Victor Horta

Victor Horta
Victor Horta
Victor Horta no seu estúdio
Nascimento 6 de janeiro de 1861
Gante, Bélgica
Morte 8 de setembro de 1947 (86 anos)
Bruxelas, Bélgica
Nacionalidade Bélgica Belga
Alma mater Académie royale des beaux-arts de Bruxelles, Bruxelas
Movimento Art Nouveau
Obras notáveis Casa Tassel
Casa Solvay
Casa van Eetvelde
Museu Horta
Casa do Povo
Casa Aubecq
Prémios Prémio Godecharle (1884)

Victor Horta (Gante, 6 de janeiro de 1861Bruxelas, 8 de setembro de 1947) foi um arquiteto belga e o pioneiro da arquitetura art nouveau na Bélgica.

Biografia

Infância

Victor Horta nasceu no dia 6 de janeiro de 1861 em Gante. O pai dele, Pierre Horta era sapateiro e teve um total de 12 crianças (de dois matrimónios diferentes).[1]

Ele teve uma relação difícil com a escola e era regularmente excluído. Victor Horta tinha uma paixão pelo violino.[2]

Formação

Victor Horta estudou em 1873 na Academia de Belas Artes na seção de arquitetura de Gante. No entanto, ele continua a assistir as aulas do ensino secundário no Athénée Royal de Gante (1874-1877). Em 1878, ele vai para Paris para o estúdio do arquiteto e decorador: Jules Debuysson, onde ele descobre a sua paixão pela arquitetura. Mas tem que voltar em 1880 pela morte do pai dele na Bélgica. Em 1881, ele muda-se para Bruxelas onde vive depois do primeiro casamento. Victor Horta começou então a frequentar a aula de arquitetura da Academia Real de Belas-Artes de Bruxelas e ele entrou em estágio no estúdio do seu mestre e professor Alphonse Balat (1818-1895): arquiteto do rei Leopoldo II. Considerado como um estudante excepcional, Horta tornou-se o assistente do seu professor.[3]

Os anos Balat

Horta foi o primeiro arquiteto a ganhar o Prémio Godecharle, em 1884, quando tinha 23 anos.

Na Bélgica, a art nouveau amadureceu e encontrou a sua mais alta expressão na arquitetura de Victor Horta, que influenciou outros países. Entre as suas obras-primas, marcadas por pródigas decorações, estão a Casa Tassel (1892-1893), em Bruxelas, sua obra-prima, o Palacete Solvay (1895-1900), a Casa do Povo (1896-1899) e a sua própria residência no bairro de Saint-Gilles, em Bruxelas (1898-1899), mais tarde transformada no atual Museu Horta.

Características

Continua a tradição das construções de Bruxelas, no entanto, os seus interiores são fantásticos pela utilização ousada dos novos materiais, como ferro, vidro e madeira. Na casa Tassel uniu as artes maiores (arquitetura) com as artes menores (mosaico, vitral e carpintaria); deu grande importância à luminosidade e à decoração, que, junto à estrutura, formam um todo.

Prémio e distinções

Prémio

  • 1884: Prémio Godecharle

Homenagens

  • 1931: Descoberta de um asteróide que foi denominada 2913 Horta
  • 1948: Fundação do Prémio Baron Horta, que é entregue pela Academia Real das Ciêncas, das Letras e das Belas-Artes da Bélgica (Académie royale des sciences, des lettres et des beaux-arts de Belgique)
  • 1993: Inauguração no dia 3 de Dezembro da estação de Metropolitano de Bruxelas : estação Horta
  • 1994: Introdução da nota de 2 mil francos belgas com o retrato de Victor Horta
  • 1996: Fundação do Prémio Bruxelles-Horta, que é entregue pela Sociedade dos Arquitectos formados da Cidade de Bruxelas (Société des Architectes diplômés de la Ville de Bruxelles)

Classificação UNESCO

Museus

Em Bruxelas, 3 obras do arquitecto são hoje museus:

Títulos de nobreza

Em 1932, o Rei Alberto I conferiu o título de nobreza de "Barão Victor Horta"[6]

