Em 1970 começou a organizar um campo de treinamento de guerrilheiros no Vale do Ribeira, estado de São Paulo.[1] A segunda área utilizada com este propósito (a primeira foi abandonada por inadequação) acabou sendo descoberta pelo DOI-Codi/RJ, seguindo-se uma caçada que mobilizou cerca de cinco mil militares.
A VPR optou pela auto-dissolução em 1971, após a morte de José Raimundo da Costa, último comandante da VPR, cuja localização foi indicada por Cabo Anselmo, um agente do DOPS infiltrado.
Ações
Para financiar a luta contra o regime militar brasileira a VPR promovia assaltos armados e roubos de banco, denominados de expropriações. A organização participou de assaltos e do sequestro do embaixador suíço Giovanni Enrico Bucher, em dezembro de 1970, e também foi responsável pelo sequestro do cônsul-geral do Japão em São Paulo, Nobuo Okuchi, em março daquele ano.[4] Esses sequestros ocorreram com o intuito de libertar presos políticos. Também assassinou em 26 de junho de 1968 o soldado Mário Kozel Filho, em um atentado ao Quartel General do II Exército, em São Paulo.[5]
Além de resistir radicalmente a ditadura militar, os grupos guerrilheiros, entre os quais a VPR, tinham como objetivo a instalação de um regime revolucionário socialista, seguindo os moldes marxistas-leninistas adaptados ao Brasil[6].
↑«Cronologia». UOL. Consultado em 5 de janeiro de 2014
↑Laque, João Roberto. Ava Editorial, ed. Pedro e os Lobos. [S.l.: s.n.] pp. pg.185
↑Gaspari, Elio (2002). A Ditadura Escancarada: As ilusões armadas. Editora Companhia das Letras. página 193: A luta armada fracassou porque o objetivo final das organizações que a promoveram era transformar o Brasil numa ditadura, talvez socialista, certamente revolucionária. Seu projeto não passava pelo restabelecimento das liberdades democráticas. Como informou o PCBR: "Ao lutarmos contra a ditadura devemos colocar como o objetivo a conquista de um Governo Popular Revolucionário e não a chamada redemocratização". Documentos de dez organizações armadas, coletados por Daniel Aarão Reis Filho e Jair Ferreira de Sá, mostram que quatro propunham a substituição da ditadura militar por um "governo popular revolucionário" (PC do B, Colina, PCBR e ALN). Outras quatro (Ala Vermelha, PCB, VAR e Polop) usavam sinônimos ou demarcavam etapas para chegar àquilo que, em última instância, seria uma ditadura da vanguarda revolucionária. Variavam nas proposições intermediárias, mas, no final, seu projeto resultaria num "Cubão". [S.l.: s.n.] pp. 507 páginas. ISBN8535902996
Bibliografia
CHAGAS, Fábio Gonçalves. A Vanguarda Popular Revolucionária: dilemas e perspectivas da luta armada no Brasil. Franca, 2000. Dissertação de mestrado - Universidade Estadual Paulista.