A emissora foi fundada em 1956 operando na frequência de 1 410 kHz em amplitude modulada como propriedade dos Diários Associados. Cerca de dois anos depois, Paulo Cabral de Araújo obteve o controle da estação como indenização após deixar os Associados. Em 1962, foi adquirida por Edson Queiroz, representando o início da expansão de seus negócios na comunicação local e a criação do SVM.[7] Posteriormente transferiu-se para a frequência de 810 kHz e começou a figurar na liderança em audiência, respondendo em 2006 por 60% do share de audiência na capital cearense.[8]
Em 2006, constituiu uma rede estadual via satélite, com estações do interior do Ceará retransmitindo alguns de seus programas. Entre o fim dos anos 2010 e início dos anos 2020, houve um processo de modernização que envolveu o redirecionamento do foco de sua grade para o jornalismo e a exibição de alguns programas na TV Diário e preparou a emissora para transmitir em frequência modulada a partir de 2023, quando também desligou os 810 kHz.
História
A Rádio Verdes Mares iniciou suas transmissões em 20 de julho de 1956 operando na frequência de 1 410 kHz, enquanto a inauguração oficial ocorreu no dia 28.[9][10] Foi a terceira emissora de rádio cearense dos Diários Associados, conglomerado presidido por Assis Chateaubriand, que detinha o controle da Ceará Rádio Clube, também em Fortaleza, e da Rádio Araripe, no Crato;[11][10] outra estação "associada", a Rádio Tamoio do Rio de Janeiro, foi responsável pelo requerimento da outorga, concedida pelo governo brasileiro no final de 1955.[12] Criada pelos Associados para reforçar o enfrentamento à concorrência em Fortaleza, que contava com mais duas emissoras, a Rádio Verdes Mares tinha em sua programação atrações musicais, esportivas e noticiosas.[13] Seus estúdios ficavam no quarto andar do Edifício Pajeú, no Centro da cidade, onde também estava a Ceará Rádio Clube, que nesta condição compartilhava locutores com a coirmã, e seu parque de transmissão foi instalado no bairro Papicu. Em 1957, Wilson Machado passou a ser responsável pela direção artística.[10]
Em 1958, o radialista e ex-prefeito de Fortaleza Paulo Cabral de Araújo deixou os Diários Associados, onde havia dirigido alguns de seus veículos, e obteve como indenização pelo trabalho prestado ao grupo o controle da Rádio Verdes Mares.[14][10] Sob nova gestão, a emissora recebeu investimentos no jornalismo e contratou profissionais das concorrentes,[14] servindo também como um instrumento político para integrantes da União Democrática Nacional (UDN), ligados a Araújo.[10] Não demoradamente, ele deixou o comando da estação, que, sem anunciantes, entrou em crise e aderiu a uma programação restritamente musical, sendo a primeira a fazer isto em Fortaleza. José Júlio Cavalcante, radialista com experiência em outras emissoras da cidade, assumiu sua direção e reforçou o jornalismo.[15][16][17]
Neste período, o industrial Edson Queiroz era um dos acionistas da Rádio Verdes Mares e a adquiriu em julho de 1962.[15][10] Transferiu a emissora em 1963 para o prédio de sua empresa Norte Gás Butano e, depois, a um espaço construído ao lado do parque transmissor. No início dos anos 1970, com a fundação da TV Verdes Mares, o Sistema Verdes Mares foi expandido, resultando na criação de um prédio para o grupo no bairro Estância Castelo, atual Dionísio Torres, onde a estação de rádio foi instalada.[18] A comunidade que se formou na região dos transmissores passaria a ser denominada Verdes Mares.[18]
Percebendo que um dos atrativos da Rádio Verdes Mares era a política, implantou o radiojornalismo como principal característica da programação, iniciando suas transmissões às 5 da manhã.[18] Com programação musical e utilidade pública, a rádio possuía boletins de notícias a cada 30 minutos na voz de Mardônio Sampaio.[18] Dentre outros investimentos para conquistar audiência, a Verdes Mares teve um projeto com o radialista Narcélio Limaverde, realizado aos sábados, onde um bairro da capital era escolhido e montado um estúdio em um caminhão.[19] Em 1973, a emissora contratou a equipe esportiva da Rádio Assunção Cearense, voltando a investir depois de anos na cobertura futebolística, tornada popular entre o público, o que a fez criar o Clube do Torcedor, que consistia em torcedores possuírem carteiras dos times pelos quais torciam.[20][16][19] A partir da Copa do Mundo de 1978, passou a ter transmissão própria do evento.[19] Em 1980, deslocou sua transmissão para a frequência de 810 kHz.[10] Nos anos seguintes figurou nas primeiras posições no ranking de audiência das estações em AM, chegando à liderança no final dos anos 1980.[8] Foi nesse período que o apelido Verdinha começou a se popularizar.[carece de fontes?]
Em 12 de junho de 2006, em comemoração aos 50 anos de fundação, a Rádio Verdes Mares passou a constituir uma rede de rádios via satélite inicialmente com 21 emissoras afiliadas.[21][22][23] Essas estações retransmitem os programas e partidas esportivas e o radiojornal Rádio Notícias, gerados em Fortaleza.[21][22] Integram a rede também emissoras próprias: uma em Barbalha, que sucedeu a Rádio Cetama, comprada em 2012,[24] e outra em Sobral, oriunda da Rádio Caiçara, que foi integrada à rede em 17 de agosto de 2014.[25][26] Ambas deixaram de repetir a programação de Fortaleza em outubro de 2020, retornando em agosto de 2022.[27][28]
Em abril de 2016, a Rádio Verdes Mares inaugurou novas instalações e equipamentos visando sua migração para a frequência modulada.[29] Em 14 de março de 2022, passou a transmitir parte de sua programação jornalística simultaneamente na TV Diário, num projeto de sinergia com a emissora e o Diário do Nordeste.[30][31] Em 7 de março de 2023, a emissora iniciou suas transmissões pela frequência modulada de 92,5 MHz, que havia sido ativada em 28 de fevereiro em caráter experimental; a migração foi a primeira ocorrida em Fortaleza.[32] A estação desativou os 810 kHz em 25 de agosto do mesmo ano.[33]
Programas e comunicadores
Em 2024, o jornalismo da Verdinha é composto dos programas Bom Dia Nordeste, Rádio Notícias (o mais antigo noticioso do Ceará, surgido no fim da década de 1950), Conexão Verdinha, A Hora da Verdinha e Verdinha Notícias.[34][15] A cobertura esportiva, sob responsabilidade da equipe "Craques da Verdinha", é feita nos programas Jogada 1.º Tempo, Jogada 2.º Tempo, Show do Esporte e Domingo Esportivo, além das transmissões de campeonatos de futebol envolvendo clubes cearenses.[35][34] A partir da contratação da equipe da Rádio Assunção em 1973, o departamento de esportes foi chefiado por Paulino Rocha até sua morte em 1979, assumindo então Gomes Farias, que permaneceu até 2018;[36][37][38] desde 2017 a cobertura é liderada por Antero Neto.[39] No entretenimento, são veiculados o Bafulê, apresentado desde 2022 por João Inácio Júnior, que comandou anteriormente uma atração com seu nome durante quarenta anos,[40]Conversa com o Tom e os musicais Clube do Brega, Clássicos do Brega, Show da Madrugada e Forrozão da Verdinha.[34] Outros horários da programação da Verdinha são preenchidos por podcasts produzidos pelo SVM.[34]
↑Pinheiro, Andréa; Lima, Nonato; Marques, Paula (2010). Panorama do Rádio em Fortaleza(PDF). XXXIII Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação. Intercom