Sarcophilus é um género de marsupial da família Dasyuridae,[1] mais conhecido pelo seu único membro sobrevivente, o diabo-da-tasmânia.
Nomenclatura
Em 1837, Frédéric Cuvier descreveu o gênero Sarcophilus para a espécie Dasyurus ursinus alegando que ela era mais aparentada ao Thylacinus que ao Dasyurus, porém com características distintivas o suficiente para garantir a descrição do novo gênero.[2] A espécie-tipo desse gênero, Didelphis ursina, descrita por George Harris em 1808,[3] estava com o nome pré-ocupado pela Didelphis ursina descrita por George Shaw em 1800. Em 1841, Pierre Boitard renomeou a espécie para Ursinus harrisii, criando assim um novo gênero.[4] No mesmo ano, George Robert Gray se refere a espécie como Diabolus ursinus.[5] Em 1903, Oldfield Thomas, sem ter conhecimento da substituiçao feita por Boitard, renomeou o Didelphis ursina de Harris para Sarcophilus satanicus,[6] mas em 1913, reconhecendo que o harrisii antecede sua substituição, recombina o Ursinus harrisii para Sarcophilus harrisii, estabelecendo a combinação válida para a espécie.[7] Assim, Ursinus e Diabolus são considerados sinônimos de Sarcophilus de acordo com a lei da prioridade regida pelo Código Internacional de Nomenclatura Zoológica.
Espécies
Três espécies são descritas para o gênero, duas através do registro fóssil, S. laniarius do Pleistoceno e S. moornaensis do Plioceno, e uma recente, S. harrisii. Charles De Vis em 1883, descreveu uma espécie fóssil batizada de Sarcophilus prior, entretanto, uma revisão posterior do espécime, demonstrou uma maior afinidade com a família Vombatidae, mas especificamente com o gênero Vombatus, do que com qualquer membro da família Dasyuridae.[8]
S. laniarius era maior que a espécie contemporânea S. harrisii, pesando mais de 10 quilogramas. A relação entre as três espécies não é clara; alguns propuseram que o S. harrisii possa ser uma versão anã do S. laniarius, outros argumentam que é uma espécie distinta e que os dois possam ter coexistido durante o Pleistoceno.[9]
Referências
- ↑ GROVES, C. (2005). WILSON, D.E.; REEDER, D.M., ed. Mammal Species of the World. A Taxonomic and Geographic Reference. 1 3 ed. Baltimore: Johns Hopkins University Press. pp. 23–37. ISBN 9780801882210
- ↑ CUVIER, F.G. (1837). GEOFFROY SAINT-HILAIRE, É. & CUVIER, F.G., ed. Histoire Naturelle des Mammifères. pt. 4. Paris: Chez A. Belin, Libraire-Éditeur. pp. 1–6
- ↑ HARRIS, G.P. (1808). «Description of two new Species of Didelphis from Van Diemen's Land». Transactions of The Linnean Society of London. 9: 174–78. doi:10.1111/j.1096-3642.1818.tb00336.x
- ↑ BOITARD, P. (1842) [1841]. Le Jardin des plantes. description et murs des mammifères de la Ménagerie et du Muséum d'histoire naturelle. Paris: J. J. Dubochet. p. 290
- ↑ GREY, G (1841). Journals of two expeditions of discovery in north-west and western Australia. 2. [S.l.]: T. and W. Boone. 482 páginas
- ↑ THOMAS, O. (1903). «Note on the Technical Name of the Tasmanian Devil». Annals and Magazine of Natural History series 7. 11. 289 páginas
- ↑ THOMAS, O. (1913). «The Technical Name of the Tasmanian Devil». Proceedings of the Biological Society of Washington. 25. 116 páginas
- ↑ BARTHOLOMAI, A.; MARSHALL, L.G. (1973). «The identity of the supposed dasyurid marsupial, Sarcophilus prior De Vis, 1883, with comments on other reported "Pliocene" occurrences of Sarcophilus». Memoirs of the Queensland Museum. 16 (3): 369-374
- ↑ LONG, J.; ARCHER, M.; FLANNERY, T.; HAND, S. (2002). Prehistoric Mammals of Australia and New Guinea: One Hundred Million Years of Evolution. Baltimore: Johns Hopkins University Press. p. 55. ISBN 0801872235