A série enfoca as aventuras do Valérian, um agente espaço-temporal, e sua colega, Laureline, enquanto viajam o universo pelo espaço e pelo tempo. Valérian é um herói clássico, bondoso, forte e corajoso que segue as ordens de seus superiores, mesmo que sinta, no fundo, que é a coisa errada a fazer. Por outro lado, sua parceira Laureline combina sua inteligência superior, determinação e independência com sex-appeal. Influenciado pela ficção científica clássica, a série mistura a space opera com viagens no tempo. Os textos de Christin são notáveis para seu humor, complexidade e ideias políticas liberais fortemente humanistas, a arte de Mézières é caracterizada por suas descrições vívidas dos mundos e das espécies extraterrestres encontrados por Valérian e Laureline em suas aventuras. A série é considerada um marco na banda desenhada europeia e da cultura pop, e influenciou outros meios de comunicação também: vestígios de seus conceitos, histórias e desenhos podem ser encontrados em filmes de ficção científica como Star Wars e The Fifth Element.
Em 2007, no quadragésimo aniversário da criação da série, com o lançamento de L'Ordre des Pierres, a série muda de nome para Valérian et Laureline. A partir dessa data, as reimpressões dos álbuns, passaram a ter esse título.
A série Valérian e Laureline é "tanto um clássico da nona arte como uma obra prima da ficção científica"[1][2] já vendeu mais de 2.500.000 cópias. Na tradição da ficção científica, acrescenta uma dimensão especial ao género space opera[3] abrindo a porta para todas as séries atual de ficção científica, com um ambiente especial que incorpora alguns dos componentes básicos da fantasia heróica, apesar de o título fantasia não aparecer na série, abriu a porta a todas as actuais séries de ficção científica, antecipação e fantasia heróica, como disse Stan Barets na introdução do Intégrale No. 1, "a série Laureline e Valérian e é o arquétipo original a partir da qual todos os outros foram feitos".[1]
Depois de vários testes de Mézières e Christin, Valérian e Laureline ganha uma série animada em 2007, uma produção franco-japonesa inspirada em animes. foi apresentada pela primeira vez em França a 7 de novembro de 2007, no Canal + Família, mantendo-se a continuação da série no canal France 3.
Uma adaptação cinematográfica dirigida por Luc Besson, Valérian et la Cité des mille planètes, foi lançada em 2017. No Brasil, recebeu o título de Valerian e a Cidade dos Mil Planetas e estreou em 10 de agosto de 2017.
Histórico
No final dos anos 1960 , época da primeira publicação de Valerian, séries de banda desenhada de ficção científica ainda eram escassos. Entre os títulos haviam raras precursoras antes da Segunda Guerra Mundial:
Francesas: Futuropolis de Martial Cendres e René Pellos (1937).
Depois da Segunda Guerra na França:
Pionniers de l'Espérance de Roger Lecureux e Raymond Poïvet (1945), Kaza le Martien de Kline (1946), Barbarella por Jean-Claude Forest (1962), Les Naufragés du temps por Jean-Claude Forest e Paul Gillon (1964) e Lone Sloane por Philippe Druillet (1966)
Christin cita os autores John Wyndham, A. E. van Vogt, Isaac Asimov, Poul Anderson, Jack Vance, Dan Simmons,[15]Ray Bradbury, René Barjavel e Theodore Sturgeon.[14] Mezieres é um menor leitor regular do gênero, mas ele leu todos os clássicos, como Isaac Asimov, A. E. van Vogt[14], Philip K. Dick ou Jack Vance.[15] O nome Valérian veio de Valéran, prince des ténèbres, herói do livro de Nathalie Henneberg, o último publicado na coleção Le Rayon Fantastique.[14]
O primeiro arco a ser reunido em um álbum pela Dargaud foi La Cité des Eaux Mouvantes, o décimo-terceiro arco, Sur les frontières foi publicado diretamente no formato álbum.[nota 3] Sete histórias curtas foram publicados entre 1969 e 1970 na revista Super Pilote, uma revista em formatinho, essas histórias foram reunidas em um álbum chamado Par Les Chemins De l’Espace, publicado em 1997.
Quando Les Mauvais Rêves foi eventualmente publicado como um álbum, recebeu o número "0" para refletir sua posição como a aventura de estreia na série.
A série foi originalmente publicada sob o título Valérian, agent spatio-temporel, no entanto, com a publicação do álbum L'Ordre des Pierres em 2007, a série passou a se chamar Valérian et Laureline.
