O turismo no Paraná é um dos principais setores da economia desse estado brasileiro, oferecendo diversas atrações históricas, naturais e culturais.[1] O Estado, que é maior que muitos países, como Uruguai e Portugal, apresenta várias opções turísticas, como praias de água salgada e doce, ilhas, metrópoles, unidades de conservação e festivais e eventos que atraem grandes públicos.[1][2]
O destino turístico que mais recebe turistas no estado é as Cataratas do Iguaçu.[3] O atrativo, que fica no Parque Nacional do Iguaçu, recebeu em 2019 cerca de 2 milhões de visitantes, com turistas de 177 países. O parque é o segundo mais visitado do Brasil, ficando atrás apenas do Parque Nacional da Tijuca, onde fica o Cristo Redentor, no Rio de Janeiro.[4][5][6] Outros lugares como o Jardim Botânico de Curitiba, o Museu Oscar Niemeyer, a Vila Velha e a Ilha do Mel também são importantes destinos turísticos.[1] O Paraná é também um dos estados que tem um grande número de parques nacionais, destacando-se o Parque Nacional de Ilha Grande e o Parque Nacional do Superagui.[7] O Estado possui um setor turístico em progressão e ainda apresenta falta de infraestrutura turística, como informações, sinalização, serviços e investimentos.[8][9][10]
No Paraná é possível percorrer diversos caminhos, rotas turísticas e circuitos. Atrativos como a Rota dos Tropeiros, a Rota do Pinhão, a Rota do Vinho, a Rota do Café, a Rota do Equilíbrio,[11] a Rota do Rosário, a Rota Holandesa, o Caminho Trentino, o Caminho do Itupava, o Caminho do Peabiru, a Estrada da Graciosa, a Estrada do Cabaraquara e o Circuito Italiano.[1][2] São rotas a cavalo, a pé, de bicicleta e de carro.[12] Muitos lugares formam diferentes destinos que abordam, por exemplo, o turismo cultural, rural, gastronômico, religioso e de aventura.[2] Dos atrativos turísticos cadastrados no Paraná, 25% são do segmento religioso, entre templos, monumentos e rotas de peregrinação, sendo um dos segmentos mais importantes.[13] Em 2020, o turismo religioso era o 3º segmento com maior número de atrativos no estado.[12]
Região Metropolitana de Curitiba,[14] Campos Gerais,[15] Centro-Sul,[16][17] Norte,[18][19][20] Noroeste,[21][22] Oeste[23][24][25][26] e Litoral[27] formam as regiões do Estado que representam as mais diversas culturas e atrações. Diante de uma iniciativa governamental o estado foi dividido oficialmente em 15 Regiões Turísticas.[28] São elas: Campos Gerais - Cataratas do Iguaçu e Caminhos ao Lago de Itaipu - Corredores das Águas - Ecoaventuras Histórias e Sabores - Entre Matas, Morros e Rios - Lagos e Colinas - Litoral do Paraná - Norte do Paraná - Norte Pioneiro - Riquezas do Oeste - Rotas do Pinhão - Sul do Paraná - Terra dos Pinheirais - Vale do Ivaí - e Vales do Iguaçu.[2]
Dados econômicos
No ano de 2021 o Produto Interno Bruto (PIB) das atividades turísticas do Paraná atingiu 12,03 bilhões de reais, correspondendo a 2,54% do PIB total estadual daquele ano (474 bilhões de reais). Este setor naquele ano gerou 68,9 mil empregos. No Índice de Desempenho das Atividades Turísticas do Paraná (Idat-PR) de 2022 os municípios que mais se destacaram foram Foz do Iguaçu, Ribeirão Claro e Porto Rico.[29] As atividades turísticas no Paraná impactam significativamente na economia do estado de acordo com informações do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), tendo um crescimento maior que a média nacional. Em 2024 a receita nominal das empresas paranaenses ligadas às atividades turísticas cresceu 10,8%, impactando positivamente o faturamento das empresas, bem como, na criação de empregos e geração de renda nos municípios.[30] O Paraná também é o sétimo estado com maior número de desembarques aéreos de passageiros, que movimenta os segmentos de hospedagem, alimentação e comércio.[31]
Durante a temporada 2023-2024 de navios de cruzeiros pelo litoral brasileiro, somente Paranaguá recebeu mais de 24 mil turistas, colocando a cidade na rota do turismo internacional marítimo.[32] No primeiro semestre de 2024, o Paraná recebeu 507 mil turistas estrangeiros de acordo com os dados da Agência Brasileira de Promoção Internacional do Turismo (Embratur), consolidando o estado entre as cinco unidades da federação como principais destinos internacionais no Brasil. Aproximadamente 78% destes turistas são provenientes da América do Sul.[33][34]
Curitiba e região metropolitana é um importante destino turístico brasileiro,[14] especialmente procurado por turistas oriundos de estados vizinhos que chegam à região por via terrestre.[35] Um importante aumento no "turismo de negócios" tem também se verificado nas últimas décadas.[36] Seja por razões de lazer ou trabalho, o fluxo de visitantes estimado no ano de 2006 chega a ser surpreendente: mais de 1.800.000 pessoas, ou seja, maior que o número de habitantes da cidade.[37]
Teatro São João inaugurado em 1876, um dos mais antigos do Paraná.
