A história do município de Santana teve início do agrupamento populacional na Ilha de Santana, localizada em frente, à margem esquerda do rio Amazonas, em 1753. Os primeiros habitantes eram moradores portugueses e mestiços vindos do Pará, além de indígenas Tucuju vindos de aldeamentos originários do Rio Negro e comandados pelo português Francisco Portilho de Melo. Contrabandista de pedras preciosas e escravos, Portilho (ou Portillo) evadiu-se para esta região fugindo das autoridades fiscais paraenses em razão do comércio clandestino de escravos e metais.[1]
Em 31 de agosto de 1981, Santana é elevada a categoria de Distrito de Macapá, através da Lei nº 153/81-PMM, sendo o distrito instalado oficialmente em 1 de janeiro de 1982, e o pioneiro Francisco Correa Nobre como o primeiro Agente Distrital. Santana foi elevada à categoria de município através do Decreto-lei nº 7639 de 17 de dezembro de 1987. Através do Decreto (P) nº 0894 de 1 de julho de 1988, o Governador Jorge Nova da Costa nomeia o professor Heitor de Azevedo Picanço, para exercer o cargo de Prefeito Interino, que estruturou a administração pública municipal, criando condições para o futuro prefeito que seria eleito diretamente pelo povo em 15 de novembro de 1988, Rosemiro Rocha Freires.[1]
Localizada na desembocadura do Rio Amazonas e na região centro-sul do estado, Santana é o menor município do Amapá em área territorial. A área do município é menor inclusive que a da capital Macapá (cerca de um quarto deste, a qual é conurbana e a distância entre o centro de ambas é de 30 km), possuindo 1.541,22 km².[5]
O clima em Santana é tropical. Segundo a Köppen e Geiger a classificação do clima é Am. Santana tem uma temperatura média de 27.1 °C.[3]
Em Santana na maioria dos meses do ano existe uma pluviosidade significativa. Só existe uma curta época seca e não é muito eficaz. A pluviosidade média anual é 2465 mm.[3]
População
A população de Santana é de uma cidade média, ou seja, acima de 100 mil habitantes. Segundo o Censo de 2010 a população de Santana era de 101.262 habitantes.
Com a Constituição de 1988 ficou determinado a Santana um novo perfil a política local, que obtém mais verbas do governo federal e adquire mais responsabilidades na saúde, educação e segurança. Segundo o CAGED, há no total 8 estabelecimentos do setor público atuando na cidade,[13] onde trabalham 2.864 servidores (densidade de 2,6 servidores para cada 100 habitantes).[14]
Indicadores
O Índice Firjan de Gestão Fiscal (IFGF) é um indicador que tem como objetivo medir o grau de responsabilidade administrativa por meio de indicadores que mostram o grau de evolução das políticas de recursos públicos e gestão fiscal dos municípios brasileiros. A leitura do IFGF varia entre 0 (gestão ruim) e 1 (gestão perfeita) e Santana atingiu o índice IFGF de 0.2781 em 2013 (4586º no país e 6º no estado).[15] Já pelo Ranking de Eficiência dos Municípios – Folha (ou REM-F), que tem a finalidade de medir o grau de eficiência dos municípios brasileiros e vai de 0 (ineficiente) a 1 (eficiente), atestou que Santana atingiu índice de 0,348 (índice considerado ineficiente), colocando a cidade em 4.656º lugar no Brasil.[14]
Santana, segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED), possui no total 1.548 empresas.[13] E segundo o Empresômetro esse número é ainda maior, totaliza mais de 4.800 empresas atuantes.[18]
Setor primário
Nesse setor é comandado pela criação de gados bovino, bubalino e suíno, além da atividade pesqueira e a extração da madeira, além da venda de produtos tipicamente nortistas (madeira e açaí), que contribuem também para o desenvolvimento econômico de Santana. No setor primário do município há um total de 14 empresas segundo o CAGED.[13]
Setor secundário
Santana mantém sob o seu domínio o Distrito Industrial de Santana, cujo parque sofre constante ampliação. Entretanto, funcionam as empresas Flórida e Equador, e também as empresas Reama (que industrializa a Coca-Cola no Estado) e Amcel (responsável pela plantação de pinhos e eucalipto), dentre outras. Segundo o Caged, totalizam 119 estabelecimentos (sendo 116 industriais e 3 extrativos) atuando na cidade.[13]
Setor terciário
O comércio (incluindo a Área de Livre Comércio de Macapá e Santana - ALCMS) e os serviços contribuem economicamente. Segundo o CAGED, há no total 1.407 estabelecimentos de setor terciário atuando na cidade, sendo:[13]
824 de comércio (sendo 766 varejista e 58 atacadista)
486 de serviços
89 de construção civil
8 de serviços industriais de utilidade pública
Turismo e lazer
Na Ilha de Santana, que fica do outro lado da cidade, se encontra o Balneário Recanto da Aldeia, lugar bastante frequentado nos finais de semana.[1]
No centro de Santana também há a Praça Cívica que ao seu redor conta com pequenos restaurantes e pizzarias, além de também ser de frente para a Igreja de Nossa Senhora de Fátima e Sant'Ana, além disso há o templo Sede da Assembleia de Deus.
