Gravado ao vivo no Teatro Cinema de Fafe, nos dias 26 e 27 de novembro de 2011, no decorrer da digressão "Porquê em Portugal". Digressão que foi marcada com interrogações sobre a qualidade governativa do país. Com palavras de ordem, inerentes às canções de intervenção, a banda lançou uma série de acusações sobre assuntos muito concretos, mas também mensagens positivas, como referiu António Manuel Ribeiro: "A nação portuguesa são as pessoas e ela vai para onde nós quisermos que as pessoas a levem, não deixando que os políticos tomem conta do nosso futuro". Com esse espírito, os UHF ofereceram um single disco compacto, intitulado "Por Portugal Eu Dou", a todos os que compraram o bilhete para o concerto de gravação do álbum na cidade de Fafe. Trata-se de um inédito que a banda apresentou no concerto, uma canção de intervenção social: "É uma tomada de posição activa a favor da coesão e da identidade cívica da nação", segundo as palavras do líder da banda.[3] A escolha do local foi uma homenagem à grande família de fãs no norte do país. É o agradecimento de um grupo de rock, pesado, no cru das cordas e da ressonância acústica, que os UHF dedicaram à região.[4]
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É uma celebração ao norte e a todos os fãs anónimos que entraram e continuam a entrar para a grande família que o tempo e as canções ofereceram ao grupo.
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Ao Norte Unplugged reúne, em duplo disco compacto, o melhor dos UHF pela primeira vez ao vivo no formato acústico. A ideia para a realização deste trabalho surgiu no contacto com os fãs, após o concerto no auditório da Gulbenkian em Paris, em junho de 2010, quando a banda foi questionada sobre a existência desse espetáculo acústico em disco. Seguiram-se várias salas antecipadamente esgotadas de norte a sul de Portugal, entusiasmo geral e prazer desfrutado pelos músicos que descobriam novos caminhos para velhas canções – o formato unplugged – sendo então tomada a decisão de registar essas emoções em disco. O álbum mostra uma roupagem mais minimalista de vários temas produzidos pelos UHF ao longo dos 34 anos de carreira e revela uma formação madura, capaz de se reinventar, como acontece nas versões de "Matas-me Com o Teu Olhar", "Quando (dentro de ti)" ou "Na Tua Cama".[4] O single de apresentação do álbum foi o clássico "Cavalos de Corrida", numa arriscada versão de voz e piano, que se tornou um grande sucesso na rádio.[1][6]
O álbum permaneceu três semanas na tabela nacional de vendas, em 2012. Atingiu a 21ª posição na primeira semana, para depois descer para a posição 26.[7]
Lista de faixas
O duplo disco compacto é composto por 20 faixas em versão padrão e por um intro instrumental da autoria de António Côrte-Real. António Manuel Ribeiro partilha a composição com Miguel Fernandes no tema "Matas-me Com o Teu Olhar" e com Carlos Peres no tema "Concerto". Enquanto que os temas "Não Me deixes Ficar Aqui" e "Cavalos de Corrida", o líder da banda partilha com Renato Júnior e Renato Gomes, respetivamente. "Menina Estás à Janela" é uma versão de uma canção popular e "Vejam Bem" é composto por José Afonso. As restantes faixas são da autoria de António Manuel Ribeiro.
Todas as Faces de Um Rosto(2002)·Se o Amor Fosse Azul que Faríamos Nós da Noite?(2003)·Cavalos de Corrida–A poética dos UHF(2005)·O Momento a Seguir(2006)·BD Pop Rock Português - UHF(2011)·Por Detrás do Pano–35 histórias contadas na rádio & outras confissões(2015)·És Meu, disse Ela(2018)·De Almada Para o Mundo(2020)·Relatório da Mata dos Medos(2022)