A Reserva Natural foi criada em 1976, abrangendo uma área de 14.192 hectares, caracterizada por uma extensa superfície de águas estuarinas, campos de vasas recortados por esteiros, mouchões, sapais, salinas e terrenos aluvionares agrícolas (lezírias).
Não excedendo os 11 metros acima do nível do mar e uma profundidade de 10 metros, distribuída pelos concelhos de Alcochete, Benavente e Vila Franca de Xira, a reserva insere-se na zona mais a montante do estuário do Tejo que, estendendo-se por uma área de cerca de 32 km2, é o maior da Europa Ocidental.
Nas margens do estuário desenvolve-se o sapal, cuja comunidade florística vive sob a influência das águas trazidas pela maré. Região de grande produtividade a nível de poliquetas, moluscos e crustáceos, constitui autêntica maternidade para várias espécies de peixes. Mas é a avifauna aquática que atribui ao estuário do Tejo a sua importância internacional. Os efectivos de espécies invernantes chegam a atingir cerca de 120.000 indivíduos. As contagens regularmente efectuadas indicam que invernam nesta Área Protegida mais de 10.000 anatídeos e 50.000 limícolas, das quais se destaca o alfaiate Recurvirostra avosetta, com um número que pode ascender a 25% da população invernante na Europa. Nesta área existe o registo de 200 espécies, que atesta a riqueza biológica e o valor para a Conservação da Natureza desta região com destaque para: o Flamingo (Phoenicopterus roseus), o Ganso-bravo (Anser anser), a Marrequinha (Anas crecca), o Pilrito-de-peito-preto (Calidris alpina), a Perdiz-do-mar (Glareola pratincola), o Sisão (Tetrax tetrax) e o Milherango (Limosa limosa).
↑ICNF. Visitantes que contactaram as áreas protegidas.
↑Ramsar Sites Information Service (1992). «Estuário do Tejo». Consultado em 26 de setembro de 2016
↑OLIVEIRA, Fernando Correia de. Folheto Em Lisboa, à descoberta da Ciência e da Tecnologia: vagueando pelas ruas. Pavilhão do Conhecimento Ciência Viva; Câmara Municipal de Lisboa, s.d.