Ngwenyama Sobhuza II (22 de julho de 1899 — 21 de agosto de 1982) foi Chefe Supremo e depois o primeiro Rei de Essuatíni.
Infância e adolescência
Era filho de Bhunu, também chamado Chefe Ngwane V, e Lomawa Ndwandwe e, quando nasceu, tinha recebido o nome de Nkhotfotjeni. Após a morte do pai, quando tinha apenas alguns meses de vida, devido ao período de luto, ele foi separado da mãe e ficou aos cuidados da avó, Labotsibeni, por cerca de um ano. Mais tarde, quando estava em idade escolar, sua avó mandou construir a escola Zombodze Primary School, a primeira escola pública do país, especialmente para ele. Em 1916, Sobhuza foi para a cidade de Lovedale, para frequentar o Ensino Médio.[1]
Ascensão
A dinastia de Sobhuza II (cognominado I'Ingwenyama, isto é, o Leão), remonta ao século XV.
O Chefe Ngwane V, seu pai, morreu em 10 de dezembro de 1899, sendo sucedido por Sobhuza, que contava apenas com quatro meses de idade. Sua avó, Labotsibeni Gwamile Mdluli, tornou-se regente, função que ocupou até 22 de dezembro de 1921, quando Sobhuza II assumiu pessoalmente o governo de Essuatíni.[2]
Seu reinado de mais de 82 anos (incluído o período de regência) faz dele o monarca que, comprovadamente, reinou por mais tempo em toda a história (há indícios de que o faraó Pepi II, da Sexta Dinastia, tenha reinado por mais tempo, no Egito Antigo, porém não há dados que permitam calcular com precisão seu tempo de reinado).
Governo
Durante os 60 anos de seu reinado pessoal (1921-82), Essuatíni tornou-se independente do Reino Unido, em 6 de setembro de 1968, quando o governo tribal existente deu lugar a uma monarquia parlamentar, nos moldes da antiga metrópole.[3]
Essa forma de organização política, no entanto, não perdurou por muito tempo. Em 2 de abril de 1973, o rei deu um golpe de estado, revogando a Constituição, dissolvendo o Parlamento e proibindo os partidos políticos, tornando-se um monarca absoluto.[4]
Após anos de protestos, o rei resolveu aceitar a promulgação de uma nova Constituição, em 1978. Criou-se então um Parlamento, mas com poderes limitados. Os partidos políticos permaneceram na ilegalidade.[5]
Poligamia
O rei manteve a prática da poligamia tribal. De acordo com a Swaziland National Trust Commission, o rei casou 70 vezes e teve 210 filhos (trinta morreram na infância), entre 1920 e 1970, o que corresponde a uma média de 3 filhos por mulher. Já o Economic Times reporta que ele teve 125 esposas.[6]
Cerca de uma centena de filhos seus estavam vivos em julho de 2000.
Sucessão
Com a morte de Sobhuza, em 1982, assumiu o trono seu filho adolescente, de nome de nascença Makhosetive, que seria coroado em 1986, com o nome de Mswati III, após um período de regências das rainhas Dzeliwe e Ntfombi.[4]
Curiosidades
- Em 1968, em Lobamba, foi criado o Parque Memorial Rei Sobhuza II.[7]
- Foto do Rei em 1972, durante um discurso público. [1]
Referências