Os principais pontos de visitação de Curitiba são seus parques, sendo que a cidade conta com uma bem distribuída rede deles. Destacam-se o Jardim Botânico, com sua estufa iluminada (famoso cartão postal), o Parque Tanguá, o Jardim Zoológico de Curitiba e a Ópera de Arame. Além dos parques, alguns museus são bem procurados como o Museu Oscar Niemeyer, com seu curioso anexo em forma de "olho", o Museu do Holocausto de Curitiba e o Museu Paranaense. Curitiba apresenta inúmeros centros comerciais, bem diversificados, indo do popular a shopping centers que atraem grande público, além do Mercado Municipal de Curitiba, da Rua XV de Novembro e da Rua 24 Horas. Outros atrativos que merecem destaque são: a panorâmica Torre da Telepar (Torre das Mercês), o Largo da Ordem e a praça Santos Andrade onde ficam o Teatro Guaíra e o edifício histórico da Universidade Federal do Paraná.[38] Os visitantes podem ter acesso a todos os principais parques e pontos turísticos de Curitiba (exceto os centrais) através de uma linha de ônibus circular especial, a custo baixo. Para os adeptos do ciclismo, existe uma importante (para os padrões brasileiros) rede de ciclovias, que permite acesso a vários recantos agradáveis da cidade em meio a áreas verdes. Encontram-se, porém, poucos locais de locação de bicicletas.[39]
Faxinal do Céu, localizado em Pinhão, é um importante destino turístico da região.[26] Em Pitanga está localizado o monumento do Marco Geodésico.[17] Em Irati é possível percorrer a Rota do Equilíbrio.[11] Na cidade está a maior imagem de Nossa Senhora das Graças, do Brasil e do mundo, com 22 metros de altura, além do Museu Casa Dei Nonni e cachoeiras.[73][74] Já em União da Vitória está a imagem do Sagrado Coração de Jesus, com 27 metros de altura, além do Parque Estadual Bosque das Araucárias, do Parque Histórico Iguassú e da Estação Ferroviária União.[75] Em Bituruna a Rota do Vinho, o Garrafão e a estátua de Santa Bárbara, a maior da santa no mundo, com 34 metros, instalada no ponto mais alto da cidade.[76]
O café é o símbolo da região norte do Estado e está presente na história, na cultura, na economia e no turismo, sendo possível percorrer a Rota do Café, visitar fazendas e conhecer os cafezais.[19][20]
Em Londrina, o Museu Histórico de Londrina Padre Carlos Weiss é um órgão suplementar da Universidade Estadual de Londrina (UEL). Sua sede atual, o prédio da segunda estação ferroviária da cidade, se localiza no centro da cidade e é uma referência no estado na categoria. Destacam-se ainda o Salto do Apucaraninha, cachoeira com 116 metros de queda, no limite com Tamarana.[18] Em Cornélio Procópio os destaques são: o Museu Histórico; o Santuário Schoenstatt Tabor da Fidelidade, em estilo alemão;[80][81] o Parque Estadual Mata São Francisco;[40] e o Monumento Cristo Rei construído em 1958.[82]
A Região Noroeste é caracterizada pelo agronegócio e pela indústria do vestuário, que consolidou a região como um importante polo de negócios e eventos. Importantes eventos estão no calendário da região, como a Expovest, de Cianorte, e a Expoingá, de Maringá. Em Maringá existe a Catedral Basílica Menor de Nossa Senhora da Glória, segundo monumento mais alto da América do Sul e décimo do mundo.[89][21] Ainda em Maringá é possível conhecer o Parque do Ingá, o Memorial Kimura, o Teatro Calil Haddad, Museu de História e Arte Hélenton Borba Côrtes, entre outros atrativos.[21][90]
O Santuário Nossa Senhora do Carmo, o Museu Histórico, Antropológico e Etnográfico de Paranavaí e a Expo Paranavaí, ficam em Paranavaí.[91] Em Cruzeiro do Oeste, o Museu de Paleontologia, o Museu Histórico e a Capela dos Cafeeiros.[92]
Placa de boas vindas à Ilha do Mel, logo na chegada.
