Sandy Canta Michael Jackson (também conhecida como Projeto Covers) foi a terceira turnê realizada pela cantora e compositora brasileira Sandy. A turnê é parte do Circuito Cultural Banco do Brasil e um tributo ao cantor norte-americano Michael Jackson.[1] O show teve produção musical de Lucas Lima e foi bem recebido pelos críticos, que elogiaram tanto sua produção quanto a performance de Sandy. A turnê se estendeu de novembro de 2011 a agosto de 2012, compreendendo dez apresentações. Como parte do mesmo projeto, na época, Lulu Santos fez uma turnê cantando canções de Erasmo Carlos e Roberto Carlos, enquanto Maria Bethânia interpretou canções do repertório de Chico Buarque.[2]
Desenvolvimento
Inicialmente, Sandy pensou em se apresentar com canções dos repertórios de Elis Regina e Tom Jobim, no entanto, escolheu o de Jackson por querer "sair do óbvio".[2] O convite de fazer a turnê veio da idealizadora e diretora do projeto Circuito Cultural, Monique Gardenberg.[2]
O Circuito Cultural é um projeto patrocinado pelo Banco do Brasil que promove espetáculos inéditos onde os artistas interpretam canções do repertório de outros músicos.[3] A turnê de Sandy foi baseada no repertório do entertainer norte-americano Michael Jackson, a quem ela chegou a conhecer em 1993, durante um show do cantor no estádio do Morumbi, em São Paulo. Em retrospecto, ela comentou: "Ele pegou na minha mão e entramos no palco juntos. Nem conversamos. Lembro que olhei para ele e comecei a errar. Ele então colocou
a mão no meu ombro para me acalmar."[2]
No tributo, Sandy selecionou suas faixas preferidas do cantor. Os arranjos ficaram por conta do músico Lucas Lima, marido da cantora.[4] A turnê estreou no dia 19 de novembro de 2011 em Curitiba, e se estendeu até agosto de 2012, totalizando dez apresentações.[5] Ela comentou o processo de concepção do show dizendo:
"Estou muito feliz com esse show e muito honrada por ter sido convidada juntamente com Maria Bethânia e Lulu Santos. Eu e minha banda nos divertimos muito com os ensaios e com os arranjos. Michael foi e sempre será um ídolo para mim. [...] É uma homenagem de fã mesmo.[6] Michael fez parte da minha infância, seu talento musical era indiscutível, penso que ele é como uma lenda: imortal, vai ficar para sempre na história."[5]
Recepção da crítica
Em resenha publicada na Folha de S. Paulo, o jornalista Marcus Preto disse que Sandy "encarou com nobreza" o repertório do artista e escreveu: "Caiu do cavalo quem pensou que Sandy não
daria conta de encarar com nobreza o repertório
de Michael Jackson. No show que traz nessa segunda-feira (21) a São Paulo, a cantora e sua banda recriam com inteligência e bom gosto canções de diversas fases do artista --do menino prodígio do Jackson 5 ao astro mundial de Thriller."[7]
Lauro Lisboa Garcia, d'O Estado de S. Paulo, também elogiou, dizendo que a artista "superou as expectativas": "Afinada, [Sandy] pegou o tom certo, fugindo dos viciados vibratos e outros excessos das cantoras atuais (...) Não só fez tudo com correção milimétrica - na
pronúncia perfeita do inglês, na montagem do
roteiro e nos surpreendentes arranjos -, como foi além, tornando algumas canções menos
melosas do que as gravações originais."[8]
Alexandre Coelho, do Universo Online, escreveu: "Musicalmente, a cantora não vacilou nos falsetes e vocalizes característicos da obra de Michael Jackson [...] A escolha acertada e sofisticada do repertório, bem como os arranjos assinados pelo marido de Sandy, Lucas Lima, – em boa parte, intimistas e até jazzy apoiados em um baixo acústico, no piano e em uma bateria minimalista – atestaram uma maturidade que credenciam Sandy a voos mais altos em sua carreira."[6] A IstoÉ Gente descreveu como "inteligente" a escolha do repertório, "com músicas que combinavam com a voz de Sandy", mas alegou que ela "parece tão ocupada em soar perfeita que não se dá ao direito de ficar à vontade. A voz todo mundo já sabe que está lá, não é algo com que ela precise se preocupar."[9]
Sílvio Essinger, d'O Globo, escreveu: "Sandy começou o show jazzy, com "Bad". Com voz de rouxinol, mas sem o veneno e a movimentação de palco que é natural em outras cantoras, Sandy passou ilesa, sem errar (mas também sem surpreender) por essa e outras canções." Essinger disse que com a releitura "cool, cheia de contornos" de "Billie Jean", Sandy "homenageou à altura aquele ídolo que, como ela própria, começou a carreira ainda criança, interpretando canções de amor, sem ainda tê-lo vivido e cresceu sob o olhar -e, às vezes, o duro julgamento- do público."[10]