Sinais de rádio modulados em AM e FM. AM (Amplitude Modulada) e FM (Frequência Modulada) são dois entre os tipos possíveis de modulação (codificação). O sinal elétrico, que representa o conteúdo de um programa, oriundo de um estúdio, é "misturado" a uma onda portadora de frequência específica, e, pois, transmitido. No caso de AM, a mistura (modulação) significa alterar a amplitude da onda portadora no tempo, de acordo com o sinal original, o qual "contém a informação". No caso de FM, a frequência da portadora é alterada, em função do sinal original. Um receptor de rádio ("rádio") tem um adequado "circuito eletrônico demodulador", que extrai o conteúdo original do programa, mediante a "forma" da portadora alterada recebida e, assim, recompõe a informação original.
Rádio FM consiste na utilização de radiodifusão mediante modulação em frequência (FM). Inventada em 1933 pelo engenheiro estadunidenseEdwin Armstrong, a radiodifusão FM em banda larga é mundialmente utilizada por fornecer som de alta fidelidade na transmissão e recepção de rádio. Transmissão FM supera, em qualidade de som, transmissão AM, sua principal concorrente, por isso é usada para a maioria das transmissões de música. Estações de rádio FM usam frequências VHF. O termo "banda de FM" refere a faixa de frequência, num determinado país, que é dedicada à transmissão FM.
A faixa de transmissão FM, utilizado para transmissão por emissoras de rádio FM difere entre as diferentes partes do mundo, sendo que em grande parte do mundo se usa a faixa de 87,5-107,9 MHz, padrão da UIT (sendo que entre 87,5-87,9 MHz pode haver interferências dos canais 5 e 6 de televisão). A faixa de transmissão FM no Japão usa 76,0-90 MHz. A banda OIRT na Europa Oriental é 65,8-74,0 MHz, embora esses países agora usam principalmente a banda 87,5-108 MHz, como no caso da Rússia. Alguns outros países já descontinuaram a banda OIRT e mudaram para a banda 87,5-108 MHz. Geralmente as casas decimais mais usadas nas frequências são as de números ímpares. No Brasil o espectro padrão é o de 87,5-108MHz, porém com a transição da transmissão do sinal de transmissão de televisão do analógico para o digital e do remanejamento das emissoras de Rádio AM para FM, as frequências correspondentes aos canais 5 e 6 do VHF baixo foram cedidas para a transmissão de rádio, criando assim a FM expandida (76-108MHz).
Uma rádio em FM apresenta uma ótima qualidade sonora mas com limitado alcance, chegando em média a 100 quilômetros de raio de alcance. Em condições esporádicas de propagação, é possível sintonizar emissores a centenas de quilômetros. A potência dos sistemas de emissão pode variar entre poucos watts (rádios locais) até centenas de quilowatts, no caso de retransmissores de grande cobertura.
O FM dispõe de um sistema de envio de informação digital, o RDS (Radio Data System) que permite apresentar informações sobre a emissora sintonizada. Também, a boa qualidade de som desta gama de frequências de radiodifusão é adequada ao uso da estereofonia.
História
1933 - O americano Edwin Armstrong demonstra o sistema FM para os executivos da Radio Corporation of America (RCA).
1942 - Os primeiros emissores em frequência modulada (FM) são produzidos nos EUA, pela General Electric.
1955 - É fundada por Anna Khoury a Rádio Imprensa no Rio de Janeiro (atual Mix FM Rio), sendo a primeira Rádio em FM do Brasil.[1]
1966 - É inaugurada a Rádio Tropical FM, atual Rádio Cidade (99,3 FM), de Manaus, sendo a primeira rádio do Brasil e da América do Sul a operar em FM estéreo.[2][3]
Em 7 de novembro de 2013, foi assinado o decreto que permite a migração às emissoras de rádio que operam na faixa AM migrarem para a faixa FM.[4][5]
A Rádio Progresso, de Juazeiro do Norte no Ceará, foi a primeira emissora a fazer a migração do AM para o FM no país. A solenidade que marcou a mudança de faixa ocorreu em 18 de março de 2016, às 20h30, na sede da emissora, e contou com a participação do ministro das Comunicações, André Figueiredo.[6]
Com o problema de interferências em grandes centros urbanos,[7] o governo federal iniciou os estudos da migração dessas emissoras para os antigos canais 5 e 6 (76 a 87 MHz) da TV analógica. Isso foi possível graças à implantação do sinal de televisão digital em todo o território brasileiro e grande parte da TV analógica ter sido desligada em 2018, com isso as estações de rádio passariam a ocupar esta faixa adjacente à da FM convencional (88-108 MHz). A Jovem Pan News São Paulo foi a primeira rádio do país a fazer transmissões experimentais em FM expandida nos 84,7 MHz entre 2014 e 2015, repetindo a programação dos 620 kHz.[8][9][10] Porém, as transmissões oficiais na faixa de 76 a 87 MHz iniciaram-se apenas em 7 de maio de 2021, sendo as pioneiras a Rádio Capital em 77,5 MHz, Rádio Cultura Brasil em 77,9 MHz, ambas de São Paulo e a Rádio Jornal do Recife em 76,1 MHz, frequência hoje ocupada pela JC FM.[11] Projetos similares já deram certo em países como os Estados Unidos e México.[12]
Em Portugal
História da rádio FM
A primeira emissão FM em Portugal decorreu no ano de 1954, quando o Rádio Clube Português instalou um emissor construído por técnicos da estação na sede da Philips Portuguesa, que na época se situava na Rua Joaquim António de Aguiar, em Lisboa.[13] Em meados de 1955, a então Emissora Nacional de Radiodifusão (atual RTP) instalou os primeiros emissores de frequência modulada em Lisboa e na Serra da Lousã.[14] Refira-se que as primeiras emissões FM estéreo da Emissora Nacional ocorreram em 1968.[15]
As emissões da Antena 1, Antena 2 e Antena 3 cobrem todo o país (continente, Madeira e Açores); a Antena 3 foi recentemente ampliada ao grupo ocidental das ilhas dos Açores, com emissores a partir da ilha das Flores, chegando também à ilha do Corvo. A Rádio Comercial não se ouve de todo via hertziana nos Açores ou na Madeira.
Além das rádios nacionais, existem várias regionais (a Rádio Maria, a M80 Rádio e a TSF no continente, e o Posto Emissor do Funchal, na Madeira). A par das rádios mencionadas, Portugal dispõe de cerca de 300 rádios locais atribuídas aos concelhos.