Cultura
A cultura de Santana é vibrante e diversa, marcada por eventos que refletem a forte religiosidade e a riqueza das tradições populares. O Círio de Nossa Senhora de Nazaré é um dos momentos mais esperados do calendário religioso da cidade, reunindo cerca de 50 mil pessoas no terceiro domingo de outubro. Para não coincidir com os tradicionais Círios de Belém e Macapá, realizados no segundo domingo do mês, a procissão em Santana carrega devoção e emoção, unindo fiéis em um espetáculo de fé que toma conta das ruas, enquanto flores, promessas e preces ecoam pela cidade.[1]
Outro destaque é a Festividade em honra a Sant’Ana, padroeira da cidade, celebrada no dia 27 de julho. Esta festa, assim como o "Santana na Roça" durante o período junino, são sinônimos de animação e tradição. Desde 1994, o Forrozão do Tio Gigante agita o mês de junho até o início de julho, com danças, cores e música que simbolizam a identidade cultural local. Grandes grupos juninos, como Constelação Junina, Estrela Santanense, Minha Deusa e Fogo na Roça, transformam as festividades em uma verdadeira competição de talento e criatividade, cativando o público com coreografias impecáveis e figurinos deslumbrantes. No início do ano, o Divino Espírito Santo em 2 de janeiro e realizados em 29 de junho os festejos em louvor à Mãe de Deus[1], mantendo vivas as tradições religiosas que conectam a comunidade.
A dança, outro elemento vital da cultura santanense, brilha durante todo o ano. Grupos como a Companhia de Dança Encanto Norte, que une o tradicional e o contemporâneo, e a Companhia de Dança On Dance, que oferece uma miscelânea de ritmos, promovem espetáculos que encantam públicos de todas as idades. Não podemos esquecer o Grupo de Dança Amigos da Toada Santana, que mantém viva a essência da dança indígena e o boi-bumbá, com sua defesa apaixonada do Garantido. Além desses, grupos como Xamã e Step Dance adicionam camadas à cena cultural de Santana, oferecendo desde danças folclóricas até performances modernas.[1]
No campo das artes cênicas, o Cine Teatro Municipal Silvio Romero é um verdadeiro símbolo cultural. Inaugurado em homenagem ao artista santanense Silvio Romero, falecido em 2011, o teatro ocupa uma área de mais de 2 mil metros quadrados e é um espaço fundamental para a promoção das artes na cidade. Com capacidade para 500 espectadores e infraestrutura moderna, o teatro se tornou palco de diversas apresentações artísticas, oficinas e eventos comunitários, contribuindo para o fortalecimento da cultura local. Além disso, o Cine Teatro oferece um ambiente acessível e inclusivo, com áreas projetadas para garantir o conforto de todos os visitantes.
Em Santana, a cultura é um elo que une gerações e histórias, refletindo a pluralidade de uma comunidade que, ano após ano, transforma eventos tradicionais em grandes celebrações da identidade local.
O Cine Teatro Municipal Silvio Romero é um espaço cultural localizado na Rua General Ubaldo Figueira, no bairro Nova Brasília, na cidade de Santana, Amapá. O teatro foi construído em homenagem ao artista santanense Silvio Romero, que faleceu em 2011 em um acidente de trânsito. Matéria
Com uma área de mais de 2 mil metros quadrados e um custo estimado de R$ 6 milhões, o projeto foi financiado através de emendas parlamentares do senador Davi Alcolumbre, em parceria com a Prefeitura de Santana. O teatro possui uma capacidade para acomodar 500 pessoas em seu salão principal, além de contar com um palco de 180 metros quadrados. Há também uma sala menor, com 80 lugares e um palco dedicado a apresentações mais íntimas.
