A identificação deste monumento ainda é motivo de debate entre os estudiosos. Durante muito tempo, ele foi identificado como sendo o templo dedicado a Valério Rômulo, o filho deificado do imperador Maxêncio, uma teoria que se apóia em seu nome tradicional, "Templo de Rômulo", conhecido desde a Idade Média e também por sua representação como sendo um templo circular nas moedas cunhadas na época de Maxêncio com a mensagem "Aeternae Memoriae"[3].
Atualmente acredita-se que a estrutura seja da época de Constantino e que originalmente era consagrado aos Penates. É possível que o templo original ficasse na área ocupada pela Basílica de Maxêncio e que tenha sido reconstruído no local atual quando a obra terminou.
Outra teoria identifica este templo como sendo o templo dedicado a Júpiter Estator, construído, segundo a lenda, por Rômulo e reconstruído no início do século III a.C. pelo cônsulMarco Atílio Régulo[3]. Sua localização corresponde de fato à localização do templo, pouco adiante da antiga Porta Mugônia, que dava acesso ao Palatino, perto da Régia. Esta identificação é parcialmente sustentada pelos antigos catálogos regionais constantinianos, que situavam o Templo de Júpiter Estator na Região IV[3].
História
Segundo a hipótese de que este templo seja o templo de Rômulo e não o de Júpiter Estator, a construção teria começado depois de 309, quando Valério Rômulo foi deificado[2]. Uma parte da inscrição dedicatória, ainda visível no século XVI, mencionava o nome de Constantino, o que implica que ele teria se apropriado do templo depois de derrotar Maxêncio[4][2].
No século VI, uma parte de um edifício retangular do Fórum da Paz foi transformado na igreja de Santi Cosma e Damiano e o Templo de Rômulo, que fica encostado, acabou integrado à nova igreja depois da abertura de uma passagem[3].
Em 1632, a porta de bronze e as colunas de pórfiro foram reutilizadas na reconstrução da entrada em um nível da rua mais alto (por causa das escavações no local)[3].
Atualmente, o edifício está bem conservado, o que se deve principalmente à sua função como igreja. Contudo, as duas salas laterais praticamente desapareceram e somente as colunas de entrada da sala norte ainda estão de pé.
Descrição
O Templo de Rômulo tem uma arquitetura singular. Trata-se de um templo de planta circular de tijolos[2] coberto por uma cúpula[1] e flanqueado por duas salas na abside. Sua fachada é curvilínea e a porta de bronze no centro está flanqueada por dois pares nichos que provavelmente abrigavam estátuas antigamente[1]. As duas salas laterais, profundas e estreitas, terminavam em uma abside e estavam ligadas à cela central. Na entrada de cada uma havia um par de colunas em mármorecipolino assentadas em altos pódios[1].
Segundo a hipótese que identifica este templo com o Templo de Júpiter Estator, as duas salas laterais podem ter sido dedicadas aos Penates, desalojados de seu templo no monte Vélia pela Basílica de Maxêncio[5].