Telmo Vergara era filho de Oswaldo Vergara, um dos mais conhecidos advogados da região, e Isabel Dias de Castro Vergara.[5] Seus estudos iniciais foram todos realizados na cidade de Porto Alegre, onde obteve o bacharelado em Direito pela Faculdade de Direito de Porto Alegre em 1931. Na mesma época, fez parte da primeira turma do curso superior de Administração e Finanças da Faculdade de Ciências Políticas e Econômicas, fundada em 1931 pelos Irmãos Maristas, que logo viria a se transformar na Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul. Foi casado com Lea Galvão Vergara.[6]
As ocupações de Vergara eram diversas. Além de escritor, atuou também como advogado na capital gaúcha, como funcionário público estadual no Departamento das Municipalidades, como auditor do Conselho Administrativo do Estado e do Conselho Superior de Polícia, e como auditor-chefe do Tribunal de Contas do Rio Grande do Sul. Era também barítono, tendo participado de diversas óperas apresentadas no Teatro São Pedro. Telmo Vergara morreu de forma precoce, aos 58 anos de idade, vítima das consequências da Doença de Parkinson. Está enterrado no Cemitério da Santa Casa de Misericórdia, em Porto Alegre.[7]
Carreira literária
Telmo Vergara começou a escrever bastante cedo, publicando seus primeiros contos e poemas no Correio do Povo, quando possuía cerca de 20 anos. Em 1930, publicou seu primeiro livro, intitulado Na Platéia, uma coletânea de contos publicada pela editora da Livraria do Globo.[8] Nesta obra, o autor relacionou o cotidiano da cidade e a modernização urbana a temas da mitologia grega.[9] Em seguida, publicou uma novela, O Moço Que Via Demais (1931), recebida com grande aclamação pela editora, que se pronunciou na Revista do Globo para incentivar a promissora carreira do jovem escritor. Em 1932, publicou sua primeira experiência na área do teatro, uma peça intitulada Uma Hora na Lua - Teatro Quase Possível.[10][11] Dois anos mais tarde, publicou Seu Paulo Convalesce, obra comentada por grandes nomes da literatura brasileira.[12]
A obra de Telmo Vergara não se enquadra em um gênero literário específico, tal como o Romance de 30, que prevalecia na literatura gaúcha da época.[16] Diferentemente deste, Vergara estava especialmente interessado nos aspectos individuais e existenciais das transformações sofridas pela sociedade de sua época, e não tanto nos aspectos sociais e políticos.[17] Em parte, é possível classificar sua obra como uma literatura intimista, visto que valorizava a introspecção e a subjetividade das personagens.[18]