Rios Utinga, Pau Brasil, Mamuaba, Camaço, Mumbaba e Água Boa;[1] riachos Pitanga, Ibura, Piabuçu, Santa Cruz, da Quizada, do Bezerra, do Angelim, Botamonte
O rio Gramame é um riobrasileiro que banha o litoral do estado da Paraíba.[2] Por se localizar em torno da Grande João Pessoa, é uma bacia que tem sofrido muita ação da presença humana.[2] O intensivo desmatamento de sua bacia é o grande responsável por seu constante assoreamento.[2]
História
Etimologia
Segundo o livro História da Paraíba, do historiador Horácio de Almeida, há controvérsia sobre a origem do termo: o geógrafo portuguêsAires de Casal acreditava que etimologicamente a palavra «Gramame» seria a corruptela do termo tupiguaramame, que em português significa «o lugar dos guarás», sendo essa a mesma interpretação do antropólogo Von Martius.[3][nota 1]
Já o historiador Teodoro Sampaio cria que a palavra pudesse provir de guira-mame («bando de pássaros»).[nota 2]
Povoamento da região
No início do século XVII engenhos de açúcar e fazendas começaram a ser implantados na região.[4] Meio século mais tarde, em 1636, Elias Herckmans, administrador colonial neerlandês, vindo para a Paraíba proveniente de Recife, então capital do Brasil Holandês, teve que se deter às margens do Gramame e Mumbaba em virtude de cheias grandiosas que assolavam a região do litoral paraibano.[5] Sobre essa viagem de Herckmans às margens do Gramame-Mumbaba, lê no livro Cronologia pernambucana: 1631 a 1654 o seguinte trecho:
Saído do Recife, Herckmann pernoitou em Igaraçu, daí, margeando o rio Gramane e o Mumbaba, foi à vila Frederica, na Paraíba, onde consegue guias (...).[6]
Historicamente, a região do rio Gramame sempre teve relevante produção de frutas e cana-de-açúcar, que abastecem sobretudo os mercados das cidades limítrofes a sua bacia, incluindo João Pessoa.[7] Há décadas estudos vêm apontando o uso de pesticidas com vários graus de toxicidade (inclusive extrema e alta) nas áreas irrigadas da margem do rio.[7]
O rio tem 54,3 km de extensão e nasce na região do Oratório, em Pedras de Fogo, desaguando na Barra de Gramame, Oceano Atlântico, limite entre João Pessoa e Conde. A maior parte do seu curso assenta-se sobre sedimentos do grupo Barreiras, de origem no Terciário, e aluviões, cobertura arenosa, depósitos aluviais e areia branca do Quaternário. São seus afluentes da margem direita: rio Utinga, rio Pau Brasil. riachos Pitanga, Ibura, Piabuçu e rio Água Boa. Na margem esquerda: riachos Santa Cruz, da Quizada, do Bezerra, do Angelim, Botamonte, rio Mamuaba, rio Camaço e rio Mumbaba.
Notas
↑De fato, no livro Primeira Visitação do Santo Ofício, de 1595 está escrito Garamame.[3]
↑Há estudiosos que também creem que a palavra venha de guaru, espécie de peixe barrigudo comumente encontrado em vários ribeiros.[3]
↑ abcALMEIDA, Horácio de (1966). História de Paraíba, coleção documentos paraibanos. [S.l.]: Impr. Universitária !CS1 manut: Nomes múltiplos: lista de autores (link)
↑MELO, José Octávio de Arruda (1997). História da Paraíba: lutas e resistência. [S.l.]: Ed. Universitária. 279 páginas !CS1 manut: Nomes múltiplos: lista de autores (link)
↑MEDEIROS FILHO. Olavo de (1989). Fundação José Augusto. [S.l.]: Olavo de Medeiros Filho. 104 páginas
↑BARBALHO, Nelson (1982). Cronologia pernambucana: 1631 a 1654. [S.l.]: Centro de Estudos de História Municipal, Fundação de Desenvolvimento Municipal do Interior de Pernambuco !CS1 manut: Nomes múltiplos: lista de autores (link)