Em outubro de 2009, foi publicado o romanceilustradoValérian et Laureline : Lininil a disparu, escrito por Christin e ilustrador por Mézières.[17] O romance foi reeditado pela Fleurus em junho de 2017 com o título Valérian et Laureline : Paradizac, la ville cachée.
Em 22 de Janeiro de 2010, foi publicado o último álbum, L'OuvreTemps.
Depois de terminar a série, os criadores permitiram que os outros autores produzissem histórias, contudo, essas não deveriam ser continuações da série, mas sim releituras, chamada de Valérian Vu Par, o primeiro volume foi L'Armure du Jakolass de Manu Larcernet, publicado em 2011,[18] o segundo volume ilustrado por Mathieu Lauffray e roteirizado por Wilfrid Lupano, foi publicado em setembro de 2017.[19] O terceiro álbum, Là où naissent les histoires, escrito por Pierre Christin e desenhado por Virginie Augustin, foi publicado em setembro de 2022 pela Dargaud.
Autores
Esta série nasceu através da colaboração de dois amigos e com a ajuda da irmã de um deles.
Argumentista, amigo de infância de Jean-Claude Mézières.[21][22] Jean-Claude Mézières e Pierre Christin moravam na mesma rua em Saint-Mandé e tiveram a oportunidade de se conhecer na infância, na cave em que ficavam alojados durante os alertas de raides aéreos (1943/44) durante a II Guerra Mundial. Algum tempo depois, Christin enviou cartas de amor com belos desenhos à irmã de Mézières, Evelyn, que se tornou a colorista da série. Já eram adolescentes quando ambos se reencontraram quando estudavam em Paris, Mézières e Jean Giraud em Artes Aplicadas e Christin na Faculdade de Letras. Mudaram-se, então, para os EUA, onde começou a sua colaboração nos anos 1965/66 para nunca mais parar. Criou com Mézières a série Valérian e Laureline para a Pilote. E trabalha assiduamente com Enki Bilal, Annie Goetzinger, André Juillard e Jacques Tardi. Também é professor honorário e romancista[23]
Sete histórias curtas também foram publicadas na revista trimestral Super Pocket Pilote em formatinho (13 por 19 cm) entre 1969 e 1970 e posteriormente publicada no álbum Par Les Chemins De l'Espace (1997):
Título
Edição da Super Pocket Pilote
Le Grand Collectionneur
3 (3 de abril de 1969)
Les Engrenages d'Uxgloa
4 (12 de junho de 1969)
Tsirillitis l'asteroide
5 (23 de outubro de 1969)
La Planete triste
6 (25 de dezembro de 1969)
Drôles de spécimens
7 (19 de março de 1970)
Le Fflumgluff de l'amitié
8 (25 de junho de 1970)
Triomphe de la technique
9 (29 de outubro de 1970)
Valérian vu par
Título
Autores
Ano
L'armure du Jakolass
Manu Larcenet
2011
Shingouzlooz Inc
Wilfrid Lupano (guião) e Mathieu Lauffray (desenhos)
2017
Là où naissent les histoires
Pierre Christin (guião) e Virginie Augustin (desenhos)
2011 Nas Imediações do Grande Nada + "#21 O Abre Tempo Edição especial em Album Duplo - Coleção Os Incontornáveis Da Banda Desenhada - em distribuição conjunta com o Jornal Diário Público
O primeiro álbum de Valérian a ser traduzido publicado nos Estados Unidos foi o L'Ambassadeur des Ombres, que foi publicado em quatro números da revista Heavy Metal (vol. 4, Número 10 a vol. 5, Número 1) de janeiro a abril de 1981.[29]
L'Ambassadeur des Ombres foi posteriormente republicado em formato de álbum com Le Pays sans étoile, Bienvenue sur Alflolol e Les Héros de l’équinoxe pelo Dargaud-USA e Dargaud-Canada entre 1981 e 1984 e no Reino Unido por Hodder-Dargaud entre 1984 e 1985.[29]
Em 1989, anunciou-se que a NBM Publishing iria reeditar os quatro álbuns em inglês publicados pela Dargaud-USA e também lançar uma tradução do L'Empire des Mille Planètes, algo que não aconteceu.[29]
Les Héros de l’équinoxe foi republicado em julho de 1996 em preto e branco pela Fantasy Flight Publishing (um ramo da Fantasy Flight Games) em duas edições como no formato americano como parte de uma tentativa mal sucedida de traduzir e imprimir várias séries de bandas desenhadas europeias Incluindo Spirou et Fantasio e Lucky Luke.[30]
Em novembro de 2004, o iBooks publicou Valérian: The New Future Trilogy, contendo os álbuns Sur les Frontières, Les Armes Vivantes e Les Cercles du Pouvoir em um único volume reduzido ao tamanho padrão do romance gráfico estadunidense. Estas foram as únicas histórias de Valérian publicadas pela iBooks, empresa que declarou falência.[31]
Desde julho de 2010, a editora britânica Cinebook vem publicando edições de língua inglesa de Valérian. Estes começaram com a publicação de um volume a cada seis meses. No entanto, à medida que se aproximava o lançamento cinematográfico do filme de Luc Besson, o tempo foi reduzido para um a cada três meses.[32] Quatorze volumes foram publicados até o final de 2016.
