O Níger está situado em um local estratégico no Sahel, onde nos últimos anos a ação de grupos terroristas aumentou. Os terroristas jihadistas, segundo especialistas como o sociólogo e pesquisador nigerino Souley Adji, realizam uma estratégia de guerrilha no Níger, como em todo o Sahel, o que dificulta a ação dos militares nigerinos que não têm treinamento em táticas de intervenção. A situação também é complicada pelas fronteiras porosas, pelo fato de três quartos dos 1.276.000 quilômetros quadrados do país serem desérticos e que as pessoas que os grupos terroristas recrutam são jovens da própria população, segundo o especialista em governação na África Arji Saidou. Por outro lado, o Mali é um país de trânsito para a imigração clandestina para a Europa.[2]
Algumas das ações terroristas mais relevantes incluem ataques suicidas, sequestros e atentados bombistas.
Em 22 de janeiro de 2009, homens armados sequestraram um casal suíço, uma mulher alemã e um homem britânico. Em fevereiro, a Al-Qaeda no Magreb alegou ter sequestrado os quatro turistas, bem como o diplomata canadense Robert Fowler em dezembro.[4] Fowler e três outros foram libertados em abril, enquanto o britânico Edwin Dyer foi executado em junho.[5]
Em 28 de dezembro do mesmo ano, três turistas sauditas foram mortos e outros três feridos em um ataque perto de Djambala.[6] Um quarto saudita morreu dois dias depois.[7]
Em janeiro de 2011, em Niamey, dois jovens franceses são sequestrados em um restaurante e posteriormente executados durante a intervenção do exército francês que tentou impedir a fuga dos sequestradores.[8].[9]
Em outubro de 2013, os últimos quatro reféns dos sete funcionários da Areva e da subcontratada Satom que foram sequestrados em Arlit em 2010 pela Al Qaeda no Magrebe Islâmico, foram libertados.[11]
Entre fevereiro de 2015 e março de 2017, segundo dados do Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários, pelo menos 455 civis foram mortos, sequestrados ou feridos por ataques do Boko Haram na região de Diffa, no extremo sudeste. Quanto às baixas militares, são estimadas em 250 em todo o território, juntamente com dezenas de sequestros de militares.[2]
Esforços de contraterrorismo
Em abril de 2010, Mali, Mauritânia, Níger e Argélia criaram o Comité de Estado-Maior Operacional Conjunto (Cémoc) com sede em Tamanrasset (sul da Argélia), que possui um centro de informações de segurança em Argel e se reúne a cada seis meses. Até 2014 esta organização nunca desenvolveu operações transfronteiriças conjuntas.[12]
Em fevereiro de 2014, o G5 do Sahel foi criado para coordenar políticas de desenvolvimento e segurança. Integram o grupo: Burkina Faso, Chade, Mali, Mauritânia e Níger.[13]
Até outubro de 2017, os Estados Unidos realizavam trabalho de inteligência militar no Níger com drones e treinavam tropas nigerinas.[14] Na sequência da emboscada de Tongo Tongo, na fronteira com o Mali, na qual morreram quatro soldados estadunidenses e cinco nigerinos, o governo do Níger autorizou os Estados Unidos a realizarem bombardeamentos aéreos contra terroristas em território nigerino, dando um salto importante na luta contra o terrorismo no país.[2]