Atua nas áreas de cartões de crédito, crédito consignado, financiamento de veículos, investimentos de renda fixa e banco digital. Também oferece serviço imobiliário e de adquirência, por meio de aquisições de empresas com a Brazilian Mortgages e Brazilian Securities.[4]
Histórico
Em 21 de fevereiro de 1969, o Grupo Silvio Santos assumiu o controle acionário da Real Sul S.A., empresa que atuava no mercado desde 1963, em São Caetano do Sul, transformando-a em Baú Financeira S.A. Em 1990, autorizado para atuar como banco múltiplo, passou a ser denominado Banco PanAmericano.[5]
Em dezembro de 2009, a Caixa Econômica Federal (CEF) pagou R$ 739,2 milhões para adquirir parte do banco PanAmericano. O banco estatal, por meio da Caixa Participações (CaixaPar), adquiriu pouco mais de um terço do capital total da instituição financeira. A Caixa comprou 49% das ações preferenciais e mais 20,69% das ações ordinárias do PanAmericano. Considerando os dois tipos de ações, a CaixaPar passou a deter 35,54% do capital total do banco.[6]
Em 6 de abril de 2021, o BTG Pactual comprou as ações da Caixa por R$ 3,7 bilhões tornando-se assim, o maior acionista do banco.[9][10]
Surge a marca Banco PAN
Em abril de 2013, o banco PanAmericano comprou a carteira de cartão de crédito consignado do banco Cruzeiro do Sul por R$ 351 milhões, com isso passou a ter 237 convênios apenas com órgãos públicos, além de outros sete com empresas do setor privado. A operação foi a última antes da consolidação da marca Banco Pan.[11]
Em 15 de maio de 2013, o nome do banco mudou para Banco PAN, que segundo a diretoria, foi uma mudança estratégica, a fim de agilizar os processos e aumentar a eficiência do banco.[12] A divulgação da marca ocorreu na final do Campeonato Paulista de Futebol, em uma decisão entre Corinthians e Santos, quando o novo logo apareceu estampado nas camisetas do alvinegro paulistano.[13]
Em 2014, foi aprovado pelo Conselho o aporte dos acionistas do banco, em uma operação que injetou aproximadamente 3 bilhões de reais, somados os valores de BTG e CaixaPar, além da emissão de mais papéis do banco para a Bolsa de Valores.[14] O banco fez também a mudança de seu ticker de negociação na Bovespa, tendo suas ações preferenciais BPNM4 alteradas para BPAN4 como parte da operação de reestruturação da marca.[15]
Entre as ações visando ao crescimento, em 2014, o Pan firmou acordo junto à Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave) e à Caixa Econômica Federal para melhorar as condições de financiamentos de veículos. À época, o banco já era o braço direito da Caixa em crédito para aquisição de motocicletas.[16]
As mudanças fizeram com que a agência classificadora de risco Standard & Poor's (S&P) retirasse a observação negativa do banco, mantendo a sua classificação global como BB/B com perspectiva estável.[17]
Com os desdobramentos da crise econômica que se abateu sobre o Brasil em 2015,[18] o Banco PAN fechou o primeiro trimestre do ano com um prejuízo líquido de 73,5 milhões, apesar de continuar aumentando as carteiras de crédito.[19] O banco então passou a focar no investimento em cessão de crédito a outras instituições a fim de melhorar sua performance financeira. Os resultados apareceram no segundo trimestre do mesmo ano com a obtenção de 3,6 milhões de lucro. No terceiro trimestre, esse lucro evoluiu para 44,3 milhões.[20]
Em 30 de novembro de 2015, o então presidente do BTG Pactual, André Esteves renunciou a todos os seus cargos no BTG e nas instituições ligadas ao banco de investimentos que incluía a cadeira de vice-presidente do Conselho Administrativo do Banco PAN.[21][22][23]
Em novembro de 2017, o Banco Pan anunciou que José Luiz Acar Pedro deixaria a presidência da instituição e que seu sucessor seria Luiz Francisco Monteiro de Barros Neto.[24]
Em julho de 2019, o Banco realizou um rebranding, mudou seu logo e ofertou uma quantidade significativa de ações preferenciais ao mercado. Luiz Francisco Monteiro de Barros Neto renunciou ao cargo de presidente, em 30 de agosto de 2019, quando o antigo CFO, Carlos Eduardo Guimarães, assumiu a posição de CEO da instituição.[25]
Em 2019, iniciou seu processo de digitalização, que permitiu aos usuários, por exemplo, a formalização dos contratos de financiamento sem papel. No mês de agosto, o banco atingiu a marca de R$ 1 bilhão em operações de crédito que foram formalizadas por meios digitais.[26] O banco foi pioneiro no uso de biometria facial para a realização de transações.[27]
Em 2020, o Banco criou o canal unbraded "Pra Fazer Mais" para criar conteúdo de educação financeira para os brasileiros da classe CDE.[28] Ainda nesse ano, apresentou a personalidade Jojo Todynho como embaixadora da marca.
