Em março de 1999, a OTAN iniciou um ataque aéreo no Kosovo, em nome de uma "guerra humanitária".[4] Isto levou muitos albaneses a fugirem do Kosovo para países vizinhos,[5] principalmente de março a junho de 1999.
A Albânia abriu as suas fronteiras desde o início da crise, a fim de permitir a entrada dos refugiados.[6]:95[2] As pessoas chegavam diretamente à fronteira localizada no nordeste do país ou eram transferidas da Macedônia.[6]:95 A Albânia não estava preparada para a chegada de tantas pessoas e solicitou ajuda internacional a fim de cobrir as necessidades básicas dos refugiados.[2] Para coordenar as operações, o governo albanês criou o Grupo de Gerenciamento de Emergências dias após o início do ataque aéreo da OTAN.[2] Este grupo coordenou ações com o ACNUR e muitas outras organizações, tais como organizações não governamentais.[7] A situação tornaria-se delicada durante os primeiros dias porque o ACNUR e as ONGs não previram que os bombardeamentos da OTAN durariam vários meses e conduziriam a tal movimento populacional.[6]:95 À principio faltaram equipamentos, mas muitas entidades internacionais e ONGs levantam fundos e/ou deram ajuda prática à Albânia.[5] Vários países europeus afirmaram que era do interesse dos refugiados permanecer na região e concederiam ajuda financeira.[5] A Alemanha, por exemplo, ofereceu dinheiro para a construção de acampamentos na Albânia para os refugiados transferidos da Macedônia.[6]:95 Além dos refugiados colocados em acampamentos, a população albanesa acolheu muitos deles em suas casas,[5] compartilhando espaço e comida.[2]
Quase 435 mil refugiados tiveram que deixar o Kosovo para a Albânia, de acordo com o ACNUR.[7] A maioria chegou diretamente a Albânia e alguns foram transferidos da Macedônia.[6]:95 No auge da Guerra do Kosovo, os refugiados cruzariam a fronteira para a Albânia, a uma taxa de 4.000 pessoas por hora.[8] Posteriormente, o ACNUR afirmou que até 25% da população do Kosovo havia fugido.[8]
Em 11 de junho de 1999, a campanha aérea da OTAN cessou. No dia anterior, um acordo técnico-militar foi assinado por ambas as partes e encerrou com o conflito armado.[3] Posteriormente, o relatório do ACNUR, escrito sobre a crise dos refugiados, afirmou que esta foi bem administrada, considerando as circunstâncias.[7]
Depois da crise, a partir de junho de 1999
No tratado de paz assinado pela OTAN e pela República Federal da Iugoslávia, foi solicitado que os refugiados pudessem voltar para suas casas.[4] A maioria dos refugiados de fato conseguiria regressar ao Kosovo durante o mesmo ano, após o fim do conflito armado.[7]
Controvérsia
A OTAN culpou a República Federal de Iugoslávia e seu líder Slobodan Milošević pela crise de refugiados.[3] Por causa da instabilidade na região a partir de 1998, a OTAN não separou o afluxo massivo de refugiados a partir de 1998 até o final do conflito em suas estatísticas.[3] De acordo com vários pesquisadores, no entanto, o afluxo em massa começou logo após o bombardeio da OTAN a Iugoslávia.[2][6]:95[3]