O prédio foi projetado para garantir acessibilidade, com rampas e elevadores que permitem o acesso a pessoas com mobilidade reduzida tanto no pavimento térreo quanto no superior. A estrutura inclui, ainda, uma sala de convenções, espaços para oficinas de teatro, música e arte, uma sala de leitura, área de espera, camarins masculino e feminino, bilheteria e videoteca. Além disso, dispõe de salas para administração, coordenação, secretaria, depósito e copa, oferecendo assim um ambiente completo para diversas atividades culturais.
Urbanização
A zona urbana de Santana se divide em duas partes. A primeira e mais antiga se localiza na Ilha de Santana e a outra no continente, onde se localiza grande parte dos moradores. Entre ambas não há ligação por rodovias, apesar de serem bem próximas. A área urbana, de 24,536 km², é a segunda maior do Amapá e praticamente se conurba com a da capital.[6]
Existem no município 36 escolas de ensino fundamental e 3 de ensino médio, que são a Escola Estadual João Rogélio, Escola Estadual José Vieira Sales Guerra e a Escola Estadual Castelo Branco.
Dentre os projetos do Plano de Desenvolvimento da Educação, vinculado ao Ministério da Educação, executado pelo INEP, Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira, na Região Norte, Estado do Amapá, as Escolas Públicas Urbanas estabelecidas de Santana obtiveram os seguintes IDEB (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica), em 2005:
IDEB, escola e ranking estadual
Nota
Escola
Ranking
3,8
Escola estadual São Bento
11º
3,8
Escola estadual São Paulo
12º
3,7
Escola estadual Professora Joanira Del Castilo
19º
3,6
Escola estadual Everaldo da S. Vasconcelos Júnior
33º
3,6
Escola municipal Professor Maria Ilnah de Souza Almeida
34º
3,4
Escola municipal Amazonas
54º
3,4
Escola municipal Professora Gentila Anselmo Nobre
55º
3,3
Escola estadual São Benedito
64º
3,3
Escola estadual São João
65º
3,3
Escola municipal Padre Angelo Biraghi
66º
3,2
Escola estadual Fonte Nova
77º
3,2
Escola estadual Novo Horizonte
78º
3,2
Escola municipal Iranilde de Araújo Ferreira
79º
3,1
Escola estadual Almirante Barroso
92º
3,1
Escola estadual Padre Simão Corridori
93º
3,0
Escola estadual Professora Denise de Melo Vasconcelos
105º
3,0
Escola estadual Professora Izanete Victor dos Santos
106º
3,0
Escola estadual Professor José Ribamar Pestana
107
3,0
Escola estadual Professor Waldecy Correa Ferreira
108º
2,9
Escola municipal Padre Fulvio Giulliano
117º
2,7
Escola estadual Professor Afonso Arinos
124º
2,4
Escola estadual Ana Dias da Costa
130º
2,1
Escola municipal Piauí
137º
Abastecimento
Conta com um sistema de rede de distribuição de água.
Por Santana se localizar praticamente conturbada com a capital, onde se localiza o Aeroporto Internacional de Macapá, a população de Santana acaba fazendo uso deste para transporte aéreo.
Fluvial
Para as localidades vizinhas, as vias de acesso são feitas através dos transportes fluviais através do Porto de Santana, principal porto do estado.[1]
Ao Estado do Pará (por Almeirim) dá-se através de embarcações conhecidas na região por catraias. Para algumas cidades, pode ser feito através de barcos com uma duração média de 16 horas.[1]
Terrestre
Já é possível fazer trajeto por via rodoviária e a principal estrada federal que passa no município é a BR-156, que é grande parte asfaltada, mas tem muitos buracos e nem todo trajeto é pavimentado. Na cidade há o Terminal Rodoviário de Santana, com horário direto para Macapá, Laranjal do Jari, Mazagão, Porto Grande e Oiapoque.[20][21]
O transporte urbano é feito por empresas de ônibus atendendo a toda zona urbana.[1]
↑ abPrograma das Nações Unidas para o Desenvolvimento (2010). «Perfil do município de Santana - AP». Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil 2013. Consultado em 28 de dezembro de 2013