O vazamento de dados de brasileiros em 2021,[1] apelidado também de vazamento de dados do fim do mundo,[2][3] foi um gigantesco vazamento de dados de brasileiros, vivos ou mortos, que ocorreu em 2021.[2][4][5]
A ação foi revelada pelo Dfndr Lab.,[6][7] e é considerada a maior da história do Brasil,[6][8] expôs dados como CPF, e-mail e telefone de mais de 223,7 milhões de indivíduos,[3][9] além de identificar a deficiência do sistema de segurança cibernética do Brasil.[6]
Contexto
O vazamento compõe dados de agosto de 2019,[10] porém, só veio à tona em janeiro de 2021 após os dados terem sido colocados à venda na internet.[1]
Não se sabe o local de onde esses dados foram colhidos, porém, sabe-se que alguns dados fazem referências à empresas e serviços, de onde eles podem ter sido tirados e outros podem ter origens em vazamentos anteriores, o que leva a crer que a sua origem pode ter origem em diversas fontes.[9]
A empresa Serasa Experian foi notificada pelo Procon-SP e pela Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon), com pedidos de explicações sobre origem dos dados, contudo, o Serasa nega que seu banco de dados tenha sido invadido.[11]
Conteúdo
Entre tantos dados,[9] foram vazados:
Impacto
O periódico Folha de S.Paulo, considera este como o Vazamento do Fim do Mundo, pois, a partir de agora, já não há mais dados estruturais sobre qualquer brasileiro que ainda esteja por vazar.[2]
Os dados vazados podem ser utilizados para aplicar golpes variados, saque indevido de FGTS e obtenção de vantagens financeiras e seus impactos podem ser sentidos por anos.[3]
Lei de proteção de dados
A Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais, prevê sanções que podem culminar em uma multa de até o máximo de R$ 50 milhões, porém, as punições só devem ser aplicadas a partir de agosto de 2021, uma vez que a ANPD (Autoridade Nacional de Proteção de Dados), responsável pela aplicação da multa, ainda está definindo seus principais cargos técnicos.[9]
Reações
A Procuradoria do Consumidor (PROCON) e a Secretaria Nacional do Consumidor pediram explicações à Serasa sobre a origem dos dados, vindo a empresa a negar qualquer invasão.[11]
A Ordem dos Advogados do Brasil também afirmou estar em alerta para o perigo proveniente do vazamento e aponta um cenário de grave risco pessoal e irreparável violação à privacidade.[10]
A Autoridade Nacional de Proteção de Dados afirmou que está apurando tecnicamente informações sobre o caso[6] e pediu ajuda à Polícia Federal.[2]
Renata Mieli, coordenadora-geral do Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação (FNDC), pontua que o vazamento de dados coloca o governo federal e a Autoridade Nacional de Proteção de Dados numa verdadeira “prova de fogo”.[6]
Prisão de hackers e violação da tornozeleira eletrônica
Marcos Roberto Correia da Silva, mais conhecido como WandaTheGod e Yuri Batista Novaes, de vulgo JustBR foram presos em 19 de março de 2021 nas cidades de Uberlândia e Petrolina, respectivamente. Na época, acusados de serem os responsáveis pela violação de dados sigilosos de 223 milhões de pessoas, entre vivos e mortos. Segundo investigações da Polícia Federal, os criminosos utilizaram um fórum de armazenamento de dados para serem vendidos a terceiros em troca de criptomoedas.[12] Em 2023 durante o cumprimento da pena em regime de prisão domiciliar, Marcos violou a tornozeleira eletrônica que usava e fugiu de Minas Gerais.[13] O criminoso foi encontrado na cidade de Feira de Santana, na Bahia e voltou a ser preso preventivamente.[14]
Referências