Características da bacia hidrográfica do Rio Sergipe
Com uma extensão de 210 km, o rio Sergipe nasce dentro do território de Pedro Alexandre (Bahia)[1] e possui uma das suas importantes nascentes situando-se na localidade de Lagoa das Areias que fica em Monte Alegre de Sergipe. O Rio atravessa Sergipe no sentido oeste/leste até desaguar no Oceano Atlântico, entre os municípios de Aracaju e Barra dos Coqueiros. Sua bacia hidrográfica perfaz uma área de 3.673 km², o que corresponde a 16,70% do território sergipano.[2]
Na bacia do rio Sergipe, como em todo o Estado, predomina o clima quente, com verão seco. No sertão, que corresponde a 58% da bacia, o clima é semi-árido, enquanto na parte do agreste, que cobre 24% das terras, é sub-úmido. Na faixa litorânea (18% da área), o clima é classificado como úmido. As chuvas, normalmente, se concentram nos meses de março e agosto. Na grande Aracaju, a precipitação média anual é de 1.333 mm e a temperatura média anual é de 25,2%°C.
Abastecimento humano através dos rios Poxim, Jacarecica e poços artesianos perfurados na bacia, atendendo a população urbana e rural. As barragens Jacarecica I e II e o Açude da Macela são importantes reservatórios de água para a irrigação de hortaliças e frutas. As atividades pesqueiras artesanais, aquicultura, recreação náutica, turismo e transporte hidroviário ligando a cidade de Aracaju aos municípios vizinhos. O crescimento urbano e o desenvolvimento industrial submetem a bacia à intensa poluição, resultante dos efluentes domésticos e industriais.
O Decreto nº 20.778 de 21 de junho de 2002, do Governo do Estado de Sergipe instituiu o Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Sergipe que tem, entre outras, a atribuição de deliberar sobre os projetos de aproveitamento de recursos hídricos.[3]
Uso do solo
Ao longo da bacia hidrográfica predomina a ocupação das terras com pastagem, correspondendo a 46% da área física da bacia. Esse fato torna a pecuária uma atividade econômica de natureza predatória, sendo responsável por grande parte do desmatamento. As matas pouco densas ocupam 22,6% da área, enquanto 18,5% estão ocupadas pelas lavouras; 5,1% por florestas; 2,2% por mangues; 2% por áreas urbanas; 1,6% por vegetação de dunas; 1,3% por superfícies com água e 0,7% por áreas expostas (SEPLANTEC, 2002).
Ocupação urbana e outros problemas
Dos 2.184.475 habitantes do estado de Sergipe (IBGE, 2010), 1.010.523 habitam a área de influência da bacia, o que corresponde a quase metade da população estadual. Aracaju, capital com 570.561 habitantes, representa 52,67% da população residente na bacia. O rio Sergipe se constitui num importante curso d'água para o desenvolvimento econômico do estado, contribuindo para as atividades econômicas e tornando-se um corredor atrativo para a implantação de empreendimentos nos setores industrial e de agropecuária.
Os principais problemas hídricos e ambientais da bacia são: lixeiras a céu aberto; deficiência de sistema de esgoto; desmatamento; contaminação por fontes diversas e irregularidades no abastecimento de água; má qualidade da água; uso intensivo de agrotóxicos; desperdício de água; exploração de areia e de argila; queimadas; deficiência de educação ambiental; pesca e caça predatórias e enchentes.
Toponímia
"Sergipe" vem do tupisiri 'ype, que significa "no rio dos siris", através dos termos siri (siri), 'y (rio) e pe (em)[4]. Ao longo dos anos, a grafia foi sendo alterada para "Sergï-ype" e "Sergipe". Embora a regra geral para palavras de origem tupi prescreva o uso da letra "j", o uso consagrado pela população e a tradição secular da grafia com a letra "g", confirmada por mapas,[5] documentos oficiais,[6] estudos científicos e normas legais, tornam correta a forma "Rio Sergipe", segundo a norma ortográfica vigente.