Em 2021, o Banco PAN realizou duas grandes aquisições, a primeira foi da compra de 80% da Mobiauto, a maior plataforma digital independente para comercialização de veículos do país, como forma de ampliar sua participação estratégica no mercado de veículos.[29] A segunda, foi da Mosaico, dona das marcas Buscapé e Zoom, que oferecem cashback e comparação de preços aos usuários.[30] Como parte de sua estratégia, o empresário e apresentador Luciano Huck foi anunciado como membro consultivo do conselho de administração e comitê de marketing.
Em 2022, o banco foi classificado como a 10º marca que mais se valorizou no Brasil.[31]
Premiações e Reconhecimentos
Em 2020, o banco foi considerado pelo Great Place to Work (GPTW) Mulher como uma das melhores empresas para mulheres trabalharem no Brasil.[32]
Ainda em 2020, o Banco recebeu a placa de 100 mil inscritos pelo canal "Pra Fazer Mais", do Youtube.[33]
Em 2021, o Banco PAN foi o vencedor da categoria “Melhor transformação bancária da América Latina” em 2021 na edição anual do “Euromoney Awards for Excellence".[34][35] Trata-se de uma das premiações mais importantes do setor bancário.
Irregularidades
Inconsistência contábil de 2010
Em 2010, o Banco anunciou que o Grupo Silvio Santos, seu então controlador, iria aportar R$ 2,5 bilhões na instituição, recurso obtido em empréstimo junto ao Fundo Garantidor de Créditos, visando restabelecer o equilíbrio patrimonial e ampliar a liquidez operacional, pois haviam sido constatadas "inconsistências contábeis".[36][37]
Os executivos foram demitidos e assumiram novos administradores, mas, com risco de sobrevivência, o Panamericano acabou sendo vendido ao BTG Pactual, em 31 de janeiro de 2011.[38]
Operação Conclave de 2017
Em 19 de abril de 2017, a Polícia Federal deflagrou a Operação Conclave, com o objetivo de investigar a de fraude na aquisição de ações do Banco PanAmericano pela CaixaPar. O inquérito instaurado apurou a responsabilidade de gestores da Caixa Econômica na inconsistência contábil, além de investigar possíveis prejuízos causados a correntistas e clientes. Os investigados responderam por gestão fraudulenta.[39] A venda, em 2021, da participação da Caixa no Banco Pan ao BTG Pactual marcou o fim desse capítulo.[40] O BTG Pactual afirmou que não foi parte ou teve envolvimento na compra de participação do Banco Pan pela CaixaPar.[41]
Empréstimos indevidos
Em mais de uma ocasião, o banco foi multado ou condenado por conceder empréstimos aos clientes sem autorização dos mesmos.
Em dezembro de 2021, o Procon de São Paulo aplicou uma multa de 11 milhões de reais após o banco não apresentar esclarecimentos ou documentos sobre os empréstimos indevidos relatados pelos clientes.[42]
Em junho de 2023 a Justiça de Minas Gerais condenou o Banco Pan a pagar uma multa de 10 milhões de reais por dano moral coletivo devido aos empréstimos sem autorização dos clientes, mas ainda cabe recurso. A justiça também proibiu o banco de oferecer empréstimos por telefone. A ação foi ajuizada em 2019 pelo Instituto de Defesa Coletiva, junto à defensoria pública de Minas Gerais e ao Procon de Uberaba. Lillian Salgado, presidente do Instituto relatou "mensuramos o dano em bilhões de reais (...) os consumidores no geral são idosos, pensionistas e aposentados do INSS, hipervulneráveis e servidores da ativa, militares. Esse é o grande problema, principalmente na contratação de serviços para idosos. Os bancos se aproveitam da fraqueza e vulnerabilidade."[43]