Em 1930, a família Rosa, pretendendo vender suas terras nos sertões do Paranapiacaba, contratou o engenheiro Celso David do Valle que, acompanhado de Celestino Américo, percorreu a região. Em local por eles considerado ideal para sede de futura povoação, colocaram um marco e denominaram Paranapiacaba, por ficar em um tabuleiro entre os contrafortes da cordilheira marítima. No mesmo ano, foi construído o primeiro rancho, no então Patrimônio de Paranapiacaba, onde hoje está a Igreja Matriz.
Celso David do Valle, José Kenitz Moreira Lima, Royal Maravalhas e Valdomiro do Valle, formaram em 1932, sociedade, e fundaram a Colônia Juquiazinho, Moreira & Cia Ltda, com a finalidade de locar a estrada Piedade à Juquiá, e construir o trecho Piedade - Patrimônio do Paranapiacaba.
Em 1934 iniciou-se a colonização com a formação da Cia. Agrária Paulista, sendo abertas as estradas vicinais do Rio Verde, Juquiazinho, Travessão e Nagasaki. Dois anos depois as famílias japonesas Kubota, Matsumura, Sato e outras iniciaram a produção de carvão vegetal até hoje importante atividade econômica do município.
Em 1938, foi inaugurada a capela e distrito que recebeu o nome de Santa Catarina, pertencente ao município de Piedade. No ano de 1944, por imposição de Lei Federal que proibia o nome de Estado para municípios, o nome de Santa Catarina não poderia permanecer, então o nome foi mudado para Tapiraí.
No dia 28 de Dezembro de 1958, realizou-se o plebiscito pró-emancipação com a presença de 94 dos 103 eleitores inscritos, tendo sido aprovado o mesmo por 93 a 1.
"Tapiraí" é um termo com origem na língua tupi: significa "rio das andorinhas", através da junção dos termos taperá (andorinha) e 'y (rio)[6]. Vale observar que o brasão do município, que mostra uma anta ao lado de um rio, está etimologicamente incorreto. Embora a anta seja o animal símbolo do município, o termo correto para "rio das antas" não seria "tapiraí", mas "tapiri", pois tapi'ira (anta) não tem sílaba final forte. Isto ocasiona o desaparecimento da vogal final átona "a", quando de sua fusão com o termo 'y (rio)[7].
Clima
Seu clima é subtropical, temperado, apresentando temperatura média de 13 °C no inverno e 22 °C no verão. Registra índices pluviométricos anual entre 1.300 a 1.500 mm.
Durante o verão, os dias são bastante quentes e as noites amenas. Já no inverno, o frio é rigoroso, sendo comum em alguns dias a temperatura mínima chegar próxima a 0 °C, ocorrendo a formação de geadas - Tapiraí registrou a temperatura mínima de 3 graus negativos em 2000; 1,3 grau negativo em 2011, e 2,6 negativos em 2021.
Os fatores climáticos como a vegetação e a altitude, faz de Tapiraí um dos 5 municípios do Estado de São Paulo, com a menor temperatura média anual, registrando média de 17,8 °C.
Geografia
Tapiraí está situado na Região Metropolitana de Sorocaba. No entanto, por possuir grande parte do território banhado por rios da bacia do Ribeira de Iguape, Tapiraí também pertence à Região do Vale do Ribeira. Estando a 64 km da cidade de Sorocaba e a 92 km de Registro. O município ocupa uma área 755,100 km².
Localizado nos contrafortes da Serra do Mar, seu relevo é montanhoso com declives e vales em "V", terrenos de boa drenagem, com vegetação natural (floresta tropical úmida de encosta, e floresta subtropical de altitude). A altitude da sede é de 900 metros, mas em alguns pontos do município, a altitude pode passar dos 1000 metros. São nessas partes mais altas onde se localizam os mirantes, que proporcionam uma bela vista panorâmica da mata atlântica local e da serra do mar.
