Seu texto começa com as palavras Miserere mei, Deus ("Senhor, tende misericórdia de mim"), o que fez com que viesse a ser conhecido por Miserere, nome que o texto recebe, inclusive, quando usado em diversas obras musicais.
No Agpeya, o livro de horas da Igreja Copta, o salmo é recitado em cada ofício ao longo do dia, como uma oração de confissão e arrependimento.
No cristianismo ocidental, o salmo 51 também é usado liturgicamente. Na Igreja Latina este salmo pode ser designado por um padre a um fiel como penitência, depois da confissão. O versículo 7 é cantado tradicionalmente enquanto o padre asperge água benta sobre a congregação antes da missa, em um ritual conhecido como Asperges me, duas primeiras palavras do versículo em latim. O salmo 51 está também associado com a quarta-feira de cinzas.
Uma das versões mais conhecidas é o Miserere composto no século XVII pelo compositor Gregorio Allegri, da escola romana. De acordo com uma célebre história, o jovem Wolfgang Amadeus Mozart, com apenas catorze anos de idade, ouviu a peça sendo executada na Capela Sistina, no dia 11 de abril de 1770, e, depois de retornar ao lugar onde passaria a noite, conseguiu reescrever toda a partitura de memória. Mozart então teria retornado um ou dois dias depois para ouvir a peça e corrigir os poucos erros de sua transcrição.[7] O fato do coro final incorporar uma harmonia de dez vozes ressalta o prodígio do gênio do jovem Mozart. A obra também é conhecida por possuir diversos dós altos nos solos dos sopranos infantis.
Entre os compositores modernos que escreveram versões notáveis do Miserere estão Michael Nyman e Arvo Pärt.
John Caldwell: "Miserere", Stanley Boorman, "Sources: MS", Stanley Sadie, "Mozart, Wolfgang Amadeus"; Grove Music Online, ed. L. Macy (Accessed November 25, 2006), (subscription access)
Macey, Patrick (1998). Bonfire Songs: Savonarola's Musical Legacy. Oxford: Clarendon Press. 0-19-816669-9 ISBN