Tugril Cã
Tugril Cã (em mongol: Тоорил хан; romaniz.: Tooril khan), Vã Cã (Ван хан, Van khan), Ongue Cã (mongol médio: ᠣᠩ ᠬᠠᠭᠠᠨ, Ong qaγan) ou Uangue Hã (em chinês: 王汗; romaniz.: Wáng Hàn, m. 1203) foi um cã dos queraítas. Foi anda (irmão de sangue) do mongol Iesucai e serviu como patrono de Temujim, o futuro Gêngis Cã. A principal fonte sobre sua vida é a Vida Secreta dos Mongóis. Nome"Uangue Hã" (Wáng Hàn), em mongol "Ongue Cã" (Ong qaγan) foi o nome dado a Tugril pelos jurchéns do Império Jim do norte da China;[1] uangue significa rei ou príncipe. No século XIII, foi um dos líderes asiáticos identificados com Preste João,[2] ou então com Davi, irmão de João.[3] Seu nome cristão, por sua vez, era Davi.[4] VidaTugril era filho de Ciríaco Buiruque Cã e Ilma Catum.[5] Quando criança, em 1135, foi capturado pelos merquites e permaneceu como escravo por alguns anos.[6] Foi resgatado por sua família, mas pouco tempo depois foi novamente capturado, agora pelos tártaros, ao lado de sua mãe. No fim, foi igualmente libertado.[5] Na década de 1240, seu pai o envio à fronteira com o Império Jim. Ciríaco deixou público o desejo de dividir seu canato entre seus filhos, mas com sua morte Tugril se apressou à capital, tomou o trono para si e matou seus dois meio irmãos. Seu outro irmão, ou tio, Gur Cã protestou e Tugril foi obrigado a fugir à fronteira do Império Jim, onde ficou por volta de sete anos. Nos anos 1150, Iesucai dos mongóis o ajudou a reaver seu trono[7] e eles se tornaram arda (irmãos de sangue).[5] [6] Em 1170/73, Erque Cara, outro irmão de Tugril, o removeu do trono, e o último fugiu ao Canato Caraquitai. Em 1174, retornou através do país dos tangutes e foi novamente restaurado com ajuda de Iesucai, o que consolidou sua posição. Em 1176, recebeu na sua corte Jamuga e Temujim, filho de Iesucai, como turgaques (reféns).[8] Em 1184, Temujim se tornou seu vassalo e Tugril ajudou na campanha contra os merquites, que capturaram Borte, esposa de Temujim. Então, colaboraram em outras campanhas contra merquites, tártaros e naimanos. No final dos anos 1180, parece que foi outra vez removido do trono, agora por seu irmão Jaca Gambu, quiçá com a ajuda de Temujim. Tugril fugiu ao Império Jim, que em 1196/97 lançou campanha militar que o reinstalou no trono com o título de Uangue ou Ongue Cã.[9][a] Na campanha, Temujim lutou junto dos Jins e Tugril.[10] Em 1203, Temujim propôs uma aliança matrimonial, mas seu filho Ilca Sengum, ciente do perigo dele usurpar o trono, convenceu seu pai a declinar e atacá-lo de surpresa. Inicialmente Tugril estava com a vantagem e derrotou-o nas Areias de Calacaljde (primavera). No rescaldo, os aliados mongóis de Tugril tentaram tomar o trono e Temujim, se reagrupando no lago Baljuna, contra-atacou no outono e o derrotou decisivamente na Batalha das Colinas Jejer. Tugril foi obrigado a fugir, mas foi morto por guardas fronteiriços naimanos, e o seu filho Sengum fugiu ao Império Tangute.[5] AvaliaçãoSegundo a História Secreta dos Mongóis, Tugril era um governante frouxo e indeciso, cruel com seus irmãos, excessivamente indulgente com seu filho e quase totalmente dependente de mongóis como Iesucai e Temujim para seu sucesso.[5] Notas
Referências
Bibliografia
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