Tapirus kabomani

Como ler uma infocaixa de taxonomiaTapirus kabomani
Anta-pretinha
Tapirus kabomani (Grazielle Braga / UFMG)
Tapirus kabomani (Grazielle Braga / UFMG)
Estado de conservação
Espécie não avaliada
Espécie não avaliada
Não avaliada
Classificação científica
Reino: Animalia
Filo: Chordata
Classe: Mammalia
Ordem: Perissodactyla
Família: Tapiridae
Género: Tapirus
Espécie: T. kabomani
Nome binomial
Tapirus kabomani
Cozzuol, Clozato, Holanda, Rodrigues, Nienow, de Thoisy, Redondo, & Santos, 2013 [1]
Distribuição geográfica

A anta-pretinha[2][3] (Tapirus kabomani) é uma das cinco espécies atuais de anta. É a menor espécie, menor mesmo que Tapirus pinchaque. Tapirus kabomani é encontrado na Amazônia, onde é simpátrico com a anta-comum. É o primeiro perissodáctilo descrito nos últimos 100 anos.

Descrição

Tem o peso estimado em até 110 quilogramas. É a menor espécie vivente do gênero Tapirus.[1] Para comparação, Tapirus pinchaque pesa entre 150 e 225 quilogramas.[4] Tapirus kabomani possui cerca de 130 centímetros de comprimento e 90 centímetros na altura dos ombros.[1]

A pelagem varia do cinza-escuro ao marrom-escuro, e as pernas são curtas.[1] Os machos são menores que as fêmeas, que possuem uma mancha branca que vai do queixo ao pescoço até a base da orelhas.[1]

Distribuição geográfica

Tapirus kabomani ocorre na América do Sul. Foi coletado no sul do Amazonas, em Rondônia e Mato Grosso. A espécie também deve ocorrer no departamento do Amazonas na Colômbia e no Amapá e sul da Guiana Francesa.[5]

Dieta

Provavelmente se alimenta de folhas e sementes de palmeiras do gênero Attalea, Orbignya, e Astrocaryum.[1]

Descoberta

Embora não tenha sido descrita formalmente até 2013, a possibilidade de T. kabomani ser uma espécie distinta já havia sido sugerida 100 anos antes. O primeiro espécime reconhecido como um membro desta espécie foi coletado pela Expedição Científica Rondon-Roosevelt. Roosevelt (1914) acreditava ter coletado uma nova espécie,[6] já que caçadores locais reconheciam dois tipos de anta na região (Roosevelt, 1914), e outro membro da expedição, Leo E. Miller, sugeriu que havia duas espécies.[7] Entretanto, embora observada por especialistas, todas as antas foram classificadas como Tapirus terrestris[7][8] incluindo o exemplar AMNH 36661, que foi identificado como T. kabomani.[1] A espécie só foi descrita formalmente em dezembro de 2013[9] e foi a primeira espécie de anta a ser descoberta desde 1865.[5]

Etimologia

O descritor específico deriva de Arabo kabomani, a palavra para anta no idioma Paumarí. A descrição formal desta espécie sugere um nome comum da espécie.[1] A tribo Karitiana a chama de anta-preta-pequena.[5]

Evolução

Dados morfológicos e moleculares corroboram que T. kabomani foi a primeira a divergir das outras espécies de antas sul-americanas. A análise morfológica sugere que a espécie mais próxima deve ser a extinta Tapirus rondoniensis.[1]

Referências

  1. a b c d e f g h i Cozzuol, M.A., C.L. Clozato, E.C. Holanda, F.H.G. Rodrigues, S. Nienow, B. de Thoisy, R.A.F. Redondo, and F.R. Santos. 2013. A new species of tapir from the Amazon. Journal of Mammalogy 94: 1331–1345. doi:10.1644/12-MAMM-A-169.1
  2. Brasileiros descrevem nova espécie de anta - 19/12/2013
  3. Nova espécie de anta é descoberta na Amazônia brasileira - 18/12/2013
  4. Padilla, M., R.C. Dowler, and C.C. Downer. 2010. Tapirus pinchaque (Perissodactyla: Tapiridae). Mammalian Species, 42:166–182
  5. a b c Hance, Jeremy. «Scientists make one of the biggest animal discoveries of the century: a new tapir». Mongabay. Consultado em 17 de dezembro de 2013 
  6. Roosevelt, T. 1914. Through the Brazilian wilderness. New York, Cooper Square Press
  7. a b Allen, J.A. 1914. Mammals collected on the Roosevelt Brazilian expedition, with field notes by Leo Miller. Bulletin of the American Museum of Natural History, 35:559–610
  8. Wood, H.E., 2nd. 1938. Cooperia totadentata, a remarkable rhinoceros from the Eocene of Mongolia. American Museum Novitates, 1012:1–21
  9. «A new species of tapir from the Amazon». Journal of Mammalogy. Dezembro de 2013. doi:10.1644/12-MAMM-A-169.1. Consultado em 18 de dezembro de 2013