O litoral com cerca de 100 km de extensão apresenta uma importante área portuária, praias e ilhas.[100][101][102][27] São 125 praias e balneários e mais de 57 ilhas no litoral.[27] As praias de Caiobá, Matinhos, Guaratuba, Pontal do Paraná e Praia de Leste são as mais frequentadas do Paraná.[103] São procuradas por turistas não só no verão, mas também no inverno, quando parte da população vai para o litoral fugindo do frio do planalto.[104] Completam ainda o roteiro pelo litoral as praias dos municípios de Antonina e Guaraqueçaba. De lancha, pela baía de Paranaguá, pode-se alcançar a ilha do Mel, onde a história e a natureza se misturam.[105]Paranaguá, a primeira cidade fundada no Estado, em 1648,[106] guarda em suas igrejas de estilo barroco alguma coisa da história da época.[107] Também pode-se ir de litorina da capital até Paranaguá numa viagem muito interessante.[108]
A Estrada de Ferro Curitiba-Paranaguá, construída pelo império há mais de cem anos, corta a serra do Mar através de túneis e viadutos, atravessando precipícios a todo instante.[109] A beleza da paisagem, formada pela mata quase virgem e por diversas quedas-d’água, é valorizada pelos abismos.[109] Outro trajeto turístico da serra do Mar é a estrada da Graciosa, de história mais antiga que a própria ferrovia, um sinuoso e encantador caminho, em sua maior parte de paralelepípedos, que desce a serra em meio a exuberante vegetação e vistas panorâmicas,[110] chegando a Morretes (por onde também passa a ferrovia), cidade histórica, onde se saboreia o barreado, prato típico do litoral paranaense, e onde se praticam múltiplas modalidades de ecoturismo.[111] A cidade é também famosa pela qualidade e variedade do artesanato[112] e por seus alambiques, que produzem cachaça de qualidade.[113]
A quantidade de eventos artístico-culturais paranaenses é riquíssima e variada.[114] Em dezembro ocorre o tradicional espetáculo do coral natalino infantil, no edifício histórico, do grupo Bradesco, onde reúne milhares de pessoas no calçadão da rua XV de novembro em Curitiba. O "Natal do Palácio Avenida", com apresentações de um coral de crianças que cantam músicas tradicionais do Natal e alguns sucessos da MPB, em ritmo natalino, tornou-se um evento bastante representativo das festividades de fim-de-ano no Paraná.[115]
No município da Lapa, são Benedito é festejado (dezembro) com a "congada" (dança dos negros congos, de origem africana, onde descendentes de escravos falam, recitam, cantam e dançam).[116] Outras danças populares são o curitibano, com os pares fazendo roda; o quebra-mana, uma mistura de valsa e sapateado; e o nhô-chico, dança ao som de violas, característica do litoral.[117]
Durante o ano inteiro, se realizam feiras e festivais, destacando-se a Munchen Fest de Ponta Grossa, a Oktoberfest de Rolândia, Carnaval de Rua de Tibagi,[60] o Festival Internacional de Londrina, Festival de Teatro de Curitiba (o principal do país), Festival do Folclore, a Feira do Comércio e Indústria e a Feira de Móveis do Paraná (Movelpar). Atraem ainda considerável interesse as feiras agropecuárias de grande porte, em especial a Expo Londrina, a maior da América Latina.[118]
↑Ralph Mennucci Giesbrecht (14 de maio de 2019). «Estação Inspetor Aureliano Godói». Estações Ferroviárias do Brasil. Consultado em 25 de março de 2021
↑Secretaria Municipal de Turismo - Setur (2019). «Atrativos Naturais». Prefeitura Municipal de Tibagi. Consultado em 25 de setembro de 2019[ligação inativa]
↑ abViaje Paraná (2019). «Tibagi». Secretaria de Comunicação Social do Paraná. Consultado em 26 de setembro de 2019
↑«Morretes». Férias Brasil. 2011. Consultado em 17 de julho de 2011
↑Prefeitura Municipal de Morretes. «Artesanato». Site Oficial do Município. Consultado em 17 de julho de 2011. Arquivado do original em 25 de agosto de 2011
↑Prefeitura Municipal de Morretes. «Culinária». Site Oficial do Município. Consultado em 17 de julho de 2011. Arquivado do original em 25 de agosto de 2011