A Editora Sabiá teve origem numa cooperativa de autores, a Editora do Autor, fundada por Walter Acosta, que, posteriormente, convidou Fernando Sabino e Rubem Braga para serem seus sócios. Em 1960, Sabino e Braga fizeram uma viagem a Cuba, como correspondentes de jornais, na comitiva de Jânio Quadros, eleito Presidente da República e ainda não empossado, fazendo então uma reportagem sobre a revolução cubana, resultando nos artigos A Revolução dos Jovens Iluminados de Sabino e Trata-se de uma Revolução, de Braga, incluídos no livro que inaugura a Editora do Autor: Furacão sobre Cuba, de Jean-Paul Sartre (em que esteve presente ao acontecimento sua mulher, Simone de Beauvoir), em setembro de 1960.
Outro sucesso da Editora do Autor foi The Catcher in the Rye (O Apanhador no Campo de Centeio), que fora recusado pela Civilização Brasileira, e que Fernando Sabino considerou um “vencedor certo”; como previsto por Sabino, o livro teve várias edições.
Mediante um desentendimento entre os três diretores, houve uma divisão da editora, em 1966. Fernando Sabino e Rubem Braga, formaram uma nova editora, a Sabiá, que iniciou sua produção em 1967.
Suas especialidades eram poesia, crônica e romance. Um dos títulos de maior sucesso foi Para uma Menina com uma Flor, de Vinícius de Moraes, em 1971. Clarice Lispector era uma das autoras que teve vários livros publicados pela Editora do Autor e consequentemente pela Editora Sabiá. Na época, pouco da literatura hispano-americana havia sido traduzida e a Sabiá alcançou grande êxito ao traduzir para o português Cien Años de Soledad (Cem Anos de Solidão), de Gabriel García Márquez, em 1969, encorajando outros editores a traduzir o chamado Boom Latino-Americano.
HALLEWELL, Laurence (1985). O livro no Brasil: sua história. São Paulo: EdUSP. Col: Coleção Coroa Vermelha, Estudos Brasileiros. 6. [S.l.: s.n.] ISBN85-85008-24-5