Vizinha à Reserva da Juréia e ao Parque Estadual Carlos Botelho (Sete Barras, São Miguel Arcanjo, Tapiraí e Capão Bonito), a mata tapiraiense preserva muitos animais raros, inclusive pássaros que já atraíram muitos observadores ao município.
Economia
Tapiraí conta com diversos bairros e um distrito, que apresentam importantes atividades econômicas. Estando a 7,5 km da cidade, o Distrito do Turvo é muito importante para economia do município, pois as atividades agrícolas predominam e concentram-se nas suas proximidades, ajudando na renda local. Enquanto na sede e nos bairros, os comércios, as indústrias (confecções, reciclagem, química, mineração de caulim e serrarias) e o turismo, são as principais atividades econômicas.
Cortada pela rodovia SP-79, que liga o interior do Estado de São Paulo ao litoral sul do estado, ao Vale do Ribeira e à Região Sul do País, Tapiraí é passagem para muitos turistas, que com frequência, atraídos por suas muitas cachoeiras ou pelos rios e riachos, param nas pousadas existentes.
O principal atrativo do município é a Cachoeira do Chá, localizada no Bairro do Chá a 15 km do centro. A cachoeira conta com uma trilha de 1 km beirando as margens do Rio Corujas, durante a trilha os visitantes passam por uma belíssima piscina natural até chegar a queda principal com 30 metros de altura[12].
Além dos atrativos naturais, Tapiraí nos últimos anos passou a atrair observadores de aves de todo o país para avistar e fotografar espécies de aves nativas da Mata Atlântica, como a ave Maria-Leque-do-Sudeste.[13]
O município tem interesse em desenvolver o ecoturismo e também o agroturismo e já tem selos turísticos oferecidos pelo ministério do turismo e pela Secretaria de Estado de Esportes e Turismo (SET).[14]
Tapiraí agora é MIT (Município de Interesse Turístico), a aprovação ocorreu no dia 9 de maio de 2017, o município foi um dos primeiros quatorze municípios de interesse turístico aprovado.
Festa do Gengibre
A Festa do Gengibre, é uma festa regional de Tapiraí, com ênfase na produção agroindustrial regional que acontece todos os anos na cidade. A comemoração ocorre no mês de julho. Essa festa é organizada pelo Departamento de Turismo, Esporte e Lazer, da Prefeitura de Tapiraí, e pelo Conselho Municipal de Turismo (Comtur). O evento oferece atrações gratuitas, desde rodeio e cavalgada, concurso de rainha do gengibre, exposições e shows gratuitos na Praça de Eventos Matheus Ricciardi, na avenida Professor Natan Chaves. As apresentações musicais ficam por conta dos cantores de nível nacional e regional, além da banda marcial municipal e apresentação de Taiko, uma tradição da colônia japonesa que tem forte presença em Tapiraí.
O gengibre é o produto agrícola mais importante de Tapiraí, cuja qualidade incomparável abastece o mercado nacional. Nessa região também são produzidas outras raízes como inhame e mandioquinha. Na festa do gengibre são expostos diversos tipos de produtos agrícolas, e a população juntamente com os turistas, se divertem em shows de excelência, com grande diversidade de barracas de alimentação e bebidas. A raiz predomina nas receitas, e vale a pena provar o frango com gengibre acompanhado de farofa de banana, e também o quentão, bolo, tapioca e outros alimentos à base de gengibre. No evento é possível comprar e provar delícias da roça, que são produzidas pelos próprios produtores locais.
Tapiraí já foi grande produtora de chá, até exportando o produto, mas, com a desativação da fábrica, o gengibre foi o produto que mais se adaptou ao clima da cidade.
↑IBGE (10 out. 2002). «Área territorial oficial». Resolução da Presidência do IBGE de n° 5 (R.PR-5/02). Consultado em 5 dez. 2010
↑«Censo Populacional 2010». Censo Populacional 2010. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). 29 de novembro de 2010. Consultado em 11 de dezembro de 2010