Entre 2007 e 2008, foi produzida a série de animação franco-japonesa Valérian et Laureline.[33] A série possui 40 episódios com cerca de 25 minutos cada.
Cinema
Fã de Valerian desde a sua juventude, Luc Besson contratou Jean-Claude Mézières como designer em O Quinto Elemento,[33] durante anos, o cineasta demostrou interesse na adaptação da série nos cinemas. Em junho de 2012, EuropaCorp anunciou que o projeto estava em andamento e que Luc Besson havia escrito um guiao. A produção é lançada em maio de 2015, Besson anunciou que Dane DeHaan e Cara Delevingne seriam os protagonistas.[34]
↑O primeiro numero da revista Pilote, tem no seu índice Asterix o gaulês, Les Aventures de Michel Tanguy, Le Démon des Caraïbes, Le Scout Jacques Le Gall e três histórias baseadas em emissões radiofónicas da Rádio Luxemburgo, patrocinador do jornal, Dix millions d'auditeurs/Guy Lebleu reporter, Bison Noir e Zappy Max, uma história (haverá quatro no total) do agora totalmente esquecido,P'tit Pat, gamin de Paris de Remo Forlani e Jacques Daggers, Le Petit Nicolas, Jacquot le Mousse, Mark Trent e Pistolin[5]
↑As primeiras história de Linus (Pierre Christin) e de Mezi (Mézières), são duas histórias escritas nos EUA, Le Rhum du Punch e Comment réussir en affaires en se donnant un mal fou e depois de retornarem a França, Le chemin de l'enfer est pavé de bonnes intentions (J.-C. Mézières, Mézi (1981), p. 64).
PLGPPUR n° 15, (1983) - dossier + couverture et illustrations
Sapristi n° 18, (1988) - dossier + couverture et illustrations
On a marché sur la bulle n° 6, (1995) - dossier et illustrations
Les dossiers de DBD, (2001) - dossier + couverture et illustrations
Artigos
Nyarlathop n° 3, (1970) - article + couverture
Phénix n° 26, (1973) - table ronde sur la science-fiction avec Druillet
Ran Tan Plan n° 30, (1974) - article + couverture
Phylactères, (1997) - article
Entrevistas
Horizons fantastiques n° 30, (1974) - interview
Horizons fantastiques n° 32 et 33, (1975) - interview
Tresadenn n° 9, (1977) - interview + illustration
Neutron n° 3, (1980) - interview
Solaris n° 47 et 48, (1982) - interview
Auracan n° 11, (1995) - interview
Documentários televisivos
1995 - Valérian et Laureline, entretiens avec Jean-Claude Mézières et Pierre Christin, réalisateur Jean-Loup Martin (26'), le vendredi 14 avril 1995 à 14h40, sur la chaîne de télévision Planète. Producteurs: Cendrane Films / 8 Mont Blanc Télévision / Les Films Grain de Sable.
1996 - Trente ans d'espace-temps, entretiens avec Jean-Claude Mézières et Pierre Christin (23'), réalisation Jean-François Dars et Anne Papillault, production CNRS Images / media FEMIS.
2004 - documentaire Jean-Claude Mézières, L'Ambassadeur des étoiles de Julien Perrin (21')
2007 - interview de Jean-Claude Mézières par Jean-Philippe Lefèvre le vendredi 19 janvier 2007 à 23hoo dans l'émission Un monde de bulles (30') sur la chaîne de télévision Public Sénat.
2007 - interview de Jean-Claude Mézières et Pierre Christin par Geneviève de Cazaux et Jean-Michel Chappes (1'40) pour le 13 heures de TF1 le jeudi 27 janvier 2007.
Ligações externas
O Commons possui uma categoria com imagens e outros ficheiros sobre Valérian