Obras

Em Bruxelas

  • 1890: Casa Matyn (50 Rua de Bordeaux – Saint-Gilles)
  • 1890-1903: transformação de duas casas neoclássicas de 1844 que pertencia à Henri Van Cutsem, depois Casa Charlier e hoje Museu Charlier), protegidas em 1993 (16 avenida des Arts et 42 rua de la Charité – Saint-Josse-ten-Noode)
  • 1892-1893: Casa Tassel – património mundial pela UNESCO (6 Rua Paul-Émile Janson – Ixelles)
1901: À L'Innovation, Rua Neuve - Bruxelas.
  • 1893: Casa Autrique (266 Chaussée de Haecht – Schaerbeek)
  • 1894: Casa Winssinger (66 Rua de l'Hôtel des Monnaies – Saint-Gilles)
  • 1894: Estúdio do escultor Godefroid Devreese (1861-1941) - transformado (71 Rua des Ailes – Schaerbeek)
  • 1894-1895: Casa Frison (37 Rua Lebeau – Bruxelas-Cidade)
  • 1894-1898: Casa Solvay – património mundial pela UNESCO (224 Avenida Louise – Ixelles)
  • 1895-1897: Casa van Eetvelde – património mundial pela UNESCO (2-4 Avenida Palmerston – Bruxelas-Cidade)
  • 1895-1899: Jardim de infância n°15 de Bruxelas-Cidade (40 Rua Saint-Ghislain – Bruxelas-Cidade)
  • 1895-1923: Clínica Saint-Michel – em associação com os arquitetos Hubert Marcq e Fernand Symons (152-154 Rua de Linthout – Etterbeek)
  • 1896: Casa Deprez-Van de Velde (3 Avenida Palmerston et 14 Rua Boduognat – Bruxelas-Cidade)
  • 1896-1899: Casa do Povo – destruída em 1965 (Praça Émile Vandervelde – Bruxelas-Cidade)
  • 1898-1901: Casa pessoal e estúdio de Victor Horta – património mundial pela UNESCO (23-25 Rua Américaine – Saint-Gilles)
  • 1899: Pavilhão das Paixões humanas abrigando um relevo do escultor belga Jef Lambeaux (1852-1908) (Parque do Cinquentenário – Bruxelas-Cidade)
  • 1899-1902: Casa Aubecq – destruída em 1950. Uma das fachadas foi removida em 1949 e armazenada sequencialmente em vários lugares, incluindo num quartel de Namur através do trabalho do arquiteto Jean Delhaye, ex-aluno e salvador de alguns edifícios de Victor Horta.  (520 Avenida Louise – Ixelles)
  • 1901: Grande armazém “À l'Innovation” – destruído por um incêndio em 1967  (Rua Neuve – Bruxelas-Cidade)
  • 1901-1903: Casa-estúdio do escultor Pierre Braecke  (31 Rua de l'Abdication – Bruxelas-Cidade)
  • 1901-1903: Casa-estúdio do escultor do Fernand Dubois (80 Avenida Brugmann – Forest)
  • 1903: Grande armazém “le Grand bazar Anspach” (Boulevard Anspach – Bruxelas-Cidade)
  • 1903: Antigos armazéns Waucquez, hoje Centro belga da Banda desenhada (20-21 Rua des Sables – Bruxelas-Cidade)
  • 1903: Casa Sander Pierron (157 Rua de l'Aqueduc – Ixelles)
  • 1904-1906: Casa Max Hallet  (346 Avenida Louise – Ixelles)
  • 1906: Casa Vinck (85 Rua Washington – Ixelles)
  • 1906-1923: Hospital Brugmann (4 praça Van Gehuchten - Laeken)
  • 1909: Antigos armazéns irmãos Wolfers (11-13 Rua d'Arenberg – Bruxelas-Cidade)
  • 1922-1928: Palácio de Belas Artes de Bruxelas (23 Rua Ravenstein – Bruxelas-Cidade)   
  • 1947-1952: Estação Central de Bruxelas acabada por Maxime Brunfaut (2 Carrefour de l’Europe – Bruxelas-Cidade)

Em Gante

  • 1885: Três casas  (49, 51 e 53 Twaalfkameren, Gante)

Em La Hulpe

  • 1895-1896: Bomba manual de água do picadeiro do Castelo de La Hulpe
  • 1912: "La Bastide", casa do campo pessoal de Victor Horta[7]

Em Oudenburg (perto de Oostende) 

  • 1890: A sepultura de Désiré Lesaffre ordenada pela loja maçónica Les Amis Philanthropes

Em Tournai

Na Alemanha

  • 1903: Grande armazém “Grand Bazar" em Frankfurt am Main, destruído

Referências

  1. GOSLAR, Michèle (2012). Victor Horta (1861-1947). L'homme. L'architecte. L'Art Nouveau. Bruxelas: Fonds Mercator 
  2. DUPLAT Guy (6 de janeiro de 2011). «Horta triomphe sans plus de discussion» (em francês). La Libre Belgique 
  3. «Biographie de V. Horta». Hortamuseum 
  4. «Maison Autrique». Maison Autrique 
  5. «CBBD: Un chef d'œuvre Art Nouveau». Centre Belge de la Bande Dessinée 
  6. Baron de Ryckman de Betz (1957). Armorial général de la noblesse belge 2° ed. Liège: H. Dessain. p. 630 
  7. «"La Bastide", ancienne maison de campagne de Victor Horta, a été vandalisée». L'Avenir. 26 de agosto de 2009. Consultado em 4 de setembro de 2014 

Bibliografia

  •  GOSLAR Michèle, Victor Horta, architecte de l'hôpital Brugmann, Bruxelas, Académie royale de Belgique, 2005.
  •  GOSLAR Michèle, Victor Horta (1861-1947). L'homme. L'architecte. L'Art Nouveau, Bruxelas, Fonds Mercator, 2012.
  • MESNIL Christian, Victor Horta : L'inventeur, La Renaissance du Livre, 2001.
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