A 1ª Divisão de Montanha (em alemão: 1. Gebirgs Division) foi uma divisão do Exército Alemão (Wehrmacht) durante a Segunda Guerra Mundial, especializada em operações de montanha e condições adversas. Foi renomeada para 1ª Volksgebirgs-Division em março de 1945.
A 1ª Divisão de Montanha foi criado em 9 de Abril de 1938 a partir da "Gebirgs-Brigade",,[1] recebendo o nome de 1ª Gebirgsjäger-Division, seu quartel estava localizado em Garmisch-Partenkirchen, sua formação incluía, basicamente membros de origem bávara e austríaca.
Tal formação originava-se basicamente na tradição de tropas alpinas austríacas, alemães e italianas que já existiam naquela época. Ao acabar a Primeira Guerra Mundial, a República de Weimar, manteve uma pequena base como fonte para formação de uma futura força de combate, cuja especialidade seria montanhas.
Comandantes:
General de Tropas de Montanha - Ludwig Kübler (1 de Setembro de 1939 - 25 de Outubro de 1940)
General de Tropas de Montanha - Hubert Lanz (25 de Outubro de 1940 - 1 de Janeiro de 1942)
General de Artilharia - Robert Martinek (1 de Janeiro de 1942 - 1 de Dezembro de 1942)
Participou de duros combates com forças polonesas durante o cerco a Lvov. Em 21 de Setembro conseguiu capturar a cidade, ponto chave para o avanço do XVIII Corpo de Exército. Estes combates custaram à divisão 600 baixas. Após o cerco a divisão foi obrigada a se retirar da região, visto que, a cidade pertencia a União Soviética, estabelecido pelo pacto de não agressão Alemanha-União Soviética (Pacto Pacto Molotov-Ribbentrop).
Campanha da França
Depois da campanha polonesa, a divisão foi transferia para a Frente Ocidental, onde permaneceu na reserva. Na Batalha da França, foi integrada ao 6º Exército, fazendo parte do Grupo de Exércitos B (Armeegruppe B), participando dos combates do Rios Mosa, Aisine e Loire. Após a derrota da França, a divisão permaneceu em Arras a espera de uma possível invasão a Grã-Bretanha, ordem que acabou não se realizando.
Campanha dos Balcãs
Definido que a operação de invasão a Grã-Bretanha, não seria realizada, o comando da Wehrmacht, definiu a sua transferência para a Áustria, como força de ataque contra a Iugoslávia. Em 9 de abril de 1941, a divisão tomou parte no ataque central, no setor do Rio Davra, atingindo Zagreb em 13 de abril.
A Iugoslávia se rendeu em 21 de abril, retornando a Polônia para rearmamento e aguarda novas ordens. Nesta época os planos de invasão à União Soviética, já se encontravam em estágio avançado..[2]
Operação Barbarossa
Quando a Operação Barbarossa teve início, a divisão novamente foi colocada sob comando do Grupo de Exércitos do Sul (Heeresgruppe Süd - XVII Corpo de Exército), invadindo novamente a cidade de Lvov em 30 de Junho e conquistando o bolsão de Uman em Setembro de 1941. Em Outubro de 1941, foi incorporada ao 11º Exército e participou da Batalha pela captura de Stalino.[3]
Em novembro daquele ano, foi designada como força componente do 1º Exército Panzer, como base de ataque a Mius até Maio de 1942, quando volta novamente a compor o XI Corpo de Exército na região de Donetsk, como o objetivo de avançar contra os campos petrolíferos do Cáucaso. Nesta ocasião a divisão foi dividida em duas frentes uma sob o comando do Coronel von Le Suire e outro sob o comando do General Lanz. Conseguiu conquistar o Monte Elbrus, mas devido aos contra-ataques soviéticos, foi obrigada a abandonar as posições e efetuar a retirada do Cáucaso no Outono de 1942.
Crimes de Guerra
Embora sendo uma divisão extremamente experiente e combativa, também se tornou tristemente famosa por participar de algumas ações contra civis, que a colocaram no ranking dos crimes de guerra.
Em 06 de Julho de 1943, um destacamento alemão sofreu uma emboscado por parte dos Partisans no Passo Barmash, ao Sudeste da Albânia, sofrendo grandes baixas. Como represália os povoados de Borove e Barmash, foram arrasados.
Em 25 de Julho de 1943, a divisão atacou o povoado de Mousiotitsas, na Grécia, a procura de um depósito de armas clandestino. Na ação 153 civis foram mortos.
Em 16 de Agosto de 1943, o povoado de Komeno, foi atacado por ordem do Tenente-Coronel, Josef Salminger, comandante do 98º Regimento de Caçadores de Montanha, e um total 317 civis resultaram mortos.
Soldados da divisão, também foram acusados de tomar parte no assassinato, de 32 oficiais e 100 soldados italianos da 151ª Divisão de Infantaria Italiana, na Albânia, que se negaram a depor as armas, após o armistício.
Após o assassinato do Tenente-Coronel Salminger por partisans gregos, o General Hubert Lanz, ordenou uma série de represálias na região onde o Tenente-Coronel havia sido assassinado, consta que nestas ações aproximandamente 300 civis foram mortos.[4]
Referências
↑A Gebirgs-Brigade, foi uma unidade de montanha da Wehrmacht alemã formada em 1935. Sua célula principal foi formada a partir de um grupo de soldados bem treinados em operações de montanha, que havia sido separado do Reichswehr durante a era de Weimar. Sua função seria formar um grupo de combate especializado em operações de montanha para futura força de combate.http://www.feldgrau.com/gebirgsbrigade.html
↑Coleção 70º Aniversário da Segunda Guerra Mundial - Abril, 2009 . 10
↑Stalino, Azerbaijão, cidade estratégica durante o ataque alemão no outono de 1941