Revolta do Terço Velho

Revolta do Terço Velho
Período Outubro de 1688
Local Salvador, Capitania da Baía de Todos os Santos (atual estado da Bahia)
Causas Atraso no pagamento dos soldos
Resultado Pagamento dos soldos atrasados e concessão de perdão dos soldados
Baixas
Morto(s)Mais de 20 mortos

A Revolta do Terço Velho foi um motim de soldados na cidade de São Salvador da Bahia em outubro de 1688. O motim ocorreu devido aos constantes atrasos dos pagamentos de soldos, das rações básicas e dos fardamentos dos soldados. O motim durou 3 dias de violência, com saqueamento de mercadorias nas estradas, onde mais de 20 pessoas morreram nos conflitos.[1]

Contexto

A situação econômica se agravava, pois, a principal fonte de renda, o açúcar, estava com os seus preços sendo reduzidos no mercado internacional gradativamente. A cidade de Salvador também se encontrava em meio a uma epidemia de febre amarela. A Câmara Municipal era a responsável pelo pagamento de soldos, rações básicas de farinha de mandioca, e pelo fardamento dos soldados.[2] Ela repassava essa função para contratadores que recolhiam tributos, na qual frequentemente atrasavam os pagamentos e o repasse de fardas e rações.[3]

Os soldados, cansados dessa situação, e se aproveitando da situação de moléstia grave que o governador Matias da Cunha sofria, iniciaram um motim. Armados, ocuparam o Campo do Desterro e ameaçaram saquear a cidade, principalmente as casas dos oficiais da Câmara, demandando receber o pagamento atrasado no prazo de um dia.[1]

Desfecho

Os soldados e a Câmara negociaram, onde resultou no pagamento dos soldos atrasados e a concessão de perdão assinado para os amotinados. Dois anos após o ocorrido, o Duque de Cadaval escreveria um parecer sobre o motim ao rei, na qual demonstra a sua insatisfação pela não punição dos envolvidos. Argumenta que a benevolência da impunidade aos líderes do motim iriam acarretar ao incentivo da ocorrência de outras sedições e revoltas.[4] Entretanto, o perdão assinado não seria respeitado pelo novo governador Antônio Luís Gonçalves da Câmara Coutinho, que castigou os envolvidos.[1]

Referências

  1. a b c FIGUEIREDO, Luciano (2005). Rebeliões no Brasil Colônia. Rio de Janeiro: Jorge Zahar. pp. 27–28 
  2. BOXER, Charles Ralph (2000). A Idade de Ouro do Brasil: dores de crescimento de uma sociedade colonial (1695-1750). Rio de Janeiro: Nova Fronteira. p. 164 
  3. PITANGA, Fernando. «Revolta do terço velho». Impressões Rebeldes. Consultado em 13 de julho de 2024 
  4. FEITOSA, Caio. «Parecer do Duque sobre o motim de soldados em Salvador». Impressões Rebeldes. Consultado em 13 de julho de 2024 

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