Saionji Kinmochi

Saionji Kinmochi
Saionji Kinmochi
Saionji Kinmochi
Primeiro-ministro do Japão
Período 1º - 7 de janeiro de 1906
até 14 de julho de 1908
2º - 30 de agosto de 1911
19 de dezembro de 1912
Dados pessoais
Nascimento 23 de outubro de 1849
Morte 24 de novembro de 1940 (91 anos)

Saionji Kinmochi (Quioto, 23 de outubro de 184924 de novembro de 1940) foi um político e diplomata do Japão. Ocupou o lugar de primeiro-ministro do Japão de 7 de janeiro de 1906 a 14 de julho de 1908.[1] Nos primeiros anos de reinado do imperador Hirohito foi um de seus principais conselheiros.[1] Foi o último genrō, e o mais distinguido estadista japonês nas décadas de 1920 e 1930.[1]

Juventude

Nascido em Quioto, era filho do Udaijin Tokudaiji Kin'it (1821 – 1883), chefe de uma família de cortesãos (kuge).[1][2] Foi adotado por outra família de cortesãos, os Saionji, em 1851.[2] Porém cresceria perto dos pais biológicos, dado que os Tokudaiji e os Saionji viviam perto do Palácio Imperial de Quioto.[1] Em jovem visitava o palácio com frequência como companheiro de brincadeiras do futuro Imperador Meiji, e com o passar do tempo ambos se converteriam em amigos próximos.[1] O irmão biológico de Kinmochi, Tokudaiji Sanetsune, converter-se-ia em Daijō Daijin e esta relação íntima com a Corte Imperial ajudá-lo-ia na sua carreira política.[1]

Restauração Meiji

Como herdeiro de uma família nobre, Saionji participaria na política desde muito jovem e ficou conhecido pelo seu brilhante talento. Tomou parte na Guerra Boshin (1867–1868), onde se destruiria o shogunato Tokugawa e o Imperador Meiji seria o governante absoluto do país. Alguns cortesãos consideraram que a guerra era uma disputa dos samurai de Satsuma e Choshu contra os Tokugawa. Saionji reforçaria a opinião de que os cortesãos deviam tomar a iniciativa e entrar no conflito. Participou em várias batalhas como representante imperial.[1]

No estrangeiro

Com a Restauração Meiji, foi para França em 1871 e aí esteve durante nove anos, com o objetivo de aprender a cultura, instituições e as leis europeias, e viveu em Paris. Enquanto estava em Paris, fez amizades, incluindo com Georges Clemenceau.[1]

Regressando ao Japão, fundou a Escola de Leis Meiji, que se converteria na Universidade Meiji.[1]

Em 1882, Itō Hirobumi visitou a Europa para conhecer os sistemas constitucionais dos principais países europeus, e pediu a Saionji que o acompanhasse. Depois da viagem foi nomeado embaixador no Império Austro-húngaro, e posteriormente na Alemanha e na Bélgica.[1]

Carreira política

Ao voltar para o Japão, Saionji entrou para o Conselho Privado e serviu como presidente da Câmara dos Lordes. Foi Ministro da Educação no segundo e terceiro gabinetes de Ito (1892-1893, 1898) e no segundo gabinete de Masayoshi Matsukata. Durante este período, reforçou a qualidade do currículo educativo com base em normas internacionais.[1]

Em 1900 juntou-se ao partido político Rikken Seiyūkai, fundado por Ito naquele ano. Com a sua experiência de viagens pela Europa, Saionji tinha um ponto de vista político liberal e apoiou o governo parlamentar. Ele foi um dos poucos políticos que defendiam que um gabinete deve ser formado a partir de uma maioria parlamentar.[1]

Saionji substituiu Itō como presidente do Conselho Privado em 1900, e como presidente da Seiyukai Rikken em 1903.[1]

Primeiro-ministro

Foi primeiro-ministro do Japão por dois períodos, entre 7 de janeiro de 1906 e 14 de julho de 1908 e entre 30 de agosto de 1911 e 21 de dezembro de 1912.[1]

A sua visão política foi influenciada durante a sua administração: ele pensou que a corte imperial não devia participar na política, algo que sucedia nos xogunatos. Isto foi visto com desconfiança pelos nacionalistas que queriam o imperador a participar na política diretamente, enfraquecendo o poder do parlamento e do gabinete.[1] Os nacionalistas acusaram-no de "globalista".

Últimos anos

Saionji foi nomeado genrō em 1913, e sua função principal era nomear candidatos para o primeiro-ministro ao Imperador para aprovação. Ele favoreceu partidários que poderiam formar um governo eficaz, embora ele foi capaz de nomear militares ou não-partidária, quando necessário.

Em 1919 conduziu a delegação japonesa na Conferência de Paz de Paris embora o seu papel tenha sido simbólico devido à sua saúde frágil. Em 1920 foi nomeado "príncipe" (koshaku), o posto mais alto concedido aos nobres no sistema kazoku como recompensa pelo seu serviço público.[1]

Nos últimos anos de sua vida tentou reduzir a influência do Exército Imperial Japonês em assuntos políticos. Foi um dos conselheiros mais liberais dos Hirohito e favoreceu as relações amistosas do imperador com o Reino Unido e Estados Unidos.

Morreu no dia 24 de novembro de 1940.[1]

Ver também

Referências

  1. a b c d e f g h i j k l m n o p q r Perez, Louis G. (2013). Japan at War: An Encyclopedia: An Encyclopedia (em inglês). Santa Bárbara: ABC-CLIO. pp. 353–354 
  2. a b Takane, Masaaki (1981). The Political Elite in Japan: Continuity and Change in Modernization (em inglês). Berkeley: Center for Japanese Studies, Institute of East Asian Studies, University of California. p. 110 

Precedido por
Katsura Taro
Primeiro-ministro do Japão
1906 - 1908
Sucedido por
Katsura Taro
Precedido por
Katsura Taro
Primeiro-ministro do Japão
1911 - 1912
Sucedido por
Yamamoto Gonnohyoe
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