. O segundo é o golfo de Mudania ou Gemlik (golfo de Cius), com 40 km de comprimento. Em sua extremidade está localizada a pequena cidade de Gemlik (antiga Cio), na ponta de um vale que liga a cidade ao lago de Iznik, onde estava antiga cidade de Niceia.
Os principais rios são o rio Sakarya (Sangário), que atravessa a província de norte a sul, o Ríndaco, que a separa da Mísia e o rio Filiyas (Billaeus), que nasce em Aladağ, a 80 km do mar e, depois de atravessar Bolu (antiga Claudiópolis), deságua no Mar Negro perto das ruínas da antiga Tium, a pouco mais de 60 km para o nordeste de Karadeniz Ereğli, a antiga Heracleia Pôntica, um percurso de mais de 160 km. O rio Bartın (Partênio), a fronteira leste da província, é pouco mais do que um riacho.
Os vales na região do Mar Negro são grandes produtores de frutas de todos os tipos enquanto o vale do Sangário e as planícies perto de Bursa e Iznik são férteis e utilizadas para agricultura. Grandes pomares de amoreiras fornecem a seda pela qual Bursa tornou-se famosa ao longo dos séculos e que é produzida na região em escala industrial.
História
De acordo com os autores antigos (Heródoto,[1]Xenofonte, Estrabão e outros), os bitínios eram uma tribo que havia emigrado da Trácia. A existência de um povo chamado tínios lá foi comprovada e é provável que as tribos cognatas dos tínios e dos bitínios tenham se assentado simultaneamente nas regiões vizinhas da Ásia, de onde eles expulsaram ou subjugaram os mísios, caucones e outras tribos menores. Apenas os mariandinos conseguiram se manter mais para o nordeste. Heródoto menciona que ambas as tribos, dos tínios e dos bitínios, coexistiam lado-a-lado, mas, no final, a última acabou se tornando predominante, pois acabou emprestando seu nome à região.
Porém, mesmo antes da conquista da região por Alexandre III da Macedônia, os bitínios parecem ter conseguido sua independência e dois príncipes nativos conseguiram governar a região com sucesso, Bas e Zipoites, este último assumindo o título de rei (basileu) em 297 a.C. Seu filho e sucessor, Nicomedes I, fundou Nicomédia, que rapidamente prosperou, e, durante seu longo reinado (c.278 a.C. – c.255 a.C.) e o de seus sucessores, Prúsias I, Prúsias II e Nicomedes II (entre 149 e 91 a.C.), o Reino da Bitínia conquistou um importante espaço entre as pequenas monarquias da Anatólia. Porém, o último rei, Nicomedes IV, não conseguiu se defender de Mitrídates VI e Bitínia foi anexada ao Reino do Ponto. Depois de ser restaurado ao trono pelo senado romano, Nicomedes deixou seu reino como herança para a República Romana em 74 a.C.. As moedas cunhadas por estes reis representam claramente seus retratos, que eram gravados com extrema habilidade no estilo helenístico.[2]
Já como província romana, as fronteiras da Bitínia variaram muito durante a sua história e ela foi frequentemente unida, por motivos administrativos, com a província do Ponto. Esta era a situação na época de Trajano, quando Plínio, o Jovem, foi nomeado governador das províncias reunidas (109-110 – 111-112), uma circunstância que nos deu consideráveis informações sobre a administração provincial romana.
A Bitínia parece ter atraído muita atenção, principalmente por causa de suas estradas e sua posição estratégia entre as fronteiras do Danúbio ao norte e as do Eufrates no sudeste. Para garantir a comunicação com as províncias do oriente, a monumental Ponte do Sangário foi construída por volta de 562 d.C. e tropas frequentemente invernavam em Nicomédia.
Hiparco de Niceia (século II a.C.), um astrônomo grego que descobriu a precessão, catalogou as estrelas e descobriu como prever a duração das eclipses.
Teodósio (século II a.C.), astrônomo e matemático grego.
Conforme listado no Notitia Dignitatum. A administração provincial foi reformada e as dioceses foram fundadas por Diocleciano(r. 284–305) por volta de 293. As prefeituras pretorianas foram criadas depois da morte de Constantino(r. 306–337). O império foi definitivamente dividido depois de 395. Os exarcados de Ravena e da África foram criados depois de 584. Extensivas perdas territoriais no século VII e as províncias restantes foram reorganizadas no sistema temático por volta de 640-660, embora na Ásia Menor e em partes da Grécia, elas sobreviveram subordinadas aos temas até o início do século IX.